segunda-feira, 26 de agosto de 2013

São Paulo 2 x 1 Fluminense. Estava na cara, menos na do Luxa!

(foto: NETFLU.com.br)


Não quis acreditar quando os sites esportivos anunciaram que Luxemburgo pretendia enfrentar o cambaleante São Paulo com três zagueiros, três volantes e de quebra com Wagner na armação.

Tamanho retrocesso seria inconcebível, principalmente porque a causa da demissão do Abel foi justamente a insistência na manutenção de escalações dantescas como essa.

Ao ligar a TV e ver confirmadas as presenças de tantos jogadores limitados não tive dúvidas de que o Fluminense iria proporcionar ao genérico a oportunidade impar de enfim conseguir uma vitória.

Ainda que ciente da derrota iminente optei por assistir a partida, na esperança de que pelo menos Cavalieri conseguisse manter o zero no placar, afinal o empate com aquela mulambada em campo não seria de todo mal.

A aglomeração atabalhoada no meio de campo funcionou no início e o São Paulo mesmo com o controle absoluto do jogo não conseguia acertar nenhuma finalização que trouxesse real perigo.

Ah, mas havia em campo um Edinho para perder uma jogada banal para o Luis Fabiano.

E também um Carlinhos para rebater a bola para o mesmo lado de onde ela veio __ fundamento ensinado nas escolinhas de dentes de leite__ e ainda virar de costas na hora do arremate adversário.

E aí o jogo acabou com a confirmação da derrota anunciada desde o momento da divulgação do esquema suicida.

Vanderlei, que já havia errado na substituição quando da contusão de Jean, tentou minorar a passividade do time e sacou Felipe no intervalo, mas ainda manteve o Wagner para que desfilasse pelo campo por mais dezessete minutos.  

Resumo da ópera: trinta minutos restantes para que uma equipe com cinco jovens recém-saídos dos juniores virassem uma diferença de dois gols.

A essa altura desisti da TV e resolvi tomar um banho para esfriar a cabeça.

Voltei no final a tempo de ver o belo gol de Eduardo, única coisa aproveitável dessa apresentação aziaga.

Depois do jogo ouvi muitas críticas aos jogadores, cada comentarista elegendo o seu responsável maior pela derrota.

Críticas injustas, bastante injustas porque não existe injustiça maior do que criticar os atos daqueles que não têm capacidade para realiza-las.

Querer que Edinho, Anderson, Wagner, Diguinho, Felipe e um monte de jovens inexperientes no momento atual consigam desenvolver um futebol vistoso e eficiente é o mesmo que desejar que o Brasil se livre da corrupção de uma hora para outra.

Vanderlei errou feio e jogou por terra a esperança dos torcedores de que com sua chegada o Fluminense iria livrar-se de uma vez por todas das abomináveis retrancas do passado.

Cabe a ele a maior parte da culpa pela derrota e também à dupla de dirigentes incompetentes, Rodrigo Caetano e Sandro Lima, que forçaram Wellington Nem a deixar o clube e negociaram Thiago Neves sem nenhuma preocupação de reposição.

Deitaram falação sobre a escassez de bons jogadores no mercado e não viram, por exemplo, que Chicão e Dátolo estavam livres para negociar a custo zero.

Após o jogo, Vanderlei jogou a toalha com relação ao campeonato, ao afirmar: “_ O título ficou difícil. Única coisa que podemos postular no Brasileiro é uma vaga para a Libertadores. Precisamos descobrir o que precisa ser feito para deixar aquela zona intermediária ali”.

Se ele ainda não descobriu o que todo torcedor tricolor está cansado de saber, só nos resta rezar para não sermos rebaixados mais uma vez.

Quarta-feira a decisão com o Goiás. Se o time entrar com esse monte de defensores limitados o risco de eliminação será muito grande.

A benção João de Deus!

