domingo, 31 de março de 2013

Fluminense 2 x 0 Boavista. Falta pouco para garantir a final!

(foto: Terra.com.br /Ricardo Ayres / Photocamera) 


 A injeção de sangue novo continua dando resultados e nem mesmo o aguaceiro que alagou o estádio de Moça Bonita foi empecilho para a vitória sobre o Boavista, adversário tinhoso que há três anos não perdia para o Fluminense.

O esforço fora de série de Rhayner parece estar contagiando os demais, que acabaram deixando de lado aquela pasmaceira irritante.

Preocupante apenas é a pressão exagerada para que marque um gol. Rhayner não é artilheiro, sua função é a de roubar a bola e municiar os companheiros e isso ninguém  tem feito melhor que ele.
Só botinadas pararam Rhayner
(foto: Terra.com.br / Ricardo Ayres/
Photocamera)


Cabe registrar o “mea culpa” pelas críticas às suas habilidades. Se o seu futebol não é daqueles de encantar, a sua dedicação em campo tem sido suficiente para suplantar as deficiências.

Para ele não tem jogada perdida, ataca e defende como um guerreiro desesperado, como se a retomada da bola fosse questão de vida ou morte.

Apesar dos anos luz de diferença entre suas qualidades técnicas e a de Deco, no momento atual a presença de Rhayner tem sido mais profícua para a equipe.

A continuar assim, pode ser que até o Carlinhos resolva doar-se um pouco mais em vez de ficar passeando em campo durante todo o tempo.

(foto: Bruno de Lima / LancePress)

Marcos Junior não conseguiu desenvolver suas arrancadas na grama encharcada.

Abel observou bem e colocou Rafael Sobis, que por sua vez tornou o time mais objetivo.

Destaque ainda para as boas apresentações de Jean e Wagner e o retorno de Fred, que mesmo sem marcar foi decisivo para a vitória.


Embora Abel tenha se saído bem na escalação, o mesmo não se pode dizer da composição do banco, com Deco relacionado para um jogo num campo que poderia estar pesado, além de dois volantes cabeças de área de funções idênticas.

Continuo sem entender o boicote sistemático à presença de Felipe. Se não é para contar com ele por que a recomendação para contratá-lo?

Mistérios da cabeça do Abel.

E com a evidência cada vez maior que as forças do Deco estão se esvaindo, é hora de tratar do retorno do Conca.

Abra os olhos Caetano, faça jus à grana que recebe.


E DÁ-LHE FLUZÃO!   


DETALHES:

Fluminense 2 x 0 Boavista

Local: Moça Bonita, Rio de Janeiro (RJ); Data: 30/3/2013
Árbitro: João Batista de Arruda (RJ)
Auxiliares: Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ) e Marcos Sivolella do Nascimento (RJ)
Gols: Jean, ao 1' e Rafael Sóbis, aos 35' da etapa final.
Cartão amarelo:  Gum

Fluminense: Diego Cavalieri, Bruno, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Wagner (Deco, 30'/2ºT); Rhayner (Monzón, 39'/2Tº), Marcos Júnior (Rafael Sóbis, intervalo) e Fred. Técnico: Abel Braga

Boavista: Vinicius, Everton Silva, Gustavo, Bruno Costa e Romarinho (Léo Faria); Pedroso, Thiaguinho, Tony e Julio Cesar (Max Pardalzinho); Erick Flores (Tulio Souza) e Gilcimar. Técnico: Lucho Nizzo

quinta-feira, 28 de março de 2013

Fluminense 3 x 1 Macaé. Enfim uma vitória convincente!



Garotada incendeia o jogo.  (foto: Bruno Lima / LancePress)

Depois de um longo e tenebroso inverno uma vitória digna de um time campeão. E não foi preciso nenhuma mágica ou tática mirabolante, bastou aumentar o ritmo.

Há muito tempo essa pedra já vinha sendo cantada pela grande maioria dos tricolores, cansados que estavam de ver medalhões se arrastando em campo, tentando sem conseguir cadenciar o ritmo para suplantar times mais fracos, que apenas jogam na base da correria.

Abel custou a perceber que nome e passado não ganham jogo e injetou sangue novo na equipe.

Embora seja fã incondicional do Deco, não concordo com sua presença em campo enquanto não recuperar suas condições físicas ideais.

Talvez fosse melhor nem colocá-lo no banco e sim dar a ele um período de treinamento especial, já que as contusões sucessivas o impediram de fazer uma pré-temporada completa.

O mesmo poderia ser aplicado a Thiago Neves, que nesse ano ainda não conseguiu nem de longe ser a sombra do que foi no campeonato passado.

