Desandou de vez!
A cada
semana que passa fica mais difícil expressar o sentimento sobre a situação
atual do meu Tricolor.
São tantos os desmandos dos dirigentes
e principalmente da comissão técnica que não sobra matéria alguma que sirva
para enaltecer as glórias do clube tantas vezes campeão.
O
presidente, deitando nos louros do sucesso de 2012, passou a se preocupar
prioritariamente com os assuntos de natureza financeira, jurídica, política e
administrativa, todos de inegável relevância sem dúvida alguma.
O
problema é que deixou a essência do clube, a sua razão de ser, o futebol, ou melhor, a
eficiência dele a cargo de pessoas de competência duvidosa, cujos resultados
desastrosos do ano tanto no estadual, na Libertadores e nesse início de
Brasileiro são provas incontestes.
A
começar pela falsa ideia apregoada da força do elenco.
Esqueceram
que o desempenho extraordinário na conquista do tetra deveu-se exclusivamente a
meia dúzia de craques extraclasse,
cujas habilidades superiores serviram para mascarar a mediocridade dos demais.
Inegável
dizer que não fossem as atuações de Cavalieri, Jean, Wellington Nem, Fred,
Thiago Neves e alguns lampejos de Carlinhos e Rafael Sobis, é possível que até
a classificação para a Libertadores
não tivesse sido
obtida.
Cabe
acrescentar que dos adversários mais fortes o Corinthians dedicou quase todo o tempo ao
preparo da equipe para as conquistas da Libertadores e do Mundial e o Atlético
Mineiro ainda não tinha aprendido a jogar em campos de dimensões maiores que as
do esmirrado Independência.
Confiantes
no mito do elenco extraordinário Caetano e Sandrão começaram a planejar de
forma equivocada o grupo para 2013.
A
começar pela renovação de Diguinho por duas temporadas, sem perceberem que
existia um volante de melhor qualidade disponível no mercado e que acabou sendo
contratado pelo Santos,
praticamente sem custo algum.
Aqueles
que acompanharam a brilhante trajetória na Libertadores de 2008 certamente
sabem de quem se trata. Caetano e Sandrão, provavelmente não.
Abel
talvez saiba, mas tal contratação poderia causar a dispensa de um
de seus amiguinhos do
peito.
Depois
começaram as ações para a negociação das estrelas. Tentaram empurrar Welington
Nem desde o
início do ano e de tanto
insistir conseguiram convencê-lo a deixar o clube,
liberando-o para um mercado de segunda linha por um preço ridículo.
Abel,
que agora declara sentir
sua falta, teve sua culpa na transação ao declarar que existia no próprio
elenco substituto à altura, referindo-se a Marcos Junior, ao qual deu
pouquíssimas chances de atuar.
Depois
foi Thiago
Neves, igualmente negociado a
preço vil e agora tentam empurrar o Samuel, provavelmente por valor equivalente
a pouco mais de uma dúzia de bananas nanicas.
Não
que Samuel seja o craque dos sonhos da torcida. É bem limitado até, mas é o único que poderá
suprir um pouco as constantes ausências do Fred, agora titular absoluto da
seleção.
Tudo isso sem citar a preferência de
manter um desgastado Deco em detrimento de um esforço maior pelo retorno do
Conca, sem dúvida alguma o atleta que mais se identificou e se doou pelo clube
pelo menos nos últimos vinte anos.
Negligenciaram a contratação de um
zagueiro de qualidade confiando em demasia na informação do técnico, cuja
proteção exacerbada aos seus pupilos salta às vistas.
Questionados recentemente sobre a
fragilidade dos zagueiros respondem cinicamente que essa mesma defesa foi
campeã de 2010 e 2012, esquecendo-se de que os mesmos erros bizarros que perduram
até hoje ficaram encobertos pelas atuações fora de série de Cavalieri.
A
esperança é que Peter Siemsen acorde do sonho
megalomaníaco e assuma de alguma forma a responsabilidade sobre o futebol, único modo para que
os desmandos desapareçam ou pelo menos diminuam. Se o clube tiver que negociar
algumas de suas revelações que o faça, mas de forma vantajosa como ocorre nos principais rivais.
Sobre
a pífia campanha nessas oito primeiras rodadas, a meu ver a causa maior é a
acomodação assustadora do Abel Braga.
E sob
esse aspecto, considero-me a cavaleiro para criticá-lo por ter sido esse espaço
um dos mais ferrenhos defensores de sua contratação, ainda que com a
necessidade da espera de três para a sua chegada.
Valeu
a espera, Abel correspondeu com as conquistas dos títulos estadual e nacional,
embora as vitórias realmente convincentes, sem sufoco, tenham sido muito poucas.
A
partir do tetra, Abel cometeu o erro fatal que acontece com a maioria dos
técnicos “paizões” ao permitir que a amizade passasse a
prevalecer na escolha dos titulares, o que culminou com a criação das
indesejáveis panelinhas.
Com
elas acontece sempre o mesmo: alguns são sempre titulares não importando as
repetidas pixotadas que façam em campo, enquanto outros, mesmo treinando
melhor, só servem para esquentar o
banco algumas vezes e normalmente só
entram quando o jogo já está perdido
e mesmo assim por parcos minutos.
