Fluminense e Libertadores, a combinação perfeita para noites mágicas e a de ontem prometia ser como as de 2008.
O palco, entretanto, não tinha a mesma grandeza. Pequeno, acanhado, situado em meio a ruas estreitas, com administração contestável e ultimamente com dificuldade de manter seus refletores acesos.
Para os torcedores obrigados a acordar cedo no dia seguinte, a marcação de um jogo para as vinte e duas horas em dias de semana é problemática. O que dizer então quando ocorre um atraso de uma hora?
Mas era a Copa Libertadores e com o Fluminense mais vivo que nunca. E aí todas as dificuldades passam a ser ignoradas.
A primeira satisfação _ a presença de Romerito disponível para fotos com os torcedores ao lado da Taça de 84 e solícito com todos.
Bela promoção do Tricolor, que criou um site específico para postar todas as fotos, tiradas por fotógrafo profissional. Clique aqui para ver as fotos.
Ninguém melhor para inspirar os guerreiros atuais do que o atleta paraguaio, líder do time campeão brasileiro de 1984 e tricampeão estadual.
O jogo
O Fluminense entrou arrasador. A primeira chance logo no início foi desperdiçada por Fred e aos três minutos o gol de Rafael Moura. A impressão era de que poderíamos ter a repetição da vitória épica de 2008 contra o Arsenal.
Rafael sempre oportunista (crédito: lancenet.com.br / Cleber Mendes) |
Mas não foi o que aconteceu. Apesar de continuar com o domínio a maior parte do tempo, o placar não mais se movimentou na primeira etapa e o magro 1 x 0 deixava uma ponta de frustração na galera. Ainda mais pelo fato de pouco antes do intervalo Fred ter perdido um gol que não costuma perder.
Aconteceu ainda a contusão de Julio Cesar, substituído por Fernando Bob aos 42 minutos. Todos os tricolores vivos, moribundos e mortos inferiram que Marquinho seria deslocado para a lateral, mas não foi o que aconteceu e o Flu jogou torto os minutos finais.
Durante o intervalo, os comentários na arquibancada eram todos direcionados ao fato, com a maioria achando que a Comissão Técnica teria quinze minutos para consertar o erro.
Assim não aconteceu, porém o técnico paraguaio percebeu a avenida em que se tornou o lado esquerdo tricolor e colocou um jogador aberto por aquele lado.
Os paraguaios melhoraram e conseguiram empatar aos quinze minutos, num lance semelhante ao do gol de Thiago Neves, onde mais uma vez Ricardo Berna não seguiu o mandamento básico para o goleiro, “ou sai ou fica” e do mesmo modo que no Fla-Flu deu dois passou e parou, facilitando a vida de Gamarra que o encobriu com uma cabeçada fraca.
A Torcida que tinha visto o mesmo filme quatro dias atrás não perdoou o goleiro e começou a vaiar.
Berna não se conformou e após uma boa defesa deu uma tradicional “banana” para a torcida, que eufórica pelos 3 a 1 já conquistados não deu a mínima.
Após o jogo, Berna desabafou mostrando-se revoltado com as vaias.
Pena que o nosso goleiro esteja tomando o caminho errado, porque não será com revoltas e bananas que conseguirá conquistar o carinho irrestrito dos tricolores. Parece até que ele, como também Vitor Hugo, o treinador de goleiros tricolor, ainda não se aperceberam de um detalhe não muito difícil de corrigir.
Após o gol, o Libertad continuou com o seu padrão, cozinhando o jogo a espera de outra oportunidade, chegando mesmo a estar melhor em campo.
Finalmente aos 26 minutos Enderson corrigiu seu equívoco e sacou Fernando Bob, substituindo-o por Araújo.
Um minuto após, Marquinho, que nada havia feito até então, desempatou a partida, sacando da cartola um gol antológico, verdadeiro golaço.
Marquinho autor de um gol antológico (crédito: terra.com.br / Photocamera / Rafael Moraes) |
Teria se inspirado em Romerito, Amoroso, Renato Gaúcho, outros craques que deram tantas alegrias vestindo camisa 7 tricolor? Pra mim, porém, foi coisa do Telê, outro mago da mesma camisa, que entristecido com os rumos do jogo e chateado com a cafajestada daquele que se diz seu pupilo, resolveu encarnar em Marquinho um pouco de sua técnica.
Para outros, foi coisa do Sobrenatural de Almeida, mas a verdade é que Marquinho afinal também teve o seu momento mágico.
Dois minutos depois, Conca ampliou a vantagem com uma cobrança magistral de falta que ele mesmo sofrera.
Libertad adotou marcação cerrada sobre Conca, único vislumbre de criatividade (crédito:lancenet.com.br / Cleber Mendes) |
Aos 34, Enderson reforçou a defesa com a entrada de Diogo no lugar de Rafael Moura, apesar de sua maior disposição e condição física do que Fred, que por isso mesmo deveria ter sido o escolhido para ser sido poupado dos minutos restantes.
Fim de papo, boa vantagem para o jogo de volta, apesar do jogo ter sido mais difícil do que o placar indica.
Merece registro ainda, o mea culpa de Enderson, ao assumir publicamente o erro de ter escalado o Fernando Bob numa posição diferente da sua.
Só espero que no caso do Carlinhos não se recuperar a tempo de ser utilizado no lugar do lesionado Julio Cesar, utilize o Marquinho na lateral, sem dúvida a única opção dentro do elenco atual.
E os guerreiros estão de volta (crédito: terra.com.br / Photocamera / Rafael Moraes) |
E DÁ-LHE FLUZÃO!