Noite de
gala, mais uma vitória incontestável sobre o São Paulo.
No segundo
tempo, então, o massacre foi de tal monta que deixou os paulistanos tontos em
campo e sem condições de esboçar qualquer reação.
Muricy,
perplexo, cuidava de colocar defensores para evitar vexame maior, enquanto a Torcida
Mágica, deliciada com a superioridade abissal, comandava o “olé” a plenos
pulmões.
Decididamente
o dia 21 de maio não combina com o São Paulo e nem com Muricy, pois há exatos
seis anos outra vitória épica deixava seus admiradores estupefatos diante da
nítida superioridade de Fluminense.
E se
Washington Coração de Leão brilhou naquela noite, dessa vez o destaque ficou
por conta do Walter.
No lance do
primeiro gol utilizou com maestria o seu jogo de corpo, do mesmo jeito que
havia feito quando nos eliminou da Copa do Brasil do ano passado, só que dessa
vez a vítima foi o Reinaldo.
No desempate o gol foi de placa, uma trivela tão bem executada que deve ter deslocado as vértebras de quase toda a defesa adversária.
Durante os dias que antecederam o clássico só se ouvia falar do São Paulo, credenciado pela vitória sobre o Flamengo apesar da nítida má fase.
Ignorando o
fato de que o Fluminense também havia vencido e pelo mesmo placar, a mídia de
São Paulo martelava os ouvidos de todos com loas ao quarteto Ganso, Pato e Luís
Fabiano e Oswaldo.
A eterna pretensão
paulistana de ver o Ganso na Seleção Brasileira voltou à baila e todos, sem
exceção, garantiam que se ele tivesse recuperado o seu futebol alguns meses
antes seria nome certo de Felipão.
Talvez por
isso o genérico tenha chegado ao Rio de Janeiro com uma espécie de soberba
porque no seu entender os três pontos eram favas contadas e afinal o jogo em si
não passaria de mera formalidade.
No começo
até que o São Paulo teve predomínio, não os setenta ou oitenta por cento que
Rogério Ceni do alto de sua empáfia declarou no intervalo, mas o suficiente para abrir o
marcador num pênalti claro, mas talvez evitável.
Passado o
torpor pós-gol, o Flu equilibrou as ações e passou até a ter maior posse de
bola com algumas investidas pelo lado esquerdo, até que numa delas Rogério
rebateu o chute de Conca e Walter empatou.
A alegria
durou pouco porque logo depois o São Paulo voltou a marcar com Pato, que escorou
de cabeça lançamento preciso de Oswaldo.
Apesar de
ser um dia festivo, não se pode deixar de anotar a falha de posicionamento da
zaga no lance.
Gum estava
na lateral direita, parado e dando condições a Pato, que disputou a bola no
alto com Carlinhos e Elivélton estava em lugar incerto e desconhecido.
E frise-se
que a situação já havia ocorrido anteriormente por duas vezes quando Carlinhos
conseguiu evitar o pior.
No segundo
tempo, os deuses do futebol resolveram dar uma ajudazinha e fizeram com que
Marlon entrasse e tornasse a zaga mais consistente. Mas isso é outra coisa.
Com atuação de gala, Fluzão fecha a granja! |
O Fluminense
não tomou conhecimento do adversário e sapecou um chocolate digno de Domingo de
Páscoa.
Foram seis
chutes a gol nos seis minutos iniciais que deixaram tonta a zaga paulista a
ponto de marcar contra em seguida a um escanteio.
A superioridade do Fluminense foi tão
evidente que o São Paulo não conseguiu esboçar reação alguma e teve o seu alardeado
quarteto mágico sumido em campo.
A partir daí os gols foram a consequência
natural e a goleada só não foi maior porque Muricy tratou de preservar sua
defesa com as substituições defensivas.
A destacar ainda o empenho de toda a
equipe, o gol de trivela de Walter à “La Romário” e pasmem a atuação
irretocável de Diguinho.
Foi um monstro, desarmou sem cometer
faltas, coisa que eu jamais pensei ver na vida, além de municiar o ataque com
desenvoltura.
Não sei se os rumores da vinda do
Cícero tiveram alguma influência no seu desempenho, mas tenho que dar a mão à
palmatória, pelo menos nesse jogo.
Marlon entrou com personalidade e não
fez nenhuma lambança. Com ele em campo a produtividade do Gum melhorou. Tomara que seja sempre assim.
Notei também o time mais solto com a
presença do Walter. Não que queira traçar paralelo com o Fred, responsável por
jornadas memoráveis, mas sem ele em campo desapareceu aquela preocupação de
todos em servi-lo e com aparente medo de arriscar outras opções, muitas vezes mais
apropriadas.
Comungando da mesma preocupação do
caro Tricolor, que vez por outra nos brinda com seus comentários pertinentes,
não podemos deixar que a euforia pelo baile de ontem ofusque as deficiências
mostradas em outras oportunidades.
O penta só será factível se todos
continuarem com a mesma pegada em todos os jogos.
E é por isso que torcemos para que
reforços de peso continuem a ser tentados.
Wellington Nem e Cícero já são uma boa
amostra.
Além disso, o elenco continua
desequilibrado sem reservas confiáveis em algumas posições, condição essencial
para um campeonato longo e com excessivas viagens como o brasileiro.
E DÁ-LHE FLUZÃO!
DETALHES:
CAMPEONATO BRASILEIRO – 6ª RODADA
Fluminense
5 x 2 São Paulo
Local: Maracanã,
no Rio de Janeiro; Data: 21/05/2014
Árbitro: Paulo Henrique Bezerra (SC)
Auxiliares: Alessandro R. Matos (BA) e Carlos Berkenbrock (SC)
Árbitro: Paulo Henrique Bezerra (SC)
Auxiliares: Alessandro R. Matos (BA) e Carlos Berkenbrock (SC)
Gols: Rogério
Ceni, aos 26', Walter, aos 41' e Pato, aos 44' do primeiro tempo; Lucão (contra),
aos 7', Walter, aos 20', Wagner, aos 27' e Sobis, aos 30' do segundo.
Cartão amarelo: Conca
Fluminense: Felipe Garcia, Wellington Silva, Gum,
Elivélton (Marlon, 12'/2ºT) e Carlinhos; Diguinho, Jean, Wagner (Chiquinho, 35'/2ºT)
e Conca; Rafael Sóbis (Kenedy, 39'/2ºT) e Walter. Técnico: Cristovao Borges.
São Paulo: Rogério Ceni, Paulo Miranda,
Lucão, Antonio Carlos e Reinaldo; Souza, Maicon (Pabon, 28'2ºT) e Paulo
Henrique Ganso; Alexandre Pato, Osvaldo (Hudson, 37'/2ºT) e Luis Fabiano
(Boschilia, 32'/2ºT). Técnico: Muricy
Ramalho.
(fotos: Bruno de Lima / LANCE!Press)
4 comentários:
Um pequeno comentário: que finalização foi aquela que o Walter achou no 2º gol??
Esse cara ainda vai nos trazer muitas alegrias...
Isso é péssimo, não gosto de otimismo, mas....
Com esse técnico e com a possível vinda do Nem, passo a acreditar e muito no penta.
Digo, 2º gol dele, 3º do Flu.
Se aquela bicicleta do Walter tivesse entrado, que golaço seria!
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