(foto: Wagner Meier / LANCE!Press) |
Finalmente Cristóvão rendeu-se às promessas da base.
Sua cabeça dura custou a perceber o que já era de conhecimento da grande
maioria dos tricolores.
Pena que precisou ficar com o cargo ameaçado para tomar a decisão de
colocá-los em campo.
Falta de experiência é claro que existe, mas se não forem testados para
valer provavelmente acabarão se perdendo como várias das revelações sistematicamente
preteridas por favoritos menos habilidosos.
Ao corpo diretivo também cabe grande parcela de culpa quando demonstra
não saber avaliar o potencial desses atletas, o que acarreta como consequência a
aceitação de miríade de ofertas de empresários gananciosos que se aproveitam
dessa “inocência” inata.
Se fossem um pouco mais espertos não teriam investido em tantos atletas
jovens formados em clubes de menor expressão e que certamente sentirão o peso
da camisa tricolor, além do tempo maior para adaptação.
Afirmo sem a mínima possibilidade de errar que pelo menos metade desses
últimos contratados não possuem a habilidade dos revelados na nossa base.
Enfim, antes tarde do que nunca.
A mescla de juventude e experiência sempre foi a chave para o sucesso,
não só no Fluminense como nos demais clubes brasileiros.
O jogo de ontem, a melhor apresentação do time no ano, serviu para
comprovar a tese.
Os jovens irão oscilar até adquirirem a maturidade necessária. Terão
jornadas ruins, mas certamente com o passar do tempo darão grandes alegrias à
família tricolor.
Isso se os dirigentes não repetirem a asneira recorrente de negociá-los
prematuramente, geralmente por valores não condizentes com suas qualidades.
Exemplos bem sucedidos, como as negociações de Oscar pelo Internacional e
Lucas pelo São Paulo estão aí e deveriam servir de modelo para Peter, Mario e
demais dirigentes.
Mas quando a imprensa divulga que Gerson já está fatiado e que uma das
detentoras de parte de seus direitos é a Trafic, empresa de espertos implantada
por Horcades ao final de seu mandato, temo que as coisas não sejam tão fáceis
assim.
A propósito não consigo entender como Siemsen e Bittencourt, dois dos
advogados mais brilhantes não conseguiram até hoje extirpar esse câncer de
nossas entranhas.
O segredo de grandes lucros sempre foi esperar o melhor momento para as
negociações, fato até hoje jamais assimilado pelas administrações tricolores ao
longo dos anos.
Quem sabe aprendam algum dia?
Feito o desabafo vamos ao jogo.
Foi uma vitória incontestável, comandada pela experiência de Fred e brilho
de Gerson e Kenedy, cujas atuações bateram completamente o até então líder invicto
do campeonato.
A tranquilidade foi total e mesmo com o gol do Jobson, uma vez mais fruto
da desorganização defensiva independente da zaga escolhida, o time não se
abateu e continuou com mais posse de bola e sempre à procura do ataque.
Fred cada vez mais se aperfeiçoa em jogar sem a bola. Ontem dois dribles
de corpo enganaram a defesa alvinegra e ocasionaram os gols de Kenedy e Gerson.
E para completar um gol de alta categoria complementado com “matada” difícil de ver nos tempos
atuais.
Gerson, amparado pelos cascudos e dessa vez atuando em sua real posição, jogou
como veterano não sentindo em momento algum o peso da responsabilidade.
Como teria sido útil para ele e para o clube se tivesse jogado algumas partidas ao lado do
Conca.
A arrancada para o gol sem se preocupar com o puxão na camisa, quando a
maioria cairia para pedir a penalidade máxima, escancara o seu potencial em
meio à mediocridade reinante no futebol brasileiro atual.
Kenedy desimpedido de marcar laterais também esteve bem e a continuar
assim tenderá a melhorar cada vez mais.
Já Marlon, visivelmente fora de ritmo, cometeu algumas falhas inacreditáveis
para um jogador de seu calibre, mas nada que comprometa o lastro que tem com os
torcedores.
A supremacia foi de tal monta que qualquer comentário adicional passa a
ser supérfluo depois do que disse René Simões, técnico do Botafogo, na coletiva após o jogo.
_ “O Fluminense foi bem melhor, mereceu a vitória, jogou melhor. Tivemos momentos de lucidez quando Jobson encobriu o goleiro, depois fizemos o gol e a chance com a bola parada. Fora isso em todo o momento o Fluminense foi melhor, melhor time, melhor organização, muito mais qualidade técnica no jogo de hoje. Nada a reclamar”. (sic)
Agora é rezar para a diretoria não estragar a festa, desfazendo-se das
promessas prematuramente e a preço de bananas.
DETALHES:
CAMPEONATO CARIOCA
– 8ª RODADA
Fluminense 3 x 1
Botafogo
Local: Estádio Mario Filho (Maracanã), Rio de Janeiro, RJ; Data: 08/02/2015
Local: Estádio Mario Filho (Maracanã), Rio de Janeiro, RJ; Data: 08/02/2015
Gols: Jobson, aos 29'
e Kenedy, aos 36' do primeiro tempo; Gerson,aos 24' e Fred, aos 38' do segundo
Cartões Amarelos:
Henrique, Giovanni e Wagner
Fluminense: Cavalieri,
Wellington Silva, Henrique, Marlon e Giovanni; Edson, Jean, Gerson (Vinicius,
29'/2ºT) e Wagner (Rafinha, 44'/2ºT); Kenedy (Marcos Júnior, 19'/2ºT) e Fred. Treineiro:
Cristóvão Borges.
Botafogo:
Jefferson, Gilberto, Diego Giaretta, Renan Fonseca e Thiago Carleto; Marcelo Mattos,
Willian Arão, Tomas (Sassá 22'/2ºT) e Gegê (Diego Jardel, 33'/2ºT); Bill e
Jobson (Tassio, 30'/2ºT). Técnico: Renê Simões.
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