terça-feira, 13 de agosto de 2013

Fluminense 2 x 3 Flamengo. Tá feia a coisa!


A imagem da incompetência!

A atuação decepcionante desse domingo contra uma equipe apenas mediana dá a dimensão exata do trabalho que a nova comissão técnica terá pela frente e a dose de paciência que nós torcedores teremos que dispor ao longo desse campeonato fadado ao insucesso.

Analisar o jogo nesse momento é o de somenos importância porque o que é mais significativo é procurar avaliar as causas do iminente fiasco de uma equipe campeã dizimada por uma série de equívocos por aqueles que, em tese, são os responsáveis pelo sucesso do clube.

O presidente às voltas com os problemas jurídicos e financeiros __ herança amarga da administração anterior __ literalmente delegou a Caetano e Sandrão a gestão do futebol.

Esses senhores por mais bem intencionados que pareçam ser já deram provas cabais de que nada entendem quando se trata de formação de elenco.

Caetano até que montou equipes razoáveis em suas passagens por Grêmio e Vasco da Gama, mas na Série B.

Os equívocos são tantos que iremos comentar apenas os mais gritantes.

Não seria demais afirmar que o tetracampeonato obtido da maneira como foi pode ter dado a falsa impressão de superioridade total sobre os principais adversários, o que garantiria considerar as conquistas do ano seguinte como favas contadas.

Para os leigos, torcedores fanáticos e até os não tanto o raciocínio pode ser válido, mas para profissionais da área tal atitude é inadmissível.

O campeonato foi um passeio, não porque o clube dispusesse de um elenco maravilhoso, como se apregoou aos quatro cantos do país e sim porque tinha tão somente cinco atletas diferenciados, que brilharam em quase todas as partidas.

Cavalieri com os seus verdadeiros milagres livrou de críticas a zaga e os primeiros volantes, transformando a mediocridade reinante na defesa menos vazada do campeonato.

Jean deu dinâmica ao meio de campo, o que auxiliou Thiago Neves a suprir as ausências constantes do Deco.

Wellington Nem com sua velocidade foi a válvula de escape para os contra ataques mortais e Fred simplesmente o melhor jogador do campeonato.

É certo que as afirmações do Abel confundiram as ideias dos dirigentes que acabaram por acreditar que “teriam zagueiros para seis anos”, “substituto pronto para Wellington Nem” e meio campistas exímios a ponto do clube prescindir da contratação de jogadores para o setor.

Ainda assim o que foi contratado sofreu um boicote incompreensível a ponto de não ser relacionado nem para o banco de reservas.

Caetano e Sandrão não foram capazes de observar a formação dos feudos defendidos com furor pelo técnico e nem as pífias apresentações no campeonato carioca e na Libertadores serviram de alerta.

Pressionaram Wellington Nem de todas as formas para aceitar uma transferência para um mercado de segunda linha e acabaram livrando-se dele por um valor menor do que um terço do que o mesmo clube pagou pelo Bernard.

Negociaram Thiago Neves sem ter um substituto à altura, mas em compensação contrataram três atletas: Rhayner, Wellington Silva, sempre às voltas com o departamento médico e Marcelinho, que antes mesmo de estrear terá que ser submetido a uma cirurgia.

Depois de tudo isso ainda precisaram que o time perdesse seis dos nove primeiros jogos para concluir que o ciclo de Abel já tinha terminado.

Vanderlei, que a princípio aceitou não pedir contratações, viu em pouco tempo que entrou numa canoa furada e já começa a falar na necessidade de reforços.

É bom que consiga alguma coisa porque não adianta “ralar o rabo no chão” se não existir um mínimo de qualidade.

Ou alguém de sã consciência acha que algum desses do quadro abaixo conseguiria uma vaga de titular nos elencos dos doze melhores times do atual campeonato, seja por qualidade técnica ou condição física?