O fato é que as presenças de Marcos Junior, Michael e Rhayner incendiaram o time e foram as responsáveis pela maior mobilidade e velocidade do ataque.

A dedicação de Rhayner foi marcante, tanto nas jogadas de ataque, como na recomposição da marcação no meio.

Poderia ter deixado o campo num patamar mais alto tivesse a humildade de deixar a cobrança do pênalti para quem sabe fazê-lo.

Marcos Junior, de volta do incompreensível ostracismo a que vinha sendo submetido, correspondeu plenamente e se transformou numa preocupação constante para a defesa do Macaé.

E Michael voltou a brilhar, do mesmo jeito que havia feito no jogo contra o Atlético Goianiense, quando em meio à apatia geral marcou um belo gol e quase conseguiu o empate numa bicicleta defendida pelo bom goleiro Marcio.

Estava merecendo outra chance e seus gols comprovaram o acerto de sua escalação.

Mostrou personalidade ao roubar a bola e disparar em direção à meta adversária e bater com tranquilidade na saída do goleiro, no carrinho oportuno do segundo gol e no belo e preciso chute de fora da área para fazer o terceiro.

Com as constantes movimentações de Rhayner e Marcos Junior, Wagner se sentiu à vontade para fazer a ligação e teve uma das melhores atuações desde que chegou ao clube. 

Participou diretamente de dois gols e o passe de calcanhar no terceiro foi coisa de cinema.

A velocidade imposta pelos quatro acabou contagiando os demais que também trataram de sair da zona de conforto e correr um pouco mais.

O ritmo da equipe subiu, embora Carlinhos ainda tenha “andado” boa parte do tempo e com isso o domínio foi quase total.

As oportunidades continuaram surgindo na etapa final e o placar só não foi dilatado pelos erros nas conclusões e pelas boas defesas de Luís Henrique.

Que a exibição de hoje mexa com a cabeça de Abel para que mais oportunidades sejam dadas aos jovens da base, pelo menos nesses jogos contra os pequenos do campeonato estadual.

Como apreciador do bom futebol, gostaria de ver algum dia uma escalação livre de Edinhos, Diguinhos, Carlinhos, enfim grande parte de turminha que a comissão técnica tanto aprecia e que apesar de terem contribuído para o título de 2012, hoje se arrastam em campo.

E que Siemsen, Caetano, Sandrão e Celso se conscientizem que para ganhar o pentacampeonato será fundamental o retorno do Conca.


E DÁ-LHE FLUZÃO!


DETALHES:

Fluminense 3 x 1 Macaé

Local: Estádio de São Januário, Rio de Janeiro (RJ); Data: 27/3/2013
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique
Auxiliares: Silbert Faria Sisquim e Eduardo de Souza Couto
Gols: Douglas Assis, aos 14' e Michael, aos 23', 27' e 45' do primeiro tempo.

Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno (Wallace, 43'/2ºT), Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Wagner; Rhayner, Marcos Júnior (Rafael Sobis, 23'2ºT) e Michael (Samuel, 42'/2ºT) - Técnico: Abel Braga.

Macaé: Luís Henrique, Daniel (Edson, 23'/2ºT), Diego, Douglas Assis e Rodrigo Fernandes; Gedeil, Lenon, Norton (Danilo, 13'/2ºT), Michel e Marco Goiano (Jones, 13'/2ºT); Anderson Costa - Técnico: Toninho Andrade.

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E quando a Seleção não consegue marcar, o jeito é pedir ajuda ao Fluzão.

E dá-lhe Fred! E dá-lhe Xerém!


domingo, 24 de março de 2013

Duque de Caxias 0 x 0 Fluminense. Mais uma atuação desastrosa!

De nada adiantou o esforço de Wagner ante da mediocridade geral.


Não conseguir vencer a pior equipe do campeonato deveria ser um motivo mais do que suficiente para uma séria reflexão por parte de nosso treinador.

Ao contrário, porém, Abel Braga insiste em elogiar seus comandados mesmo em dias de jornadas infelizes.

A facilidade com que o título do ano passado foi conquistado parece ter funcionado como uma espécie de cortina de fumaça para encobrir a precaridade do elenco tricolor.

Eufóricos com o tetra, dirigentes, comissão técnica, patrocinador e _ porque não dizer_ os torcedores julgaram estar diante de um conjunto mágico, formado por jogadores extra série e capacitado a vencer todas as competições porvir.

Não foram capazes de enxergar que a grande maioria das vitórias só foi conseguida graças às atuações exuberantes de Cavalieri, Fred, Jean e Wellington Nem.

