Andei lendo
por aí que ganha força nas Laranjeiras uma corrente que defende as demissões de
Rodrigo Caetano e Sandro Lima e que provavelmente a linha divisória seria o
jogo com o Goiás.
Pois bem,
perdemos a chance de continuar na Copa do Brasil e o que vejo agora é o começo
de uma pressão absurda para a demissão de Vanderlei.
É por essas
e outras que o Fluminense dispõe hoje de uma equipe dilacerada e às portas da zona
de rebaixamento.
Apesar de
Luxemburgo estar vacilando demais nesses últimos jogos, tanto nas escalações
como nas substituições, não acho justo imputar a ele a culpa maior pela
situação.
O equívoco vem
desde o início da gestão Peter Siemsen, que ao delegar a gestão do futebol, o
fez de maneira fatiada, inicialmente entre três e mais recentemente entre dois
responsáveis.
E como diz o
dito popular “panela em que todo mundo
mete a colher não faz comida boa”.
A conquista
do tetracampeonato “com um pé nas costas”
serviu para encobrir a deficiência no planejamento.
Não seria
leviano de afirmar que tanto Rodrigo como Sandro não sejam bons
administradores.
É provável
até que sejam ótimos, principalmente Rodrigo que vem sendo regiamente
remunerado pelos clubes pelos quais passou.
O problema
deles reside na dificuldade que têm para compor elencos, função que demonstram
não ter a mínima noção.
O desempenho
da equipe no corrente ano é a prova cabal da assertiva.
Inebriados
pela facilidade com que o tetracampeonato foi conquistado, passaram a acreditar
piamente que o Fluminense dispunha de um elenco de primeira grandeza, com
atletas fora de série em todas as posições, capazes de garantir uma sequencia
de vitórias pelos próximos anos.
Em momento
algum tiveram um instante de lucidez que permitisse a percepção de que a grande
maioria do elenco conseguia sustentar a titularidade graças às atuações
soberbas de cinco, isso mesmo somente cinco, jogadores: Cavalieri, Jean, Thiago
Neves, Wellington Nem e Fred.
É verdade
que os elogios rasgados de Abel para o “grupo
fantástico” contribuíram em muito para a sedimentação desse conceito nas
mentes dos responsáveis pelo departamento de futebol.
A confiança
nessa falsa afirmação era tão grande que nem mesmo as constantes críticas sobre
o modo como as vitórias eram obtidas, quase sempre no sufoco, serviram de
alerta.
A consequência
foi o péssimo planejamento para 2013 com a permanência de vários atletas que dificilmente
conseguiriam a titularidade nos demais clubes da Série A e em alguns da Série
B.
A surpresa
demonstrada pela dupla Caetano/Sandro com a decisão do Deco de parar de jogar dá
uma pálida demonstração da falta de sensibilidade desses dirigentes, pois
bastaria olhar com um pouco mais de atenção o decorrer do ano de 2012 para
saber que Deco já se encontrava aposentado desde a disputa da Libertadores.
A renovação
de seu contrato foi um golpe de lesa pátria ao Fluminense, já que era por
demais sabido que o atleta não mais reunia condições físicas para continuar
jogando.
Além dessa,
poderia ser relacionada uma série de “bolas
fora”, como a renovação do contrato de Diguinho, quando existia no mercado
nacional volantes mais habilidosos e certamente menos dispendiosos e a
contratação de Felipe contra a vontade do treinador, tanto é que jamais o colocou
em campo, mesmo nos fraquíssimos jogos do campeonato carioca.
Pesa também
contra o departamento de futebol a liberação de apoiadores juniores
praticamente prontos como Lucas Patinho, Higor e Fernando, esse lateral de
origem, cujas faltas obrigaram Luxemburgo a lançar mão de atletas ainda muito verdesa
inda que com o risco de queimá-los prematuramente.
Se a dupla
já tinha em mente forçar a saída de dois virtuoses do elenco deveria pelo menos
ter cuidado de reforçá-lo um pouco, a fim de evitar a repetição de eliminações vexatórias.
Não se trata
de advogar a demissão de ninguém, mas gostaria que Peter deixasse o futebol a cargo
de uma pessoa apenas, porque o artifício de divisão de responsabilidades ficou
provado que não funciona.
O cenário
indica um penoso final de ano para a Torcida Tricolor, que poderia ser minorado
um pouco se os dirigentes tivessem visão para contratar um armador medianamente
habilidoso, como alguns que disputam a Série B, pelo menos para tapar o buraco
até o esperado retorno do Conca.
E que João
de Deus nos dê uma forcinha lá do céu!
E DÁ-LHE FLUZÃO!
DETALHES:
COPA DO BRASIL - OITAVAS DE FINAL - JOGO DE VOLTA
Local: Serra Dourada,
Goiânia (GO); Data: 28/8/2013
Goiás 2 x 0 Fluminense
Árbitro: Luiz Flávio de
Oliveira (SP)
Auxiliares: Anderson José Moraes de Coelho e Celso Barbosa de Oliveira (SP)
Gols: Renan Oliveira, aos 46' do primeiro tempo e William Matheus, aos 8' do segundo.
Auxiliares: Anderson José Moraes de Coelho e Celso Barbosa de Oliveira (SP)
Gols: Renan Oliveira, aos 46' do primeiro tempo e William Matheus, aos 8' do segundo.
Cartões amarelos: Rafael Sobis,
Fred, Igor Julião e Willian
Goiás: Renan,
Vítor, Ernando, Rodrigo e William Matheus; Dudu Cearense (Valmir Lucas,
32'/2ºT), David, Renan Oliveira, Ramon e Hugo (Eduardo Sasha, 43'/2ºT); Walter
(Neto Baiano, aos 40'/2ºT) - Técnico: Enderson
Moreira.
Fluminense: Diego
Cavalieri; Igor Julião, Gum, Anderson e Carlinhos; Edinho, Diguinho (Willian,
25'/1ºT) , Eduardo (Felipe, 15'/2ºT); Biro Biro (Samuel, 15'/2ºT), Rafael Sobis
e Fred - Técnico: Vanderlei
Luxemburgo.
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