A pérola do dia pertence ao vice-presidente de futebol, Sandro Lima, que em entrevista à Rádio Globo  fez a seguinte declaração:
 “- Nós optamos pela manutenção do elenco, que é vencedor. De três Brasileiros, ganhou dois. Não adianta a gente querer achar que só os zagueiros são os culpados. O elenco do Fluminense é o culpado e eu me incluo nisso. Só há uma maneira de melhorar isso: voltar a ganhar. Trazer (reforços) por trazer é muito fácil. É jogar para a torcida. Se a gente for trazer, tem de ser jogador para ser titular e o mercado está muito escasso”.

Sandrão só não observou que o mercado está escasso porque ele dorme no ponto desde o início do ano.

Não enxergou o Elias, contratado pelo Flamengo mesmo em regime de guerra, não viu o Cícero liberado sem ônus pelo São Paulo e mais recentemente deixou escapar o Chicão, que mesmo não sendo um zagueiro de Seleção é muito melhor do que os do elenco atual.

Para o meio campo a absurda insistência com Deco enquanto Dátolo foi parar no Atlético-MG sem ônus algum e Wesley, do Palmeiras, está em vias de se transferir. 

E para fechar as lambanças com chave de ouro ainda permitiu o empréstimo de Lucas Patinho ao poderoso Audax-Rio, não atinando com o fato de Eduardo, a única esperança remanescente para o lugar do Wagner, ter sido seu reserva no time de juniores.

Que Deus ilumine Vanderlei e sua comissão técnica porque se dependermos dos dirigentes responsáveis pelo futebol a chance de rebaixamento é real.

Mas ainda assim, acredito que o Fluzão sairá dessa, apesar dessas malas.

Abra os olhos Peter porque ainda temos a Copa do Brasil.


DETALHES:

Fluminense 2 x 3 Flamengo

Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ); Data: 11/8/2013
Árbitro: Luís Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Celso Barbosa de Oliveira (SP)
Gols: Sobis, aos 16'; Elias, aos 25' e Hernane, aos 31' do primeiro tempo e Hernane, aos 35' e Sobis, aos 47' do segundo
Cartões Amarelos: Carlinhos e Leandro Euzébio

Fluminense: Cavalieri; Igor Julião, Digão, Leandro Euzébio (Diguinho, 17'/2ºT) e Carlinhos; Edinho, Jean, Eduardo (Wagner, 15'/2ºT) e Felipe (Kenedy, 15'/2ºT); Rafael Sobis e Fred. Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Flamengo: Felipe; Léo Moura, Wallace, González e João Paulo; Luiz Antonio, Elias, André Santos (Val, 38'/2ºT) e Gabriel; Hernane (Fernando, 42'/2ºT) e Nixon (Paulinho, 17'/2ºT). Técnico: Mano Menezes.


2 comentários:

Tricolor! disse...

Depois dessa partida, pra mim o campeonato acabou.
Brasileirão só ano que vem.
Mediocridade técnica já é difícil de aturar, agora mediocridade associada à apatia aí já se torna insuportável.

Me acordem em 2014 e me avisem em que divisão estaremos.

Como soucabeça dura, TALVEZ assista aos jogos da Copa do Brasil. Se perceber traço de apatia no primeiro tempo do primeiro jogo, pra mim ela acabará aí também.

No ano esportivo,, ainda me resta curtir a excelente NFL, torcer pelo Ravens e curtir os demais jogos, sobretudo dos simpáticos Chargers, 49ers, Packers, Broncos, Saints e Redskins.

(Que muitos tricolores não me ouçam, mas numa boa?... Esporte por esporte, o futebol americano oferece jogos MUITO mais interessantes do que o tradicional soccer...)

Saudações tricolores!

Go, Ravens!

Helio R.L. disse...

Tricolor,

Tendo a discordar um pouco dessa tese de apatia.

Não acho Edinho, Gum, Digão, Leandro Euzébio e Diguinho apáticos.

Correm, dão carrinhos, pontapés e tudo mais. O que falta neles mesmo é categoria. Os caras são ruins demais, mas faziam parte do clubinho do Abel.

Apáticos mesmo são Wagner, Carlinhos e Bruno, esse talvez barrado para sempre.

Assim espero.

Apática também é a dupla de dirigentes que encabeça o post. Ruins demais, não merecem a grana que recebem.

Saudações Tricoloes.