Deco até poderia ser incluído nesse naipe se participasse mais, mas como esteve em campo menos da metade das rodadas, não merece ser guindado a esse pódio.

Os demais simplesmente compuseram o grupo com um ou outro brilhareco em situações esporádicas.

A queda de rendimento do virtuoso quarteto nesse início de temporada foi o suficiente para as apresentações medíocres do ano e confirmar que os demais não conseguem manter um padrão de jogo ao nível do tetra campeão brasileiro.

Abel precisa ter em mente que futebol é momento e que atletas passam por altos e baixos em suas carreiras.

Insistir com nomes que nitidamente não estão funcionando é uma prova de falta de conhecimento, ou pior, de proteções descabidas.

Talvez seja a hora de tentar outras opções, como fez o Cuca em 2009 quando salvou um time com 98% de chances de parar na segunda divisão.  

Sobre o jogo em si, à exceção de Wagner e Berna, pela defesa salvadora aos 31' do segundo tempo, desastre total.


DETALHES:

Duque de Caxias 0 x 0 Fluminense

Local: Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ);  Data: 23/03/2013
Árbitro: Grazianni Maciel Rocha
Auxiliares: Wagner de Almeida Santos e Jackson Lourenço Massarra dos Santos
Cartões amarelos: Diguinho

Duque de Caxias: Fernando, Iago Santos, Paulão, Sérgio Raphael e Antônio Carlos TRatinho; Dudu, Renan Silva, Lucas e Otávio (Digão); André Gomes (Rafinha) e Charles Chad (João Carlos).  Técnico: Mário Marques

Fluminense: Ricardo Berna, Wallace (Felipe, 32'/2ºT ), Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho (Rhayner, 15'/2ºT), Diguinho, Wagner e Deco; Wellington Nem e Samuel (Rafael Sóbis, 20'/2ºT).  Técnico: Abel Braga.

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As idiossincrasias do Abel:

1. Sobre a falta de condições físicas e técnicas de Deco, disse:  
-“Eu acho que o Deco fez um bom jogo, tanto no primeiro tempo, mais adiantado, como segundo, que ele veio mais pra trás. A sequência vai fazê-lo melhorar”.
Ou seja, mesmo sem jogar nada Deco continuará na equipe, enquanto isso Felipe continua sem oportunidades. Se não é para jogar, porque solicitou sua contratação?


2. Sobre a permanência de Diguinho em campo quando da entrada de Rhayner:
-“Corri um risco, porque se fosse para tirar um volante, tinha que ser o Diguinho, que tinha amarelo. Mas ele tem uma saída de bola mais qualificada. Jogou bem”.
As habituais corridas inócuas, os mesmos erros de passe e botinadas desnecessárias. Nenhuma novidade, enfim acho que vi outro jogo.

E o que mais me chamou a atenção foi o fato de que na semana em que Diguinho declarou a pretensão de atuar com primeiro volante para fugir da concorrência com Jean, Edinho é preterido.

Estranho, não?

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Internacionalização das categorias de base

O presidente Peter Siemsen divulgou as diretrizes do projeto que visa o reconhecimento do Fluminense mundo afora e também para que as revelações de Xerém passem a ter um valor comercial de venda.

Não seria então a ocasião propícia para que as revelações integrantes do elenco principal tivessem mais oportunidades nesses pífios jogos do campeonato carioca? Afinal, por onde andam Marcos Junior, Higor, Eduardo, Rafinha,  Igor Julião, Fernando, Ronan, Michael...

Será que nenhum deles teria condições de substituir alguns titulares que vem falhando seguidamente?

Ou o projeto pretende apenas a continuação do status vigente de cedê-los praticamente de graça, como ocorreu com Marcelo, Arouca, Diego Souza, Thiago Silva, Maicon, Alan, Rafael e tantos outros?
  

segunda-feira, 18 de março de 2013

Fluminense 1 x 0 Audax. De novo, faltou a criatividade!

Noite de Wellington Nem  (foto: Cleber Mendes / LANCEPress)


Apresentação discreta foi suficiente para a conquista dos três pontos e acabar com a sequência de insucessos da equipe.

Jogando sem meia armador de ofício, o que se viu foi a repetição dos chutões para frente, sempre interceptados pelos defensores do Audax ou resvalados no peito de Fred.


Mas nem tudo foi ruim. Cavalieri demonstrou que está voltando à forma e fechou o gol.

A atuação de Wellington Nem traz a esperança de jornadas melhores.

Os passes de Edinho melhoraram e _ quem diria _ conseguiu dar um passe de gênio na jogada do gol completada com o cruzamento de primeira para a finalização de Nem.

