(foto: NETFLU.com.br) |
Não quis acreditar quando os sites esportivos anunciaram que Luxemburgo pretendia enfrentar o cambaleante São Paulo com três zagueiros, três volantes e de quebra com Wagner na armação.
Tamanho
retrocesso seria inconcebível, principalmente porque a causa da demissão do
Abel foi justamente a insistência na manutenção de escalações dantescas como
essa.
Ao ligar a
TV e ver confirmadas as presenças de tantos jogadores limitados não tive
dúvidas de que o Fluminense iria proporcionar ao genérico a oportunidade impar
de enfim conseguir uma vitória.
Ainda que
ciente da derrota iminente optei por assistir a partida, na esperança de que
pelo menos Cavalieri conseguisse manter o zero no placar, afinal o empate com
aquela mulambada em campo não seria de todo mal.
A
aglomeração atabalhoada no meio de campo funcionou no início e o São Paulo
mesmo com o controle absoluto do jogo não conseguia acertar nenhuma finalização
que trouxesse real perigo.
Ah, mas havia
em campo um Edinho para perder uma jogada banal para o Luis Fabiano.
E também um
Carlinhos para rebater a bola para o mesmo lado de onde ela veio __ fundamento
ensinado nas escolinhas de dentes de leite__ e ainda virar de costas na hora do
arremate adversário.
E aí o jogo
acabou com a confirmação da derrota anunciada desde o momento da divulgação do
esquema suicida.
Vanderlei,
que já havia errado na substituição quando da contusão de Jean, tentou minorar
a passividade do time e sacou Felipe no intervalo, mas ainda manteve o Wagner para
que desfilasse pelo campo por mais dezessete minutos.
Resumo da
ópera: trinta minutos restantes para que uma equipe com cinco jovens recém-saídos
dos juniores virassem uma diferença de dois gols.
A essa
altura desisti da TV e resolvi tomar um banho para esfriar a cabeça.
Voltei no
final a tempo de ver o belo gol de Eduardo, única coisa aproveitável dessa
apresentação aziaga.
Depois do
jogo ouvi muitas críticas aos jogadores, cada comentarista elegendo o seu
responsável maior pela derrota.
Críticas
injustas, bastante injustas porque não existe injustiça maior do que criticar
os atos daqueles que não têm capacidade para realiza-las.
Querer que
Edinho, Anderson, Wagner, Diguinho, Felipe e um monte de jovens inexperientes no
momento atual consigam desenvolver um futebol vistoso e eficiente é o mesmo que
desejar que o Brasil se livre da corrupção de uma hora para outra.
Vanderlei
errou feio e jogou por terra a esperança dos torcedores de que com sua chegada
o Fluminense iria livrar-se de uma vez por todas das abomináveis retrancas do
passado.
Cabe a ele a
maior parte da culpa pela derrota e também à dupla de dirigentes incompetentes,
Rodrigo Caetano e Sandro Lima, que forçaram Wellington Nem a deixar o clube e
negociaram Thiago Neves sem nenhuma preocupação de reposição.
Deitaram
falação sobre a escassez de bons jogadores no mercado e não viram, por exemplo,
que Chicão e Dátolo estavam livres para negociar a custo zero.
Após o jogo,
Vanderlei jogou a toalha com relação ao campeonato, ao afirmar: “_ O título ficou difícil. Única coisa que
podemos postular no Brasileiro é uma vaga para a Libertadores. Precisamos
descobrir o que precisa ser feito para deixar aquela zona intermediária ali”.
Se ele ainda
não descobriu o que todo torcedor tricolor está cansado de saber, só nos resta rezar
para não sermos rebaixados mais uma vez.
Quarta-feira
a decisão com o Goiás. Se o time entrar com esse monte de defensores limitados
o risco de eliminação será muito grande.
A benção
João de Deus!
DETALHES:
São Paulo 2 x 1 Fluminense
Local: Morumbi,
São Paulo (SP); Data: 25/8/2013
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA)
Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Bruno Boschilia (PR)
Gols: Luis Fabiano, aos 27' e Reinaldo, aos 45' do primeiro tempo; Eduardo, aos 46' do segundo.
