O início do jogo deu a impressão de que o Fluminense venceria o clássico sem maiores dificuldades. Melhor postado em campo, a equipe tricolor impôs uma pressão inicial e criou duas boas oportunidades antes dos dez minutos que não foram convertidas pelos erros recorrentes de imprecisão no último passe e falha no arremate para o gol.
O Vasco sentiu a pressão inicial e se fechou na defesa, aguardando alguma oportunidade para contratar. Os deuses do futebol dessa vez sorriram para a equipe cruzmaltina e obrigaram Gaúcho a entrar com Carlos Alberto, que substituiu o lesionado Jeferson.
Mesmo acuado, o Vasco quase abriu a contagem, quando Philippe Coutinho, ao se livrar da marcação de Leandro Euzébio, obrigou Everton a chutar contra a própria meta. Para alívio dos tricolores, Rafael estava atento e colocou a bola para escanteio.
Após o susto, o Fluminense retomou o controle do jogo, mas longe de ser aquele time brigador de outras jornadas. Os jogadores pareciam sonolentos, com postura bem diferente daquele Tricolor de Guerreiros.
Aliás, sob esse aspecto, já havia colocado que para ganhar algum título com o elenco atual, o Fluminense terá que literalmente “comer a grama”, porque à exceção de Conca e de Fred, os demais são jogadores normais, sem nenhuma habilidade extraordinária.
Ainda assim Alan teve uma excelente oportunidade ao receber passe de Diguinho, avançar pela direita e chutar cruzado rente à trave direita de Fernando Prass.
Na segunda etapa, o jogo ficou todo à feição do Vasco que, precisando da vitória, lançou-se ao ataque e passou a acuar o Fluminense, que não conseguia concatenar a saída de bola.
O panorama não se alterou até que Thiago Martinelli conseguiu abrir a contagem, aproveitando falha geral da zaga tricolor na cobrança de escanteio.
Cuca tentou algumas alterações, entrando com Wellington Silva e Équi Gonzáles, sacando André Lima e Júlio César. Valeu a tentativa, embora não tenha surtido nenhum efeito.
A terceira substituição do Cuca é que foi de uma infantilidade a toda prova. Substituiu Cássio por Fábio Neves e embora a providência de retirar um zagueiro para tornar o time mais ofensivo pudesse parecer uma boa ideia, o fato de deixar em campo Leandro Euzébio, único da zaga que já tinha recebido cartão amarelo, foi uma bola fora.
E não deu outra, ao parar o Dodô com falta, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Do mesmo modo que a torcida tricolor, estou até agora querendo entender o que motivou o treinador tricolor a manter em campo o único zagueiro que já tinha sido advertido. Ainda mais em se tratando de Leandro Euzébio, se fosse o Thiago Silva até que a decisão seria válida. Mancada da grossa.
Aí mesmo que a vaca foi para o brejo, com o Vasco marcando mais duas vezes com Dodô e Fágner, recebendo passes milimétricos de Carlos Alberto. E então se desenhou claramente o drama tricolor: enquanto o Vasco armava seus contra-ataques com Carlos Alberto, o Fluminense tentava se virar com Diguinho. Que dureza!
A grande vantagem que tem sobre o Bangu, terceiro colocado na chave, deve garantir o Tricolor na semifinal, mas se jogar desse jeito e não tiver a volta do Fred, a classificação para a final vai ser muito difícil.