Abel deveria aproveitar a eficácia da jogada para insistir com o Bruno nesse tipo de cruzamento, sem a tentativa de dribles desnecessários, na maioria das vezes neutralizados pelos adversários.

Outros pontos a destacar: o incrível gol perdido pelo Leandro Euzébio, a inoperância de Fred e Rhayner e a passividade do Carlinhos.

Fred teve três chances claras e não conseguiu marcar e aí está uma das diferenças gritantes em comparação ao desempenho do ano passado, quando o artilheiro convertia com facilidade.

De cada três chances, uma ou duas eram bolas na rede, hoje talvez sejam necessárias cinco ou seis para aquele golzinho salvador.

Mas como consegui-las sem criatividade no meio de campo?

Abel reconheceu que o planejamento não foi o adequado e que deveria ter poupado o Fred.

Pode ser que esteja certo porque a Libertadores é mais importante, mas será que o artilheiro conseguirá recuperar a forma participando apenas de rachões?

Com o Deco a estratégia não tem funcionado, porque quando consegue entrar em campo nada tem feito de útil.

Ao ser questionado sobre a precaridade da armação, Abel foi enfático ao afirmar que não abdicará do esquema de jogar com três atacantes. Acrescentou que no ano passado jogou assim e o time ganhava.

Realmente aconteceu assim. As constantes ausências do Deco forçaram a escalação do time com Thiago Neves, Sobis, Nem e Fred em muitos dos jogos, mas daí a querer obter o mesmo rendimento com o Rhayner vai uma grande diferença.

Rhayner nada mais é do que um jogador esforçado, que corre e batalha até a exaustão, mas nada acontece.

Muita coragem do treinador querer armar um esquema com três atacantes com a utilização de um deles que está a oitenta jogos sem marcar.

Melhor seria, então, tentar recuperar o Sobis, ou até mesmo voltar a utilizar o Marcos Junior.

Sobre Carlinhos, já foi dito o suficiente em postagens anteriores. Não é um mal jogador, mas sua fase atual é deprimente.

Não demonstra o mínimo de vontade, anda em campo a maior parte do tempo, parecendo até estar saturado da redondinha.

Um descanso para ele poderia ser a solução, mas descanso mesmo, sem treinamentos com bola, apenas condicionamento físico.

Enquanto isso, Monzón poderia eliminar a extensa avenida que tem sido o lado esquerdo da defesa tricolor.

Enfim Felipe teve uma chance, quinze minutos só, mas já é um início.

O fato é que com a aposentadoria iminente do Deco, Peter Siemsen, Celso Barros e todos os demais precisam conscientizar-se da necessidade premente de equacionar o retorno do Conca, única maneira de um desempenho digno no próximo campeonato brasileiro.

Na próxima rodada, os três desfalques certos são preocupantes, pois não teremos os milagres de Cavalieri e com as ausências de Jean e Valencia, periga a volta do Diguinho.
Ainda bem que estarei na estrada no horário do jogo, o que será bom para o meu coração.


REAGE  FLUZÃO!
  

 DETALHES:

Fluminense 1 x 0 Audax

Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ); Data: 17/3/2013
Árbitro: Antônio Frederico de Carvalho Schneider (RJ)
Auxiliares: Dibert Pedrosa Moisés (RJ) e Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ)
Gol: Wellington Nem, aos 8' da etapa final.
Cartões amarelos: Carlinhos e Wellington Nem

Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno (Wallace, 15'/2ºT), Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Wagner (Felipe, 31'/2ºT); Wellington Nem, Rhayner (Rafael Sobis, 31'/2ºT) e Fred - Técnico: Abel Braga.

Audax: Rafael; Adriano, Anderson Luis, Fabiano Eller e Diego Maia; Andrade, Camacho, Leandro Bonfim (Bruno Andrade, 36'/2ºT) e Hyuri (Wellington, 36'/2ºT); Denilson e Romulo (André, 18'/2ºT) - Técnico: Maurício Barbieri.

sábado, 16 de março de 2013

As incríveis incoerências de Abel.




A colher de chá dada por Roberto Sander, ao publicar em seu blog o nosso desabafo sobre a desastrosa apresentação do Tricolor contra o Huachipato, possibilitou um debate sadio sobre o atual desempenho do Fluminense.

Os mais de duzentos comentários postados no blog do ilustre tricolor demonstraram que a maioria dos torcedores anda com um “pé atrás” com o nosso treinador.

Boa parte deles sugeriu a troca e alguns chegaram até a incitar ações baderneiras e violentas, totalmente desprovidas de bom senso.   