Cartões amarelos: Anderson, Gum, Diego Cavalieri e Kenedy
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA)
Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Bruno Boschilia (PR)
Gols: Luis Fabiano, aos 27' e Reinaldo, aos 45' do primeiro tempo; Eduardo, aos 46' do segundo.
Cartões amarelos: Anderson, Gum, Diego Cavalieri e Kenedy
São Paulo: Rogério Ceni; Douglas, Rodrigo
Caio, Rafael Toloi e Reinaldo; Wellington, Fabrício (Antônio Carlos, intervalo),
Ganso e Jadson (Aloísio, 32'/2ºT); Ademilson (Lucas Evangelista, 32'/1ºT) e
Luis Fabiano. Técnico: Paulo
Autuori.
Fluminense: Diego Cavalieri; Gum, Anderson e
Edinho; Igor Julião, Diguinho, Jean (Kenedy, 29'/1ºT) e Carlinhos; Felipe
(Eduardo, intervalo) e Wagner (Biro Biro, 17'/2ºT); Samuel. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
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Samuel
Durante a transmissão foi veiculada a
notícia que Samuel poderia ser vendido ao Real Madrid por €10 milhões.
No caso do fato ser verdadeiro, espero
que os responsáveis pelo clube tenham tomado as devidas providências para evitar
que o Procurador da Receita fanático pela urubuzada passe a mão na grana
mais uma vez.
3 comentários:
Bravo!
A exclamação que me ocorreu após lêr a tua síntese.
Tu ainda regressaste ao fim do jogo.
Eu parei de assisti-lo ao intervalo.
Não nos ouvem e parecem tripudiar.
Não éramos campeões ainda em Novembro de 2012 e já verificava os desacertos estruturais e uma mentalidade que não garantia um bom futuro.
ST****
Mauro Balbino
Nossa zaga desde a saída do Thiago Silva é fraca.
Jean caiu de produção e se machucou.
Demais volantes não sabem exatamente o que fazer com aquele curioso objeto esférico.
Criação por conta do Felipe Showball, do Wagner Funcionário Público e dos fraldinhas da base.
Temos o DM de maior densidade demográfica do planeta.
Não chego a afirmar, como o blogueiro do GE, que os anos 90 voltaram. Mas que a coisa anda sombria, anda. Ser eliminado por esse fraco time do Goiás assusta.
Os pobres Fred, Cavalieri e Carlinhos Soneca parecem os únicos profissionais em uma pelada de domingo.
E essa NFL que não começa...
Prezado, um bom natal, feliz ano novo e até 2014!
ST
Em tempo: acho inadmissível que qualquer equipe de futebol profissional prescinda de um cobrador de faltas.
Há quanto tempo não fazemos gols assim? Quando foi o último? Quantos fizemos em 2013?
Se fosse treinador, escolheria ao menos um caboclo pra ficar treinando isso ao menos 1 hora por dia, repetindo exaustivamente. Ontem mesmo tivemos uma boa oportunidade de falta, desperdiçada pelo Fred.
No futebol americano, há jogadores que entram em campo EXCLUSIVAMENTE para chutar a bola, que são o kicker (para tentar o field goal, tentando acertar o "Y") e o punter, pra dar um bicão pra frente, devolvendo a bola para o adversário em uma posição conveniente para seu time, em uma quarta descida.
Infelizmente, no nosso soccer não há a possibilidade de um jogador especializado para entrar em campo apenas para cumprir uma determinada função e depois voltar pro banco.
Mas ao menos um dos jogadores de linha deveria ser treinado à exaustão para se especializar em tão essencial função: cobrar faltas.
O ideal seria treinar um em jogadas de mais precisão, mais próximas à área (à semelhança do kicker) e outro para chutes de longa distância, em que é necessário um chute mais potente (como o do punter).
Saudações Tricolores!
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