Sobis e Lanzini, do banco para a vitória. (foto: Terra.com.br / AP) |
O jogo foi monótono. Os jogadores, à exceção do Wellington Nem, pareciam estar desmotivados, ninguém querendo nada.
Nem mesmo o fato do Zamora não demonstrar apetite para a vitória serviu de estímulo ao Fluminense para atacar.
A equipe ficou plantada quase a totalidade do tempo, passando a bola de um lado para o outro e o que é pior em sua zona de defesa, o que é um verdadeiro perigo quando é sabido que o setor não conta com atletas que primam pela habilidade.
Pode ser que o estado escorregadio do gramado tenha assustado os atletas que resolveram não correr riscos de contusões.
Mas a despeito do jogo feio, o que interessa são os doze pontos conquistados, façanha não conseguida por nenhum dos papões queridinhos da mídia.
De que adiantou a Hungria de 1954, a Holanda de 1974 e 1978 e o Brasil de 1950 e 1982 apresentarem um futebol fantástico e não conseguirem ser campeões?
Vencer jogando bonito é o ideal, mas entre vencer jogando feio e perder jogando bonito, prefiro a primeira opção.
E por isso mesmo, a Torcida Tricolor tem é que comemorar e lotar o Engenhão no próximo confronto com o Boca Juniors para confirmar o primeiro lugar geral.
E para aqueles que desdenharam da força do atual campeão argentino, torço apenas para que seus clubes preferidos o encontrem nas oitavas.
Portanto, amigos tricolores é hora de comemorar a liderança absoluta dentre os trinta e dois clubes que disputam a Libertadores desse ano.
É certo que o time não poderá mais realizar apresentações tão fracas como a da noite de ontem, mas basta mostrar a vontade exibida na Bombonera para que o caneco dessa vez venha para as Laranjeiras.
O jogo
Mesmo atuando em casa o Zamora manteve postura idêntica a do jogo do Engenhão.
Recuado desde o início, praticamente não deu trabalho a Cavalieri, um espectador privilegiado.
A maior posse de bola tricolor, entretanto, não surtiu efeito face à lentidão com que se apresentaram seus atletas.
Velocidade mesmo só com Wellington Nem, que por duas vezes assustou o adversário, a primeira aos doze minutos com um chute defendido por Forero e logo depois quando sofreu penalti do goleiro, ignorado pela arbitragem.
Fred ainda teve uma chance clara, após receber passe preciso de Deco, mas tentando encobrir o goleiro chutou por cima do travessão.
A rigor, apenas uma vez a meta tricolor chegou a ser ameaçada, quando aos vinte e três minutos Zambrano recebeu livre da direita e chutou por cima.
O panorama não se modificou na segunda etapa. O Fluminense tentava pressionar, mas falhava constantemente no último passe.
Chance real mesmo só aos vinte e três minutos quando Fred querendo fazer um gol “à La Barça” perdeu a bola do jogo e permitiu que um zagueiro salvasse quase em cima da linha.
O jogo se arrastava para um decepcionante zero a zero quando Abel resolveu dar uma sacudida no time, sacando Thiago Neves e Wellington Nem, que a aquela altura já não conseguia atacar com a mesma eficiência.
Entraram Lanzini e Rafael Sobis, que acabaram sendo os protagonistas da vitória. Lanzini numa bela arrancada sofreu falta nas imediações da grande área, cobrada com maestria por Sobis. Era o gol da liderança absoluta, aos trinta e três minutos.
A partir daí, algumas escaramuças foram tentadas, todas infrutíferas.
Rafael Moura entrou no lugar de Fred, mas não teve tempo para aparecer.
Destaque para os torcedores que enfrentaram uma verdadeira maratona para apoiar o time.
(foto: Tera.com.br / Dhavid Normando / Photocamera) |
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E DÁ-LHE FLUZÃO!
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Valeu Millôr!
Há que se registrar a perda de mais um ilustre tricolor, ocorrida no último dia 29.
Millôr Fernandes, torcedor emérito, que deve ter assistido lá do céu a mais uma vitória do nosso Fluminense ao lado de Nelson Rodrigues, Mario Lago, Telê Santana e uma infinidade de gente de bom gosto.