Sem ter com quem dialogar no meio de campo, Conca não conseguiu levar o Flu à vitória. (foto: LANCE!Net) |
É por essa
razão que o futebol atrai cada vez mais aficionados, justamente por ser o único
esporte no qual times medíocres conseguem vencer dos mais preparados.
Não que a
equipe do Atlético Mineiro seja fraca ou medíocre. Longe disso, trata-se até de
um belo elenco e um dos justos postulantes ao título.
Acontece,
porém, que pela simples análise dos números de ontem qualquer torcedor, que por
um motivo qualquer não tivesse nenhuma notícia sobre jogo, não teria dúvidas em
afirmar que o Fluminense tinha vencido e por um placar bem confortável.
Pois bem:
foram mais de 60% de posse de bola; 25 finalizações contra apenas 9, 1 chute no
travessão, pelo menos 3 defesas difíceis do goleiro adversário contra nenhuma
do tricolor e mesmo assim o placar estava lá frio e impassível: Atlético 2 x 0.
E o pior de
tudo é que além da disparidade desses números a equipe jogou bem, sempre
procurando o ataque e em momento algum sentiu a pressão do caldeirão mineiro.
E então por
que perdeu?
Por uma
razão muito simples o desequilíbrio de nosso elenco, que apresenta titulares capazes
de brigar na parte de cima da tabela e ao mesmo tempo suplentes fracos, muitos
deles sem a mínima condição de lutar pela titularidade na maioria dos clubes da
Série A e em muitos da Série B.
E esse erro
não é privilégio apenas da administração atual, é recorrente e já vem de
décadas, originados talvez pela inépcia dos responsáveis pelo departamento de
futebol que quase sempre se deixam levar por sugestões errôneas de treinadores
despreparados ou interessados em formar suas panelinhas.
Parece que a
tendência atual é de melhora com a dupla Mario Bittencourt/Paulo Angioni. A
contratação do Cícero e a tentativa no Wellington Nem são bons indícios.
Não vou
clamar pela volta dos “Abeis” ou “Renatos” da vida, como ironicamente fez
o amigo Roberto Sander em sua ótima postagem de hoje no site Netflu, mas é
inegável que perder jogos com o Cristóvão no comando frustra muito mais, porque
afinal de contas o time joga melhor, imprensa os adversários e no final “entrega o ouro”.
Contudo,
apesar de considerar o Cristóvão um baita técnico, disparado melhor que a
maioria dos que passaram pelas Laranjeiras nesses últimos anos, não posso
deixar de imputar a ele a derrota de ontem.
A começar
pela escolha do substituto do Cavalieri.
Sem entrar
no mérito das qualidades do Felipe, o fato é que ele não disputava uma partida
oficial há praticamente um ano.
E todos
sabem que goleiro sem ritmo é o mesmo que uma bomba relógio.
A bela
atuação de todo o time contra o São Paulo aplacou suas indecisões,
principalmente nas jogadas de bolas alçadas sobre a área.
Ontem não
teve jeito: duas falhas, dois gols, embora seja justo acrescentar que bobagens bem
maiores fizeram Carlinhos e Chiquinho na jogada de Dátolo originária do
cruzamento para Tardelli.
No primeiro
gol, porém, falha bisonha, culpa total não reconhecida pelo goleiro, que preferiu
descarregar nos refletores do estádio.
Deveria
seguir o exemplo do Fábio, que reconheceu sua falha gritante no gol do
Corinthians.
Outra triste
decisão do nosso treinador foi embarcar na ideia de que Chiquinho teria
condições de criar no meio de campo.
Sua atuação
nula provou de uma vez por todas que jamais poderá ser escalado de início, seja
no meio de campo ou na lateral, onde mais uma vez não ajudou em nada. A
facilidade com que Dátolo fez a jogada do segundo gol fala por si só.
É certo que
Cristóvão chegou a pouco, ainda não conhece todos muito bem, mas se tivesse
tido um pouquinho mais de cuidado teria observado que existem opções mais
efetivas para substituir o Wagner.
Em suma,
Chiquinho é um jogador talhado para compor elenco e que poderá ser utilizado
nos finais de jogos como uma válvula de escape para aprontar alguma correria.
Não gostei
também da preferência por Kenedy, que apesar de muito badalado como joia de
Xerém ainda é verde demais, atabalhoado e sem noção. Os gols que perdeu são
dignos de qualquer perna de pau.
Kenedy
parece-me um exemplo de atleta que necessita ser emprestado para um clube de
menor investimento para disputar uma temporada inteira como titular e aí, quem
sabe, regressar do mesmo modo que Wellington Nem.
Ficando por
aqui e entrando esporadicamente em um ou outro jogo a tendência é que
desapareça como a maioria dos revelados em Xerém.
De qualquer
modo, confio no trabalho do Cristóvão e acho mesmo que com ele no comando o Fluminense
tem chances de ser campeão.
Torço, porém,
para que ele não caia naquela de dar moral aos que foram mal para não
desprestigiá-los.
Temos que
ganhar do Inter de qualquer modo, o que será mais difícil se o time não for
escalado corretamente.
As chegadas
do Cícero e a do Wellington Nem, se realmente se concretizar, aplacarão as
preocupações dos torcedores, livres de Chiquinhos
e Kenedys na equipe principal, porque como declarou o próprio treinador “não basta criar as oportunidades, há que
criá-las e fazer”, coisa difícil se depender
da precisão de Chiquinho ou Kenedy.
Sobre
Michael, nenhum comentário. Creio ser caso para a psicóloga do clube.
E
DÁ-LHE FLUZÃO!
DETALHES:
CAMPEONATO BRASILEIRO – 8ª RODADA
CAMPEONATO BRASILEIRO – 8ª RODADA
Atlético-MG
2 x 0 Fluminense
Local:
Ipatinga (MG); Data: 28/05/2014
Árbitro: Raphael Claus (RS)
Auxiliares: Carlos Augusto Nogueira Junior (SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP)
Gols: Dátolo, aos 7' e Tardelli, aos 19' do segundo tempo
Cartões Amarelos: Gum, Chiquinho, Carlinhos e Kenedy
Cartão Vermelho: Michael
Árbitro: Raphael Claus (RS)
Auxiliares: Carlos Augusto Nogueira Junior (SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP)
Gols: Dátolo, aos 7' e Tardelli, aos 19' do segundo tempo
Cartões Amarelos: Gum, Chiquinho, Carlinhos e Kenedy
Cartão Vermelho: Michael
Atlético-MG: Giovanni, Alex Silva, Leonardo
Silva, Edcarlos e Emerson da Conceição; Pierre (Josué, 34'/2ºT), Leandro
Donizete, Dátolo e Marion; Diego Tardelli (Carlos, 43'/2ºT) e André (Guilherme,
33'/2ºT). Técnico: Levir Culpi.
Fluminense: Felipe Garcia, Bruno, Gum,
Marlon e Carlinhos; Diguinho, Jean, Chiquinho (Kenedy, 20'/2ºT) e Conca; Rafael
Sobis (Michael, 33'/2ºT) e Walter. Técnico: Cristovão Borges.
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