Não acho que a solução passe pela substituição do Abel, principalmente pelo fato de que praticamente a totalidade dos técnicos brasileiros igualmente preferir os tais esquemas cautelosos, com escalações repletas de “cabeças de área”, verdadeiras apologias à retranca.

O problema é grave e vem desde as categorias de base, onde a preferência por “marcadores trogloditas” inibe a formação dos meias armadores tradicionais. Não é a toa que a criatividade das equipes de vários clubes tradicionais esteja a cargo de jogadores estrangeiros, sem contar o Conca, principal responsável pelo título de 2010.    

Os recentes resultados obtidos pela Seleção são provas incontestes de que o futebol brasileiro virou refém da praga dos volantes em excesso.

A exceção fica por conta do Cuca, que sempre arma esquemas ofensivos e que certamente ainda obterá títulos de expressão se algum dia conseguir deixar de lado o “complexo de vira-lata chorão”.

Tite poderia ser outra opção, porque apesar de também ser um apologista de jogar recuado, não costuma formar “panelinhas” e com isso escala sempre os atletas em melhores condições técnicas.

Além do mais, não dorme nos louros da vitória, procurando sempre reforçar a sua equipe, como ocorreu recentemente quando foi buscar três jogadores para o time titular, deixando no banco alguns de seus campeões mundiais.

Tê-lo no Fluminense, porém, é coisa praticamente impossível, visto estar arraigado ao Corinthians, clube da moda, querido da CBF, protegido da mídia e até de Brasília, a ponto de presenteá-lo com um estádio, a maior parte construída à custa do dinheiro público.

A meu ver, portanto, a substituição do Abel não é garantia para conquistas, a menos que a diretoria pudesse buscar alguém em plagas estrangeiras e que chegasse com táticas mais modernas.

No momento atual, talvez mais eficaz seja uma “chacoalhada” do presidente na comissão técnica com o objetivo de extinguir a categoria de “titulares perpétuos protegidos”, que só serve para colocá-los numa zona de conforto deletéria para o clube.

Aliás, o comprometimento exagerado de Abel com alguns atletas chega ao ponto de evitar que os eventuais substitutos tenham qualquer chance no time titular.

O fato é repetido à exaustão e ocorrerá novamente amanhã contra o Audax, como pode ser notado pela escalação divulgada, que mais uma vez não contará com nenhum meia armador.

Nem as declarações de Wagner, ao saber que seria o responsável pelas funções do Thiago Neves e transcritas a seguir, serviram para sensibilizar o treinador que, ao ter o Deco vetado, voltou atrás, preferindo improvisar e insistir que a criatividade do meio de campo ficasse a cargo do atacante.
 - "Estou acostumado a jogar desta maneira. Foi assim que tive os melhores anos na minha carreira, como no Cruzeiro. É bom ter liberdade e poder encostar na frente até com a possibilidade de finalizar” – afirmou Wagner.
A entrada de Rhayner contraria, inclusive, a tônica defendida pelo Abel de que manteria sempre o mesmo esquema de jogo.

Ora, para mantê-lo a solução óbvia seria a entrada de Felipe no lugar de Deco, principalmente numa ocasião em que o meia teve atuação destacada em todos os treinamentos da semana.

Não há como entender a linha de raciocínio de Abel, a não ser a influencia que uma eventual atuação brilhante de Felipe poderia ter na titularidade de Edinho, se algum dia o Deco readquirir as condições ideais.

Outro ponto a considerar é que a categoria de “titulares perpétuos” compromete os planejamentos futuros, ensejando que a comissão técnica solicite apenas contratações pontuais e para composição de elenco, além de contribuir para a renovação de contratos de atletas sem condições de serem titulares em nenhum clube de ponta do país.

Como tricolor verdadeiro, torço para que minhas suposições estejam erradas, apesar das ações de nosso treinador até agora terem demonstrado o contrário.

O fato de Felipe ter sido relacionado para o banco pode ser um indicativo que a teimosia de Abel esteja se dissipando. Quem sabe acontece um milagre de João de Deus?


E DÁ-LHE FLUZÃO!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Fluminense 1 x 1 Huachipato. Liderança mentirosa!

"Que dureza jogar com essa defesa", parece dizer a
expressão de Thiago Neves.       (foto: Globoesporte.com)


Outra noite frustrante, empatar com uma equipe fraquíssima não passava pela cabeça de nenhum tricolor.

Mas o Fluminense jogou bem, fez um primeiro tempo primoroso, arguirão alguns.

Será que jogou mesmo? O adversário não existe, provavelmente não conseguiria vencer o último colocado do nosso combalido estadual.

