sábado, 16 de março de 2013

As incríveis incoerências de Abel.




A colher de chá dada por Roberto Sander, ao publicar em seu blog o nosso desabafo sobre a desastrosa apresentação do Tricolor contra o Huachipato, possibilitou um debate sadio sobre o atual desempenho do Fluminense.

Os mais de duzentos comentários postados no blog do ilustre tricolor demonstraram que a maioria dos torcedores anda com um “pé atrás” com o nosso treinador.

Boa parte deles sugeriu a troca e alguns chegaram até a incitar ações baderneiras e violentas, totalmente desprovidas de bom senso.   

Não acho que a solução passe pela substituição do Abel, principalmente pelo fato de que praticamente a totalidade dos técnicos brasileiros igualmente preferir os tais esquemas cautelosos, com escalações repletas de “cabeças de área”, verdadeiras apologias à retranca.

O problema é grave e vem desde as categorias de base, onde a preferência por “marcadores trogloditas” inibe a formação dos meias armadores tradicionais. Não é a toa que a criatividade das equipes de vários clubes tradicionais esteja a cargo de jogadores estrangeiros, sem contar o Conca, principal responsável pelo título de 2010.    

Os recentes resultados obtidos pela Seleção são provas incontestes de que o futebol brasileiro virou refém da praga dos volantes em excesso.

A exceção fica por conta do Cuca, que sempre arma esquemas ofensivos e que certamente ainda obterá títulos de expressão se algum dia conseguir deixar de lado o “complexo de vira-lata chorão”.

Tite poderia ser outra opção, porque apesar de também ser um apologista de jogar recuado, não costuma formar “panelinhas” e com isso escala sempre os atletas em melhores condições técnicas.

Além do mais, não dorme nos louros da vitória, procurando sempre reforçar a sua equipe, como ocorreu recentemente quando foi buscar três jogadores para o time titular, deixando no banco alguns de seus campeões mundiais.

Tê-lo no Fluminense, porém, é coisa praticamente impossível, visto estar arraigado ao Corinthians, clube da moda, querido da CBF, protegido da mídia e até de Brasília, a ponto de presenteá-lo com um estádio, a maior parte construída à custa do dinheiro público.

A meu ver, portanto, a substituição do Abel não é garantia para conquistas, a menos que a diretoria pudesse buscar alguém em plagas estrangeiras e que chegasse com táticas mais modernas.

No momento atual, talvez mais eficaz seja uma “chacoalhada” do presidente na comissão técnica com o objetivo de extinguir a categoria de “titulares perpétuos protegidos”, que só serve para colocá-los numa zona de conforto deletéria para o clube.

Aliás, o comprometimento exagerado de Abel com alguns atletas chega ao ponto de evitar que os eventuais substitutos tenham qualquer chance no time titular.

O fato é repetido à exaustão e ocorrerá novamente amanhã contra o Audax, como pode ser notado pela escalação divulgada, que mais uma vez não contará com nenhum meia armador.

Nem as declarações de Wagner, ao saber que seria o responsável pelas funções do Thiago Neves e transcritas a seguir, serviram para sensibilizar o treinador que, ao ter o Deco vetado, voltou atrás, preferindo improvisar e insistir que a criatividade do meio de campo ficasse a cargo do atacante.
 - "Estou acostumado a jogar desta maneira. Foi assim que tive os melhores anos na minha carreira, como no Cruzeiro. É bom ter liberdade e poder encostar na frente até com a possibilidade de finalizar” – afirmou Wagner.
A entrada de Rhayner contraria, inclusive, a tônica defendida pelo Abel de que manteria sempre o mesmo esquema de jogo.

Ora, para mantê-lo a solução óbvia seria a entrada de Felipe no lugar de Deco, principalmente numa ocasião em que o meia teve atuação destacada em todos os treinamentos da semana.

Não há como entender a linha de raciocínio de Abel, a não ser a influencia que uma eventual atuação brilhante de Felipe poderia ter na titularidade de Edinho, se algum dia o Deco readquirir as condições ideais.

Outro ponto a considerar é que a categoria de “titulares perpétuos” compromete os planejamentos futuros, ensejando que a comissão técnica solicite apenas contratações pontuais e para composição de elenco, além de contribuir para a renovação de contratos de atletas sem condições de serem titulares em nenhum clube de ponta do país.

Como tricolor verdadeiro, torço para que minhas suposições estejam erradas, apesar das ações de nosso treinador até agora terem demonstrado o contrário.

O fato de Felipe ter sido relacionado para o banco pode ser um indicativo que a teimosia de Abel esteja se dissipando. Quem sabe acontece um milagre de João de Deus?


E DÁ-LHE FLUZÃO!

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