quinta-feira, 29 de maio de 2014

Atlético-MG 2 x 0 Fluminense. De nada adianta jogar melhor se a vitória não vem!

Sem ter com quem dialogar no meio de campo,
Conca não conseguiu levar o Flu à vitória. (foto: LANCE!Net)

É por essa razão que o futebol atrai cada vez mais aficionados, justamente por ser o único esporte no qual times medíocres conseguem vencer dos mais preparados.

Não que a equipe do Atlético Mineiro seja fraca ou medíocre. Longe disso, trata-se até de um belo elenco e um dos justos postulantes ao título.

Acontece, porém, que pela simples análise dos números de ontem qualquer torcedor, que por um motivo qualquer não tivesse nenhuma notícia sobre jogo, não teria dúvidas em afirmar que o Fluminense tinha vencido e por um placar bem confortável.

Pois bem: foram mais de 60% de posse de bola; 25 finalizações contra apenas 9, 1 chute no travessão, pelo menos 3 defesas difíceis do goleiro adversário contra nenhuma do tricolor e mesmo assim o placar estava lá frio e impassível: Atlético 2 x 0.

E o pior de tudo é que além da disparidade desses números a equipe jogou bem, sempre procurando o ataque e em momento algum sentiu a pressão do caldeirão mineiro.

E então por que perdeu?

Por uma razão muito simples o desequilíbrio de nosso elenco, que apresenta titulares capazes de brigar na parte de cima da tabela e ao mesmo tempo suplentes fracos, muitos deles sem a mínima condição de lutar pela titularidade na maioria dos clubes da Série A e em muitos da Série B.

E esse erro não é privilégio apenas da administração atual, é recorrente e já vem de décadas, originados talvez pela inépcia dos responsáveis pelo departamento de futebol que quase sempre se deixam levar por sugestões errôneas de treinadores despreparados ou interessados em formar suas panelinhas.

Parece que a tendência atual é de melhora com a dupla Mario Bittencourt/Paulo Angioni. A contratação do Cícero e a tentativa no Wellington Nem são bons indícios.

Não vou clamar pela volta dos “Abeis” ou “Renatos” da vida, como ironicamente fez o amigo Roberto Sander em sua ótima postagem de hoje no site Netflu, mas é inegável que perder jogos com o Cristóvão no comando frustra muito mais, porque afinal de contas o time joga melhor, imprensa os adversários e no final “entrega o ouro”.

Contudo, apesar de considerar o Cristóvão um baita técnico, disparado melhor que a maioria dos que passaram pelas Laranjeiras nesses últimos anos, não posso deixar de imputar a ele a derrota de ontem.

A começar pela escolha do substituto do Cavalieri.

Sem entrar no mérito das qualidades do Felipe, o fato é que ele não disputava uma partida oficial há praticamente um ano.

E todos sabem que goleiro sem ritmo é o mesmo que uma bomba relógio.

A bela atuação de todo o time contra o São Paulo aplacou suas indecisões, principalmente nas jogadas de bolas alçadas sobre a área.

Ontem não teve jeito: duas falhas, dois gols, embora seja justo acrescentar que bobagens bem maiores fizeram Carlinhos e Chiquinho na jogada de Dátolo originária do cruzamento para Tardelli.

No primeiro gol, porém, falha bisonha, culpa total não reconhecida pelo goleiro, que preferiu descarregar nos refletores do estádio.

Deveria seguir o exemplo do Fábio, que reconheceu sua falha gritante no gol do Corinthians.

Outra triste decisão do nosso treinador foi embarcar na ideia de que Chiquinho teria condições de criar no meio de campo.

Sua atuação nula provou de uma vez por todas que jamais poderá ser escalado de início, seja no meio de campo ou na lateral, onde mais uma vez não ajudou em nada. A facilidade com que Dátolo fez a jogada do segundo gol fala por si só.

É certo que Cristóvão chegou a pouco, ainda não conhece todos muito bem, mas se tivesse tido um pouquinho mais de cuidado teria observado que existem opções mais efetivas para substituir o Wagner.

Em suma, Chiquinho é um jogador talhado para compor elenco e que poderá ser utilizado nos finais de jogos como uma válvula de escape para aprontar alguma correria.

Não gostei também da preferência por Kenedy, que apesar de muito badalado como joia de Xerém ainda é verde demais, atabalhoado e sem noção. Os gols que perdeu são dignos de qualquer perna de pau.

Kenedy parece-me um exemplo de atleta que necessita ser emprestado para um clube de menor investimento para disputar uma temporada inteira como titular e aí, quem sabe, regressar do mesmo modo que Wellington Nem.

Ficando por aqui e entrando esporadicamente em um ou outro jogo a tendência é que desapareça como a maioria dos revelados em Xerém.

De qualquer modo, confio no trabalho do Cristóvão e acho mesmo que com ele no comando o Fluminense tem chances de ser campeão.

Torço, porém, para que ele não caia naquela de dar moral aos que foram mal para não desprestigiá-los.

Temos que ganhar do Inter de qualquer modo, o que será mais difícil se o time não for escalado corretamente.

As chegadas do Cícero e a do Wellington Nem, se realmente se concretizar, aplacarão as preocupações dos torcedores, livres de Chiquinhos e Kenedys na equipe principal, porque como declarou o próprio treinador “não basta criar as oportunidades, há que criá-las e fazer”, coisa difícil se depender da precisão de Chiquinho ou Kenedy.

Sobre Michael, nenhum comentário. Creio ser caso para a psicóloga do clube.


E DÁ-LHE FLUZÃO!


DETALHES:

CAMPEONATO BRASILEIRO – 8ª RODADA

Atlético-MG 2 x 0 Fluminense

Local:  Ipatinga (MG); Data: 28/05/2014
Árbitro: Raphael Claus (RS)
Auxiliares: Carlos Augusto Nogueira Junior (SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP)
Gols: Dátolo, aos 7' e Tardelli, aos 19' do segundo tempo
Cartões Amarelos: Gum, Chiquinho, Carlinhos e Kenedy
Cartão Vermelho: Michael

Atlético-MG: Giovanni, Alex Silva, Leonardo Silva, Edcarlos e Emerson da Conceição; Pierre (Josué, 34'/2ºT), Leandro Donizete, Dátolo e Marion; Diego Tardelli (Carlos, 43'/2ºT) e André (Guilherme, 33'/2ºT). Técnico: Levir Culpi.

Fluminense: Felipe Garcia, Bruno, Gum, Marlon e Carlinhos; Diguinho, Jean, Chiquinho (Kenedy, 20'/2ºT) e Conca; Rafael Sobis (Michael, 33'/2ºT) e Walter. Técnico: Cristovão Borges.


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