Não se trata de apenas criticar, mas é preciso realmente avaliar as intrincadas conexões que transformam um time vencedor num que perde ou empata com frequência.

Comecemos pelas palavras do Abel na coletiva:
 “- O time é o mesmo, o treinador é o mesmo, a filosofia de trabalho é a mesma... No ano passado sofríamos muito para vencer e em 2013 de repente estamos sofrendo menos. Mas a grande diferença é que ganhávamos mais do que estamos ganhando hoje. Não sei o porquê. Até esperamos alguns jogadores adquirirem melhor ritmo de jogo. O Gum, por exemplo, não foi bem contra o Vasco e diante do Huachipato voltou a jogar bem”.

Preocupa-me sobremodo o fato do nosso treinador não ter a mínima noção do porque o time não consegue mais vencer. A resposta é óbvia e não carece de maiores reflexões.

Gum esteve melhor do que contra o Vasco porque seria impossível jogar pior, mas voltou a falhar no gol do Huachipato já que teve a chance de isolar a bola antes mesmo do drible desconcertante sobre o Edinho.

Nossa defesa sempre foi fraca, os laterais, o miolo da zaga e o “cabeça de área” _ prefiro “cabeça de bagre” _ agora com o pomposo apelido de primeiro volante.

Mas foi a menos vazada e o time ganhava.

Verdade, mas por que conseguia ganhar?

Simples, porque dispunha de Cavalieri numa fase esplendorosa, de Deco, na plenitude de sua forma, um meia armador inigualável.

Dispunha também de Fred e Wellington Nem em estados de graça. Atacantes que não tomavam conhecimento de seus marcadores, qualquer que fosse o local das disputas.

Aliem-se a esses fatores as consistentes atuações de Jean e Thiago Neves, que ajudavam a empurrar o time para frente.

As habilidades desses seis serviram para aplacar as deficiências dos demais. Só um exemplo para aqueles de não tão boas memórias: o jogo do título. Dois cruzamentos e um escanteio, partidos da direita, que propiciaram o empate; a virada do Palmeiras só não veio em face de mais uma intervenção milagrosa de Cavalieri.

O quadro hoje é diferente: Cavalieri ainda é muito bom, mas não opera os milagres de outrora, Deco é um arremedo do que foi no ano passado e os demais ainda pecam pelas condições físicas.

Fato normal se for levado em consideração que quatro deles: Deco, Fred, Wellington Nem e Thiago Neves não participaram da pré-temporada, ou se participaram, o fizeram apenas parcialmente.

Além disso, os defensores literalmente “comiam a grama” e se doavam ao máximo, o que não ocorreu ainda nessa temporada.

É entrevista pra cá, entrevista pra lá, ambições de convocações para seleção e por aí vai.

Outro ponto importante é que o futebol de Wellington Nem deixou de ser solidário, não interessando a possibilidade de existir um companheiro melhor posicionado. O negócio dele tem sido tentar o gol SEMPRE, mesmo em lances sem ângulo apropriado para conclusão.

Ontem mesmo os passes para Fred foram negados em duas oportunidades claras de gol. E como dizia um rato conhecido: “a bola pune”!

Abel também não concorda com as alegações que os adversários já conhecem o estilo de jogo do Fluminense e, manifestando contrariedade, declarou:
“Não concordo. O adversário sabendo como jogamos veio de uma forma no primeiro tempo. Tivemos até jogada de gol com o Jean entrando pela meia esquerda. É muito simplista agora depois do resultado. Quem gosta de ver futebol, viu um futebol brilhante no primeiro tempo. Nós caímos um pouco, eles melhoraram um pouco, nós não conseguimos matar o jogo, e acabamos pecando.”

Impossível concordar com a assertiva do treinador, primeiro porque embora tenha jogado bem, o futebol apresentado ficou longe de ser brilhante.

Empatamos, poderíamos ter perdido não fossem dois erros de arbitragem: o carrinho com o pé sobre a bola dado pelo Edinho num atacante chileno, após uma saída errada do Digão, lance passível de cartão vermelho e o pênalti não marcado, que provavelmente daria a vitória aos chilenos.

O pior de tudo, entretanto, é que o estilo de jogo atual não passa de uma variante do “Muricyboll”, ou seja, bico para frente que os atacantes se viram.

Naquele tempo, tínhamos o Conca, que arredondava as jogadas; ano passado, o Deco. Hoje não temos ninguém e a consequência é a volta da bola, quase sempre pegando a defesa desarrumada.

Entendo, porém, que nada poderá ser feito para mudar esse estilo, enquanto tivermos defensores que não saibam sair jogando.