DETALHES:

São Paulo 2 x 1 Fluminense

Local: Morumbi, São Paulo (SP); Data: 25/8/2013
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA)
Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Bruno Boschilia (PR)
Gols: Luis Fabiano, aos 27' e Reinaldo, aos 45' do primeiro tempo; Eduardo, aos 46' do segundo.
Cartões amarelos: Anderson, Gum, Diego Cavalieri e Kenedy

São Paulo: Rogério Ceni; Douglas, Rodrigo Caio, Rafael Toloi e Reinaldo; Wellington, Fabrício (Antônio Carlos, intervalo), Ganso e Jadson (Aloísio, 32'/2ºT); Ademilson (Lucas Evangelista, 32'/1ºT) e Luis Fabiano. Técnico: Paulo Autuori.

Fluminense: Diego Cavalieri; Gum, Anderson e Edinho; Igor Julião, Diguinho, Jean (Kenedy, 29'/1ºT) e Carlinhos; Felipe (Eduardo, intervalo) e Wagner (Biro Biro, 17'/2ºT); Samuel. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

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Samuel

Durante a transmissão foi veiculada a notícia que Samuel poderia ser vendido ao Real Madrid por €10 milhões.

No caso do fato ser verdadeiro, espero que os responsáveis pelo clube tenham tomado as devidas providências para evitar que o Procurador da Receita fanático pela urubuzada  passe a mão na grana mais uma vez.

            

3 comentários:

Anônimo disse...

Bravo!

A exclamação que me ocorreu após lêr a tua síntese.

Tu ainda regressaste ao fim do jogo.
Eu parei de assisti-lo ao intervalo.
Não nos ouvem e parecem tripudiar.

Não éramos campeões ainda em Novembro de 2012 e já verificava os desacertos estruturais e uma mentalidade que não garantia um bom futuro.



ST****
Mauro Balbino

Tricolor! disse...

Nossa zaga desde a saída do Thiago Silva é fraca.

Jean caiu de produção e se machucou.
Demais volantes não sabem exatamente o que fazer com aquele curioso objeto esférico.

Criação por conta do Felipe Showball, do Wagner Funcionário Público e dos fraldinhas da base.

Temos o DM de maior densidade demográfica do planeta.

Não chego a afirmar, como o blogueiro do GE, que os anos 90 voltaram. Mas que a coisa anda sombria, anda. Ser eliminado por esse fraco time do Goiás assusta.

Os pobres Fred, Cavalieri e Carlinhos Soneca parecem os únicos profissionais em uma pelada de domingo.

E essa NFL que não começa...

Prezado, um bom natal, feliz ano novo e até 2014!

ST

Tricolor! disse...

Em tempo: acho inadmissível que qualquer equipe de futebol profissional prescinda de um cobrador de faltas.
Há quanto tempo não fazemos gols assim? Quando foi o último? Quantos fizemos em 2013?

Se fosse treinador, escolheria ao menos um caboclo pra ficar treinando isso ao menos 1 hora por dia, repetindo exaustivamente. Ontem mesmo tivemos uma boa oportunidade de falta, desperdiçada pelo Fred.

No futebol americano, há jogadores que entram em campo EXCLUSIVAMENTE para chutar a bola, que são o kicker (para tentar o field goal, tentando acertar o "Y") e o punter, pra dar um bicão pra frente, devolvendo a bola para o adversário em uma posição conveniente para seu time, em uma quarta descida.

Infelizmente, no nosso soccer não há a possibilidade de um jogador especializado para entrar em campo apenas para cumprir uma determinada função e depois voltar pro banco.

Mas ao menos um dos jogadores de linha deveria ser treinado à exaustão para se especializar em tão essencial função: cobrar faltas.

O ideal seria treinar um em jogadas de mais precisão, mais próximas à área (à semelhança do kicker) e outro para chutes de longa distância, em que é necessário um chute mais potente (como o do punter).

Saudações Tricolores!