Hoje,
porém, tenho a certeza de que o treinador perdeu a mão. O time continua sem
padrão de jogo definido, os titulares vitalícios acomodados com a garantia
quase que absoluta de que jamais serão sacados do time não importando quantas
desastradas atuações apresentem.
As
falhas bizarras contra o Vasco, que revoltaram o treinador, nada mais nada
menos foram que repetições dos mesmos erros observados contra Internacional,
Portuguesa e Coritiba.
Aqui é
preciso separar o joio do trigo. Quando craques falham, sabe-se que em muito
pouco tempo eles conseguem dar a volta por cima. É o caso de Cavalieri, que
brilhou no domingo passado.
Fred teve uma expulsão infantil, mas
tem crédito suficiente e certamente voltará a brilhar.
E quanto a Digão, Gum, Edinho,
Diguinho e outros? Para jogadores desse tipo as recuperações costumam ser
penosas e demoradas.
Aliás, até agora não consegui entender
o porquê da titularidade inquestionável do Digão. Temo que tenha algo a ver com
a participação da Traffic em seus direitos econômicos, afinal cachorro mordido
de cobra tem medo de linguiça.
Quanto ao esquema tático adotado esse
ano, está mais do que provado que ele não funciona com o perfil dos atuais
atletas. Os resultados não mentem.
O time vencedor tinha Fred, Wellington
Nem e dois meias de ligação, ainda que muitas vezes atacantes tenham sido
escalados na função.
Hoje, com a equipe enfraquecida abrir
mão de um meia na esperança que a defesa consiga evitar os gols adversários é
uma decisão sem o mínimo de bom senso.
As lambanças vêm ocorrendo desde os
jogos contra os fracos adversários do estadual e desde então esse blog vem
chamando atenção para o fato.
Todos conseguem ver menos o nosso
pomposo treinador, que não tenta nada de novo e mantém sempre o mesmo onze e aquelas substituições de algibeira.
Outra questão que precisa ser esclarecida
pela comissão técnica é o porquê da aprovação da contratação de Felipe se não
havia a menor intenção de utilizá-lo.
Felipe foi contratado para ser o
substituto imediato do sempre lesionado Deco e na maioria dos jogos não chegou
a ser relacionado nem para o banco de reservas.
Como consequência, jamais conseguiu
alcançar a plenitude da forma e tornou-se um peso morto no elenco.
Na volta do intervalo do jogo contra o
Vasco, Abel esbravejou: "Não
dá para pensar". "Viu o gol que
tomei?" "São falhas pontuais que não existem. Tenta botar a bola pela
lateral, chutar longo, meter no Fred. Novamente tomamos um gol fácil desses,
oferecemos o gol aos adversários". “Essa é a tônica dos
jogos do Fluminense”. – “São falhas pontuais, que não podem acontecer”.
Curioso saber que embora reconheça as
constantes falhas individuais o treinador mantém seus intocáveis em campo,
talvez comungando da teoria de que é melhor perder os jogos do que perder os
amigos.
Gabou-se também de ter dado chances
aos jovens de Xerem. Quais? Quem ele fez titular?
À exceção de Digão que já estava na
equipe desde 2009, o que se tem visto em campo são jogadores formados em outros
clubes e que não tem conseguido reverter a situação desde o início do ano.
Os
jovens são pouco aproveitados e geralmente em situações de difícil reversão.
O
clube poderá acabar perdendo jovens promissores, como aconteceu com Tartá e
está prestes a acontecer com Higor e Lucas Patinho, preteridos pela comissão
técnica.
Ainda sobre os juniores, Abel
declarou: “Se eu sair vou deixar muitos órfãos. Muito
menino ali”.
Ao que gostaria de acrescentar... E se não sair irá
deixar muitos
enfartados... De raiva.
Se providências drásticas e corajosas
não forem tomadas, teremos na próxima rodada mais uma derrota e a provável
queda para a zona de rebaixamento.
Se isso acontecer, esse blog, cansado
de protestar em vão, entrará em recesso até a situação mudar.
Mas como os “malas” passam e o clube é perene:
DÁ-LHE FLUZÃO!
DETALHES:
Fluminense
1 x 3 Vasco
Local: Maracanã,
Rio de Janeiro (RJ); Data: 21/07/2013.
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistentes: Dilbert Pedrosa (RJ) e Luiz Antonio Muniz de Oliveira
(RJ)
Gols: Juninho, aos 16' do primeiro tempo;
André, aos 33'';
Carlinhos, aos 11' e Tenório, aos 37' do segundo.
Cartões amarelos: Digão
e Rafael Sobis
Cartões vermelhos: Fred e
Digão
Fluminense: Diego
Cavalieri; Bruno, Gum, Digão e Carlinhos; Edinho (Marcos Junior), Jean, Wagner e Deco (Rhayner); Rafael Sobis e Fred. Técnico: Abel Braga
Vasco: Diogo Silva; Nei, Jomar, Rafael Vaz e
Henrique (Filipe Soutto); Sandro Silva, Wendel, Pedro Ken e Juninho
Pernambucano (Fábio Lima); Eder Luis (Tenório) e André. Técnico: Dorival Júnior