(foto: Paulo Sergio / LANCE!Press) |
Tricolores como eu acostumados a façanhas extraordinárias
devem estar sofrendo ao processo dicotômico que se apresenta no momento atual.
Se a paixão pelo Fluminense nos faz torcer para que a
equipe se saia bem nesse falido campeonato carioca, a razão nos sinaliza para a
realidade cruel que a eventualidade desse título poderá representar uma forte
ameaça para mais uma participação na série B nacional.
Notem que não me refiro à possibilidade de ser campeão do
campeonato brasileiro que se aproxima, ou mesmo a disputa por uma vaga na
Libertadores e sim ao horror de uma vez mais ter que lutar contra times
fraquíssimos com o objetivo único de permanecer na elite.
A situação se torna mais angustiante quando renomados
tricolores, como o amigo João Garcez, pautam seus comentários com ênfase na
sobrevida que os três pontos obidos a duras penas garantiram para o nosso
treineiro.
A vitória foi conseguida, é verdade, mas de modo tosco,
sem o mínimo de criatividade e muito mais pela pressão da torcida do que pelas
virtudes de Cristóvão.
A desorganização defensiva parece ser um problema
insolúvel. Ontem, Henrique foi o protagonista da primeira pixotada ao errar a
saída de bola que resultou em gol do Resende, anulado pela afobação de Jhulliam
que se adiantou poucos centímetros antes de receber o passe final.
Henrique ainda foi o autor de uma cabeçada contra a meta
tricolor que só não foi convertida graças à defesa de Cavalieri com as pontas
dos dedos.
O zagueiro, porém, não pode ser o responsável único pelo
descompasso da defesa. Victor Oliveira, que já havia feito o pênalti desnecessário
contra o Vasco, perdeu infantilmente para Gabriel, que desperdiçou a chance chutando
na trave esquerda de Cavalieri.
A vulnerabilidade nas laterais, principalmente na esquerda,
é outro ponto fraco da equipe.
O ataque com Fred isolado é outra opção difícil de
engolir.
Em suma, o futebol apresentado foi ruim demais e não anima
nem o mais otimista dos torcedores a achar que jogando desse modo algum sucesso
será alcançado no decorrer do ano.
A única esperança agradável foi a participação do Gerson,
que mesmo escalado fora de sua posição de origem, mostrou desenvoltura. Não
errou passe algum e ainda avançou sempre que teve chance. Sem dúvida alguma o mais
lúcido do meio de campo.
Com a volta do Edson é torcer para Cristóvão não inventar
e deixá-lo no lugar do inoperante Vinicius.
A destacar também a pressão da torcida exigindo a presença
de Walter, que mesmo com aparência de baiana de escola de samba é mais objetivo
que Kenedy, como mostrou no lance que deu origem ao gol de Wellington Silva.
Ao final, a catilinária de
sempre nas avaliações de Cristóvão:
– “O nosso time vinha de duas derrotas e precisávamos vencer. O objetivo foi alcançando e ainda voltamos para zona de classificação. Não foi das melhores partidas, mas já jogamos bem piores do que isso. Tivemos derrotas seguidas e oscilamos, mas agora vencemos, que era mais importante que jogarmos bem”.
_ “Temos consciência do que está acontecendo. O que estamos sofrendo é um processo natural por tudo que mudou. E isso requer tempo. Só que no futebol, o tempo é para ontem. É preciso ter resultados. A equipe tem condições, mas é preciso ter paciência”.
Difícil crer como
pessoas inteligentes fazem coro com declarações desse tipo e passam a concordar
que a falta de organização tática é devida pura e simplesmente ao fato do
elenco ter sido remodelado depois da saída da Unimed.
Se verdade fosse
seria impossível ao Botafogo apresentar ótimo desempenho no cenário atual visto que apenas dois jogadores titulares de 2014 __Jefferson e Marcelo Mattos __
permaneceram na equipe.
Se os dirigentes
tricolores também consideram que as oscilações da equipe acontecem apenas em
virtude da contratação de sete novos jogadores, gostaria de questioná-los sobre
a razão das oscilações ocorridas no ano passado quando dispúnhamos da base
campeã de 2012.
E o que dizer então do Palmeiras que contratou
dezenove e conseguiu armar uma equipe aguerrida e arrumada?
O Santos também
perdeu vários atletas de peso e está aí com o melhor desempenho no campeonato
paulista até agora.
O problema é que
para montar uma equipe e conseguir fazê-la andar é preciso tarimba e
criatividade, aptidões que infelizmente nosso treineiro ainda não possui.
Deveria pensar em começar
com equipes mais modestas para aí, quem sabe, tornar-se um treinador de ponta.
Usar a nossa
paixão como laboratório é o que jamais poderemos aceitar.
Nada pessoal, mas depois
de onze meses à frente da equipe, Cristóvão não conseguiu achar o padrão
tático ideal e muito menos promover mudanças que alterem o ritmo dos jogos, mesmo quando tinha
em mãos um elenco dos mais qualificados.
È uma pena, perdemos
a chance de contratar Oswaldo, Enderson...
Agora vai ser dureza.
Agora vai ser dureza.
DETALHES:
CAMPEONATO CARIOCA – 7ª RODADA
Resende 0 x 1 Fluminense
Local: Estádio Raulino de Oliveira, Volta Redonda, RJ; Data: 01/03/2015
Árbitro: Pathrice Maia (RJ)
Assistentes: Michael Correia e João Luiz de Albuquerque
Local: Estádio Raulino de Oliveira, Volta Redonda, RJ; Data: 01/03/2015
Árbitro: Pathrice Maia (RJ)
Assistentes: Michael Correia e João Luiz de Albuquerque
Gol: Wellington Silva, aos 42 da etapa
final.
Cartões Amarelos: Wagner, Giovanni e Luiz
Fernando
Resende: Arthur; Cássio, Rogério, Admilton e Uallace; Leo
Silva, Iuri Pimentel, Reinaldo (Gabriel, 19’/2ºT e Marcel; Jhulliam e Geovani
Maranhão (Capone, 37’/2ºT). Técnico: Edson Souza.
Fluminense: Cavalieri; Wellington Silva, Henrique, Victor
Oliveira e Giovanni; Jean, Gérson, Vinícius (Luiz Fernando, 45’/2ºT) e Wagner
(Marlone, 21’/2ºT); Kenedy (Walter, 32’/2ºT) e Fred. Treineiro: Cristovão
Borges.
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Biro
Biro arrebenta na Ponte!
Segundo reportagem de
Heitor Esmeriz, publicada no site globoesporte.com, o início da trajetória de
Biro Biro na Ponte Preta impressiona.
Em alta na Macaca, o
atacante precisou de apenas seis jogos para praticamente igualar a marca de
gols em dois anos e meio pelo Tricolor carioca. Até aqui, já marcou três
vezes com a camisa alvinegra, contra quatro em 47 partidas pelo ex-clube.
Conquistou espaço com
Guto Ferreira e caiu nas graças da torcida com a mesma velocidade que deixa os
marcadores para trás. É o pequeno notável do Majestoso: 1,68m de muita
estrela.
Sintomática a
declaração do atacante após o sucesso alcançado em tão pouco tempo.
_ “No Fluminense, me obrigavam mais a marcar e eu ficava distante do gol. Aqui, o Guto não deixa voltar tanto, ele fala para eu entregar a marcação para o lateral quando passar do meio de campo. Então, fico ali esperando o contra-ataque e guardando um fôlego para a arrancada final”. (sic)
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