(foto: Foxsports.com.br / Photocamera) |
Chegou a tão esperada vitória sobre um grande. Foram
precisos duzentos e sessenta e dois dias de sofrimento para que os responsáveis
pelo futebol tricolor percebessem a necessidade de deixar a zona de conforto e
tomar alguma decisão, qualquer que fosse.
A meu ver a culpa maior pela estagnação da equipe
cabe muito mais ao departamento de futebol do que aos erros recorrentes da
comissão técnica.
Abel já havia dado várias provas de que não tinha a
mínima intenção de abrir mão de seus “homens
de confiança”, cujas repetidas falhas foram responsáveis pela maioria das
derrotas inesperadas.
E bastou a mudança no comando para que todos se
mexessem. Os titulares absolutos e acima de qualquer suspeita
vislumbraram a possibilidade de perder suas posições e começaram a correr mais.
No entanto, correr só não adianta. É preciso jogar bola.
Não que Luxemburgo seja o melhor nome para comandar
o Flu. Particularmente, minha preferência seria para um nome novo, de
preferência estrangeiro, já que meus favoritos Cuca e Tite estão indisponíveis
e assim devem permanecer por muito tempo.
Ainda assim gostei de sua estreia.
Começou praticamente com o mesmo time do Abel, mas
suas substituições mostraram que está atento às necessidades da equipe.
Ao perceber que Deco não estava bem, contundido ou
não, fez a troca mais acertada colocando em campo outro armador experiente.
E Felipe correspondeu, melhorou o passe e o time
antes dominado equilibrou as ações ainda no primeiro tempo.
Há muito não via alguém no time dar um passe
milimétrico como aquele para o Carlinhos no início da jogada do gol.
Finalmente, acabou o boicote ao meia que foi
contratado para ser o substituto natural do Deco.
Se vai dar certo ou não o tempo dirá, mas se não for
escalado com tempo hábil para jogar, jamais saberemos.
Quase na metade da etapa final, Vanderlei percebeu
que não dá pra ganhar com Edinho e Diguinho jogando juntos e voltou com Jean
para o meio de campo.
Cabem aqui uns parênteses sobre o deslocamento de
Jean para a lateral. Na seleção, que possui um meio campo e zaga consistentes
ele rende bem, mas com meio campo capenga e zaga mediana ele se perde ao ponto
de chegar a jogar mal.
Além de reforçar o meio de campo, o treinador não
teve receio em colocar uma das melhores promessas de Xerém, Igor Julião, que apesar
da boa apresentação contra o Vasco na última rodada do campeonato passado, não teve
outras oportunidades.
Creio que Igor tenha tudo para ser o titular da equipe
num futuro bem próximo.
Gostei também da entrada do Kenedy que deu mais
movimentação ao ataque. Falta experiência, mas sem jogar nunca irá obtê-la.
Cavalieri, enfim, vai adquirindo sua forma ideal e
com isso as lambanças da zaga não chegam a ser mortais.
Fred, artilheiro como sempre, garantiu a vitória
mesmo sem jogar bem. Gostaria, entretanto, que ele treinasse outras maneiras de
bater pênaltis, principalmente quando tiver pela frente um goleiro do nível de
Fábio.
A vitória sobre o então líder é muito bem vinda, mas
não garante a volta da eficiência de 2012.
O elenco se enfraqueceu, perdeu Wellington Nem e
Thiago Neves, praticamente doados por Caetano e Sandrão. Perdeu Deco, que devido
às contusões constantes não mais consegue desenvolver o seu futebol plástico e
por isso mesmo já começa a dar sinais que a aposentadoria está próxima.
Acrescente-se o fato dos costumeiros contundidos,
como Valencia, Wellington Silva e Marcos Junior quase sempre indisponíveis.
Vanderlei vai
dar certo? Pode ser. De positivo, a percepção de que alterações na equipe serão
necessárias e mais do que isso, vontade e coragem para realizá-las.
Brigará pelo título? Não creio. A zaga é muito
fraca, os volantes, à exceção do Jean, representam o anti-futebol. Quem sabe a
vaga na Libertadores?
Pelo menos, o receio de briga pelo rebaixamento se
afastou de vez.
E
DÁ-LHE FLUZÃO!
DETALHES:
Fluminense 1 x 0 Cruzeiro
Local: Maracanã,
Rio de Janeiro (RJ); Data: 31/7/2013
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio
Auxiliares: Fabrício Vilarinho da Silva e João Patrício de Araújo
Gol: Fred, aos 32"/2ºT
Cartões amarelos: Wagner e Diguinho
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio
Auxiliares: Fabrício Vilarinho da Silva e João Patrício de Araújo
Gol: Fred, aos 32"/2ºT
Cartões amarelos: Wagner e Diguinho
Fluminense: Diego Cavalieri, Jean, Gum e
Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Diguinho (Igor Julião, 21'/2ºT), Wagner
(Kenedy, 28'/2ºT) e Deco (Felipe, 37'/1ºT); Rafael Sobis e Fred. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Cruzeiro: Fábio, Mayke, Bruno Rodrigo,
Dedé e Egídio; Nilton, Souza, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro; Vinícius
Araújo (Lucca, 29'/2ºT) e Luan (William, 17'/2ºT). Técnico: Marcelo Oliveira.
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