Amigos Tricolores,
Passados alguns dias da intempestiva saída de Muricy Ramalho, as verdadeiras causas permanecem obscuras. Creio mesmo que a verdade nua e crua nunca virá à tona de maneira clara.
Muricy declarou que deixava o clube pela falta de estrutura, alegando não ter condições para treinar e que não via perspectivas de que a situação iria se alterar.
Em sua metralhadora giratória contra tudo e contra todos, fugiu da verdade, ou talvez tenha mesmo se enganado quando afirmou que perdia jogadores a toda hora devido às condições precárias do campo das Laranjeiras.
Esqueceu-se de que Fred, Emerson e Deco se contundiram durante jogos no Engenhão, Diguinho machucou-se na partida contra o Vasco da Gama, ainda no Maracanã e Digão já vinha com lesões crônicas desde o ano passado.
Dos contundidos com gravidade, apenas Rodriguinho lesionou-se nas Laranjeiras e assim mesmo lesão muscular.
Muricy sabia de antemão que um Centro de Treinamento não poderia ser conseguido da noite para o dia, daí fica difícil de engolir a alegação apenas dois meses após a posse do novo presidente.
Na realidade, após a conquista do título, Muricy cometeu alguns erros graves. A começar pelas indicações das contratações, todas de jogadores inferiores aos que estavam no clube.
E o pior é que bancou a titularidade de todos os novos “reforços”, mesmo quando o time desandou. Chegou ao cúmulo de declarar em entrevista ao Lancenet, publicada em 07/02, que Ricardo Berna não havia sido excelente porque só havia jogado nove jogos como titular e que o Diego havia chegado fora de forma porque na Europa eles não treinam goleiro, mas que os treinos daqui o iriam colocar em forma novamente.
Deduzi desse raciocínio que excelente é o Cavalieri, mesmo tendo amargado quase três anos de reserva, atuando nesse período menos que as nove vezes do Berna.
A consequência é que deixamos de vencer na estreia da Libertadores pela falha grotesca do Diego.
O apoio incondicional ao Edinho, ainda que com sua entrada a outrora melhor defesa do Campeonato Brasileiro tenha se desintegrado, levou a torcida ao desespero. Enfim veio a barração do time titular, mas a permanência no banco de reservas ainda custou a derrota no México.
Em minha opinião, Muricy fugiu da raia e passou a forçar uma batida de frente com os dirigentes para se livrar do problema que ele mesmo havia criado.
Em seu blog, o jornalista Renato Maurício Prado publicou sob o título Garganta Profunda no Flu, a íntegra de um e-mail supostamente endereçado por um ex-dirigente do clube, que contesta a versão divulgada pela assessoria do treinador.
Afirma o ex-dirigente que após o jogo com o América, Celso Barros cobrou do treinador uma posição sobre os reforços que foram contratados estarem fora do time titular e que Muricy não aceitara as ponderações, o que gerou uma insatisfação mútua e foi o estopim para o início do distrato entre as partes.
Celso Barros tratou de desmentir a versão, de modo que ficou o dito pelo não dito.
De qualquer forma dois fatos parecem corroborar com a versão de que Muricy tenha mesmo sido demitido: a liberação do pagamento da polpuda multa rescisória e a carranca do treinador durante o Fla-Flu.
Qualquer que seja a verdade, provavelmente nós torcedores que amamos e sofremos com o Fluminense jamais saberemos.
Quanto à saída do Alcides, como torcedor fico aliviado, porque não consigo aceitar a facilidade com que nossos craques revelados em Xerém foram repassados à Traffic sem nenhum ou quase nenhum benefício para o Fluminense.
Embora seja uma pena ter perdido o melhor técnico do Brasil por questões que poderiam ter sido contornadas, a vida segue e precisamos nos unir para ajudar o Fluzão a se classificar na Libertadores.
A presença em massa da torcida no jogo contra o América-Mex será fundamental para a arrancada para a classificação, porque time melhor nós temos. É só ninguém querer inventar.
Sobre o novo comandante, a maioria dos nomes ventilados pela imprensa não me agradam. Adilson Batista, Caio Junior, Levir Culpi, Paulo Autuori, nenhum deles será capaz de conquistar a Libertadores e o Brasileirão.
Dorival Junior seria a pedida, mas sua saída do Atlético Mineiro no momento é inviável.
Falam também na mala do Felipão, que há muito não apresenta um trabalho de vulto, além do irritável mau humor e também se tratar de uma negociação igualmente difícil.
O que o Fluminense precisa é de alguém que vista a camisa, alguém que tenha vínculos afetivos com o clube e nesse quesito Abel Braga é imbatível.
Não interessa que só poderá assumir em maio. Até lá um interino poderá levar o barco. Josué Teixeira ou mesmo Leomir poderiam ser essa pessoa.
Espero que Peter Siemsen decida com sabedoria porque será bem melhor esperar um pouco pelo Abel do que ter que demitir qualquer um desses outros no meio do Brasileirão.
Que Deus ilumine sua decisão.
E DÁ-LHE FLUZÃO!
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Belletti dá adeus.
Belletti encerrou seu ciclo no Fluminense.
Contrastando com a grossura e falta de educação de Muricy Ramalho, Belletti saiu pela porta da frente.
Em sua mensagem de despedida, o atleta enalteceu o clube e agradeceu o respeito e a dedicação recebidos.
A seguir a íntegra de sua nota:
"Quero deixar aqui meu agradecimento aos jogadores e funcionários do Fluminense FC pelo respeito e dedicação nessa etapa em que estive no tricolor carioca.
Gostaria de ter ajudado mais o time, mas algumas coisas que fogem ao meu controle me atrapalharam, e muito.
Aprendi a admirar ainda mais esse clube que tantos títulos conquistou ao longo de sua historia.
Obrigado também a Unimed RIO, através de seu presidente Celso Barros, por ter me proporcionado essa volta ao Brasil.
Boa sorte, Fluzão!!!
E boa sorte Belletti!