Fluzão calou a Bombonera. (foto:Lancenet.com.br / Ricardo Ayres) |
Logo após a Conmebol divulgar a composição do grupo D da Libertadores, começaram as previsões macabras das pitonisas de plantão, todas sinalizando para a quase certa derrota do Fluminense na Bombonera.
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O adversário era o todo poderoso Boca Juniors, invicto há 36 partidas e que, em quase cem confrontos internacionais em seu estádio, havia perdido menos que dez.
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O fraco desempenho contra o Arsenal chegou a colocar uma pitada de dúvida nos torcedores tricolores presentes ao Engenhão, por perceberem nitidamente que o time jogava travado, com os laterais engessados e sem nenhum atacante com velocidade suficiente para puxar os contra ataques.
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Felizmente Abel também percebeu o problema e bastou a efetivação de Wellington Nem para que a equipe mudasse da água para o vinho. As convincentes vitórias sobre Americano e Bangu cristalizaram a titularidade da mais nova promessa de Xerém, que em boa hora permaneceu nas Laranjeiras, apesar de alguns terem tentado forçar a sua venda no início do ano.
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A soberba vitória sobre o Vasco deu à Torcida Tricolor a certeza que o Fluzão despertara novamente e que agora seria um osso duro de roer para qualquer adversário.
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Ainda assim o estádio mítico preocupava e também o adversário, aquele mesmo que depois da derrota para o Santos de Pelé em 1963, manteve durante quarenta e cinco anos o tabu de não perder jogos eliminatórios para clubes brasileiros até ser eliminado pelo Fluminense na semifinal de 2008.
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Essa que poderia ser a senha da felicidade esbarrava em mais um argumento dos profetas do apocalipse, que afirmavam que naquela disputa o jogo na Argentina aconteceu em outro estádio, muito menos emblemático do que a Bombonera e que agora é que a coisa seria para valer.
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Apesar de todas essas baboseiras, no fundo os tricolores acreditavam numa reviravolta histórica. Tanto assim que cerca de quatro mil deles partiram para a Argentina e tomaram as ruas de Buenos Aires.
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E enfim chegou o dia e o Tricolor mostrou mais uma vez a sua força. Venceu com autoridade, sofrendo alguns sustos é verdade, mas não poderia ser de outra maneira, afinal estava jogando no templo sagrado do adversário, empurrado por mais de quarenta mil torcedores.
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E como num passe de mágica, o Fluminense brilhou. Parece até que os Anjos da Guarda de Castilho, Didi e Ademir vieram inspirar Diego Cavalieri, Deco e Fred, da mesma forma que o de Telê parecia orientar o nosso treinador.
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(fotos: 1 - EFE; 2, 3 e 4 - Terra.com.br / Ricardo Ayres / Photocamera) |
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Deco arrasou e ganhou o pseudo duelo com Riquelme, com certa facilidade até. Fred, contundente como sempre, começou a desmontar a defesa argentina com uma cabeçada certeira antes mesmo do jogo esquentar.
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Cavalieri por sua vez teve uma atuação digna dos tradicionais goleiros tricolores, muralhas quase intransponíveis em batalhas memoráveis.
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A esteira do quarteto mágico contagiou Wellington Nem, que descadeirou o seu marcador e serviu com precisão a Deco para o arremate perfeito.
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Pena que Thiago Neves, sem as condições físicas ideais, não conseguia acompanhá-los.
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E loas também à defesa, que dessa vez não comprometeu e se apresentou mais consistente, talvez devido à presença de Valencia.
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E para gáudio dos tricolores, o Fluminense calou a Bombonera e ao final da partida só os gritos brasileiros ecoavam nas dependências tristes do outrora estádio imbatível.
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E o Fluminense, aos poucos, vai se transformando no carrasco do clube seis vezes campeão da Libertadores.
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E em meio à euforia tricolor, só restou a Riquelme chorar uma vez mais.
(foto: AFP) |
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E DÁ-LHE FLUZÃO!
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Um comentário:
Vitória Histórica!!!
O time pode não ter tido uma atuação brilhante, porém em momento nenhum se intimidou na Bombonera. O time ganhou a maioria das divididas e ate o Digão me surpreendeu positivamente.
Deco mostrou mais uma vez que é um jogador diferenciado. O Abel e o departamento médico tem que trabalhar com muita atenção e profissionalismo para acompanhar como esta o estado físico do nosso camisa 20, sabendo as horas certas de poupá-lo.
Não queria colocar lenha na fogueira, mas foi impressionante a falta de disposição do Rafael Sobis quando entrou no jogo. Andando em campo, parecia até estar de má vontade.
Tomara que eu esteja enganado, mas se for isto mesmo (má vontade e falta de empenho).... já passou da hora do Sobis correr atrás da sua vaga de titular, porque vai ser difícil colocar o Wellington Nem no banco de reservas.
Saudações Tricolores !!!
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