Eta semana ruim! Deu tudo errado. A começar pelas baboseiras ditas por Emerson na entrevista coletiva, que deve ter deliciado a mídia mulamba.
Clima tenso, um jogo importante pela frente e o nosso bravo técnico interino não se deu conta em tempo algum que os 3 x 1 obtidos uma semana antes no Engenhão havia sido obra do acaso, porque os paraguaios já tinham jogado melhor.
Infelizmente Enderson não sacou que aquele gol antológico do Marquinho havia sido obra do acaso, ou de Telê como comentado na postagem do jogo e manteve o mesmo onze titular para jogar no Paraguai.
Três volantes sem habilidade e o pobre do Conca, que ainda não se recuperou totalmente da cirurgia, sozinho para tentar municiar os dois atacantes escolhidos.
Alguns tricolores ilustres culparam a suposta soberba tricolor pela débâcle. Não creio que tenha sido assim. A causa maior do insucesso veio justamente do comando frouxo da equipe.
Cabe acrescentar que não se trata de caça às bruxas e nem de menosprezar o trabalho do Enderson Moreira, por sinal bastante superior ao Murimouse nos jogos da Libertadores.
O que se procura fazer, além de agradecer sua colaboração, é mostrar uma vez mais que, independentemente do elenco, uma equipe para se tornar vencedora necessita fundamentalmente de um treinador tarimbado e com coragem para tomar as decisões ousadas na hora certa.
Não deve haver “jogadores de confiança” do técnico, nem “intocáveis” por maiores que sejam os salários e os feitos passados. Futebol é momento e deve privilegiar sempre quem está em melhores condições físicas e técnicas. Não fosse assim, Romerito ainda estaria usando a nossa camisa 7.
Voltando ao Emerson, podemos observar que mesmo em seu desvario ele tocou num ponto que volta e meia vinha à minha mente: a insegurança do treinador quanto à tomada de decisão, em especial a substituição das estrelas.
Várias vezes esse blog citou que em alguns jogos teria sido melhor a saída do Fred do que a recorrente substituição do Rafael Moura e que em hipótese alguma Marquinho seria o cara para tratar da armação das jogadas.
O que aconteceu na aziaga noite de ontem já estava previsto, apenas nós tricolores não queríamos aceitar o óbvio.
Pois bem, ontem Enderson perdeu-se de vez. A começar pela postura ridiculamente defensiva. As tentativas de justificativa de que “os anfitriões se impuseram em campo” e que apesar de “nunca ter dito que o time iria jogar atrás, o Libertad qualificado nos fez jogar assim” não fazem o menor sentido.
O jogo realmente não estava para o Flu, mas Enderson manteve-se impassível e nada fez no intervalo, deixando o Deco no banco, mesmo ao ver que o inteligente técnico paraguaio conseguia anular quase todas as jogadas do Conca. Se não viu, foi pior ainda.
Até mesmo quando Marquinho fez a sua única boa jogada, como é de praxe na maioria das partidas em que participa e deu o passe milimétrico para o Fred, nosso comandante, ainda visivelmente fora de ritmo, perdeu o gol cara a cara com Vargas. Uma bola que qualquer profissional medianamente capacitado empurraria para dentro do gol. Decorriam 27 minutos da etapa final e o empate àquela altura significaria a classificação.
Logo depois Rafael Moura foi substituído por Araújo e Fred continuou em campo, apesar de não estar fazendo nada de útil. O mesmo já havia ocorrido na quinta-feira anterior, quando Fred apesar de perder dois gols feitos, continuou em campo até o fim.
E sem falar no afastamento do Souza, preterido até do banco, barrado pelo esforçado Willians.
Após a desclassificação, Enderson, em sua incredulidade, declarou que “os paraguaios já tinham dificultado o triunfo no Rio de Janeiro”. Incompreensível como não tomou nenhuma providência para reverter a situação.
Outro fato que me incomodou muito foi a declaração sobre a falha do Berna no primeiro gol: "Um goleiro da condição do Berna sabe que poderia ter feito a defesa no primeiro gol. Mas fez defesas importantíssimas no jogo. Não tenho como lamentar". (sic)
Que Berna tem altos e baixos todos sabem, mas cabe à torcida e unicamente a ela pegar no pé do goleiro, como modo de incentivá-lo a aprimorar seus treinamentos. O fato citado pelo treinador soa como tentativa de desviar o foco sobre a verdadeira causa da derrota: a falta de um esquema que privilegiasse o ataque e a presença dos mais habilidosos, além da insatisfação de muitos pelos constantes erros de escalação.
É isso, caros Tricolores, estamos todos tristes, cabisbaixos, de luto até, porque sabemos que essa era uma classificação tranquila.
Mas fazer o que? A gora é só esperar que o Abel mude o estilo de jogo desse elenco e o transforme numa equipe não só guerreira, mas também que saiba jogar o futebol bonito que seus craques tem condições de praticar.
Que use as melhores peças, que não descarte jogadores talentosos como Souza e Deco e que bote o time pra frente. SEMPRE!
E a julgar por suas declarações em entrevista à Rádio Globo, reproduzidas abaixo, parece que o nosso comandante está imbuído desse objetivo.
-“ Não gostei da postura (contra o Libertad). Você não pode administrar vantagem, e foi o que aconteceu. A situação atual não é nada favorável e não condiz com a grandeza do clube. Muito disse me disse, muitos problemas. O momento era extremamente importante e a coisa desandou”. (Abel Braga)
Ao Enderson fica o agradecimento pela colaboração e votos para que faça um bom trabalho junto às divisões de base para no futuro, quem sabe, o Tricolor voltar a ser aquele formador de talentos para que a atual administração os possa aproveitar na equipe principal sem se desfazer deles a preços irrisórios, como fizeram as anteriores.
E apesar dos pesares, DÁ-LHE FLUZÃO!