Abel deixou transparecer que poderá fazer mudanças na equipe e a insatisfação demonstrada com as atuações de Deco e Bruno sinaliza para as possíveis voltas de Wellington Silva e Wagner, ou seja, as alterações de sempre e que em nada têm contribuído para melhorar o estilo de jogo e a efetividade da equipe.

E é aí que aumenta a minha preocupação quanto à sequência da competição, preocupação essa que me faz retroceder a 2008, porque depois de eliminar São Paulo e Boca, o título da Libertadores era a consequência natural.

Na fase de classificação, o Fluminense já tinha batido o outro finalista, a LDU, no Maracanã e empatado no Equador.

Mas a vitória não veio e nada me tira da cabeça que por culpa exclusiva de Renato Gaúcho, o técnico que apadrinhava o seu pupilo Ygor, de amargas lembranças para a Torcida Tricolor.

A ligação entre os dois era tamanha que para mantê-la Renato teve a coragem de barrar Dodô, o melhor atacante da equipe.

O final da história é conhecido por todos: Ygor falhou nos dois jogos decisivos e a taça foi para um time muito inferior.

E o que teria Abel com isso?

A manutenção do mesmo estilo. Se por um lado Renato usou o nepotismo para manter seu privilegiado, Abel por sua vez pratica uma espécie de “nepotismo múltiplo”, tanto são os seus apadrinhados.

E, a meu ver, um dos modos que tem para manter o “status” é evitar que os substitutos melhorem suas condições físicas, barrando-os até mesmo do banco de reservas.

E aí o que temos é o de sempre: sai Bruno, entra Wellington Silva, ou pior: sai Bruno, desloca Jean; sai Deco, entra Wagner, enquanto Edinho, Carlinhos, etc. nunca saem.

A luz no fim do túnel é que agora temos um presidente que costuma posicionar-se e dar umas duras em comissões técnicas teimosas.

Quando questionou Muricy sobre a pífia campanha de 2011, o mimado treinador inventou a polêmica dos ratos e pediu o boné.

Recentemente, Siemsen deu uma chamada no Abel, sinal de que não está satisfeito com a situação atual.

Quem sabe agora, os rachões de fim de tarde não sejam abolidos, ou pelo menos minimizados em prol de treinamentos mais adequados a eliminar as deficiências do elenco e multi-nepotismo não seja reduzido?

Tomara, porque não acho que a solução passe pela saída do Abel, principalmente porque os técnicos brasileiros em sua maioria pensam da mesma forma.

A exceção fica por conta do Cuca, mas que enquanto não deixar de lado a pecha de chorão perseguido não conseguirá ganhar nenhum título expressivo.

Que o toque do Peter seja absorvido e faça com que Abel reflita sobre algumas questões, tais como:

  • Por que não dar nova chance ao Valencia?
  • Por que não escalar o Felipe no time titular desde o início, pelo menos uma vez?
  • O que falta para concluir que Wagner não é e nunca foi meia de ligação?
  • Por que desarrumar ainda mais o meio de campo, insistindo em deslocar o Jean se o clube tem no elenco mais dois laterais direitos?


REAJA FLUZÃO!


DETALHES:

Fluminense 1 x 1 Huachipato (CHI)

Local: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ); Data: 6/3/2013
Árbitro: Germán Delfino (ARG)
Auxiliares: Diego Bonfa (ARG) e Gustavo Rossi (ARG)
Gols: Fred, aos 30' do primeiro tempo e Nuñez, aos 25 'do segundo.
Cartões Amarelos: Carlinhos e Digão

Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno (Rhayner, 32'/2ºT), Gum, Digão e Carlinhos; Edinho, Jean e Deco (Wagner, 24'/2ºT); Thiago Neves (Samuel, 47'/2ºT), Wellington Nem e Fred - Técnico: Abel Braga.
Huachipato: Veloso; Aceval, Labrín (Contreras, Intervalo), Muñoz e Crovetto; Nuñez, Yedro, Rodríguez (Arrué, 22'/1ºT) e Reyes; Falcone (Llanos,19'/2ºT) e Brian Rodríguez. - Técnico: Jorge Pellicer

domingo, 3 de março de 2013

Fluminense 2 x 3 Vasco da Gama. Sem comentários!

A comemoração que de nada adiantou.  (foto: Cleber Mendes / Lancepress)


Não há muito que comentar quando os fatos por si só se explicam.

Não é de hoje que comentaristas, tricolores ou secadores batem sempre na tecla de que a defesa tricolor mais parece um queijo suíço.

Conseguiu por duas vezes ser a menos vazada nos campeonatos nacionais de 2010 e 2012 é verdade, simplesmente pelo fato de na maioria dos jogos, ter apresentado goleiro, meio de campo e ataque exuberantes.

Agora, a queda acentuada do Deco, cujas atuações não chegam nem perto daquelas realizadas no ano passado, a ausência de um substituto a altura e a falta de ritmo de Wellington Nem e Fred nesse início de temporada foram suficientes para demonstrar que é muito fácil ganhar do Fluminense.

A derrota para o Grêmio já tinha sido o aperitivo e a perda da classificação para o time do Vasco, sem desmerecer a grandeza do clube, formado esse ano praticamente de um "cata-cata", dispensa qualquer avaliação adicional.

A zaga, ou seja, Gum falhou em dois gols. No primeiro errou duas vezes, cortando mal uma bola, lance parecido com aquele contra o São Paulo no campeonato passado, só que dessa vez com a cabeça e a seguir não conseguindo sequer acompanhar o Bernardo para pelo menos atrapalhar a sua conclusão.  

No terceiro gol, deixou Dedé livre para completar um cruzamento com um chute rasteiro, coisa difícil de ver.

Na entrevista, ao ser perguntado sobre os erros de marcação, Abel se eximiu de falar sobre falhas individuais em público, dizendo que iria debater o assunto internamente e que todos os atletas tinham crédito com ele.

É... também acho que tenha sido uma boa resposta. Só não acho justo crucificar somente o Gum pela derrota.  Já é de conhecimento geral que sem cobertura, ele é um desastre.

Nossos laterais contribuíram e muito para os gols vascaínos. Não sabem marcar, costumam tentar cercar os adversários e mesmo assim de longe, o que faz qualquer cruzamento sobre a área tricolor se transformar numa arma letal.

Nem é preciso adversário diferenciado, basta que qualquer um caia pelas laterais, direita ou esquerda, para ter uma avenida pela frente para fazer a jogada. Pode parar, pensar e repensar a jogada, porque sempre terá a certeza absoluta de que a marcação jamais o irá incomodar.

É inadmissível que se permitia dois cruzamentos sobre a área a dez minutos do fim depois do time ter obtido uma virada, que seria épica.

Abel tem que treinar muito esses laterais. Acho até que seria melhor passar a utilizar dois homens de marcação que não permitissem tanta facilidade para cruzamentos do que laterais que atacam sem objetividade e deixam demasiados espaços as suas costas.

Thiago Neves aos poucos volta a sua forma e comprova que não existe no elenco  ninguém em condições de ameaçar a sua titularidade, apesar da impaciência de alguns críticos inveterados.

Já quanto a Wagner, mais uma prova de não ser homem de criação. Tem sua utilidade, mas nunca para comandar a criatividade do meio de campo.

Urge que Abel repense a situação de Felipe, afinal ele foi contratado para suprir as ausências de Deco, mas sem jogar nunca terá condições físicas para entrar no time.

Contudo, nem tudo está perdido. Ainda existe a Taça Rio para a tentativa do bi.

Só não podemos é dar o mesmo mole contra os times pequenos, porque é muito mais confortável jogar com a vantagem do empate.

Além do mais, o foco agora está no Huachipato, adversário da próxima quarta-feira, quando qualquer resultado que não a vitória é inimaginável.

Espero que em vez de “rachões”, Abel treine posicionamento para a defesa e repense a formação do meio de campo, lembrando que nome não ganha jogo.

E para terminar, um recado para Peter e Celso: não desprezem o Conca, porque sem ele o penta brasileiro será impossível.

E DÁ-LHE FLUZÃO!


DETALHES:

Fluminense 2 x3 Vasco da Gama

Estádio: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ); Data: 02/03/2012
Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Auxiliares: Wagner de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço Massara (RJ)
Gols: Bernardo, aos 24';  Thiago Neves, aos 32';  Wellington Nem, aos 35';  Romário, aos 38' e Dedé, aos 41' do segundo tempo.
Cartão amarelo: Wellington Nem

Fluminense: Diego Cavalieri, Bruno (Wellington Silva, Intervalo), Gum, Anderson (Rhayner, 28'/2ºT) e Carlinhos; Edinho, Jean e Deco (Wagner, 20'/2ºT); Wellington Nem, Thiago Neves e Fred - Técnico: Abel Braga.

Vasco da Gama: Alessandro, Nei, Dedé, Renato Silva e Thiago Feltri (Romário, 38'/2ºT); Abuda (Fellipe Bastos, 28'/2ºT), Wendel, Pedro Ken e Carlos Alberto; Bernardo e Eder Luis (Dakson, 36'/2ºT) - Técnico: Gaúcho.