De vilão a heroi. Depois de perder um gol incrível, Nem marcou o primeiro e construiu a jogada do segundo. (foto: Terra.com.br / AP) |
O
time até que jogou bem, teve mais posse de bola e, de certo modo, passou a
maior parte do tempo sem tomar sustos.
No entanto, parece que ainda está um tanto travado.
Talvez
pelo fato de várias de suas estrelas não terem participado da pré-temporada.
Deco,
Wellington Nem, Thiago Neves, Gum, por motivos diversos ficaram fora a maioria
do tempo e mesmo o Fred não teve um preparo a contento.
Espero
que seja esse o motivo, porque a dificuldade de vencer equipes fracas sinaliza
para derrotas contra os mais fortes, principalmente os brasileiros, reforçados
e nitidamente em melhores condições físicas.
O
exemplo lógico foi a derrota contundente para o Grêmio.
Mas,
voltando ao Chile, dessa vez Abel escalou o que tinha de melhor, pelo menos na
teoria e não podia ter sido de outra maneira, afinal, o elenco como um todo
precisa urgentemente ganhar ritmo de jogo.
O
resultado não foi o esperado. Deco, completamente sem preparo, errou quase tudo
que tentou e exaurido teve que ser substituído na segunda etapa.
Aí
brilhou a estrela de Wagner, que marcou em sua primeira intervenção.
O
atacante, sim porque até hoje ainda não consegui enxergá-lo como meia armador, jogou
melhor e provou a tese de que só consegue ser efetivo quando tem gente
habilidosa a seu lado. Encarregar só a ele a armação do time tem sido um erro
recorrente que o tem prejudicado bastante.
Thiago,
aos poucos vai adquirindo a forma e provando que não existe no elenco ninguém com
mais habilidade para a função. Continua cansando cedo, nada que o tempo não
corrija.
Wellington
Nem perdeu um gol por pura displicência, excesso de confiança __ sei lá __ o
fato é que não fazer um gol daqueles não tem justificativa.
Quando
jogou com alma, voltou a ser aquele terror das defesas adversárias.
Gostei
da atuação do Rhayner. Abriu o jogo pela direita e fez com que Nem caísse mais
para a esquerda, posição em que rende mais. Faltou sorte ao concluir no travessão.
Gostei
mais ainda da “coragem” do Abel ao
colocá-lo no lugar do Leandro Euzébio, contundido.
Dessa
vez não creio que se deva condenar o treinador pelo fato de ter recomposto a
zaga com o Anderson logo após o desempate.
É
só olhar para a composição do banco e concluir que poderia ter sido pior.
Na
realidade, Thiago Neves estava cansado e sem condições de jogo.
Tomamos
um ligeiro sufoco no final, mas não existia outro meia no banco e é por isso
que não entendo a razão de Felipe quase não ter tido oportunidade de recuperar
a sua forma física naqueles jogos “babas”
do campeonato carioca.
Do
jeito que o Deco está, essa providência é mais do que necessária. Ai que saudade
do Conca!
Fred
está melhorando. A ajeitada com o peito para o gol do Nem foi antológica.
Sem
solução aparente continua sendo a apatia dos laterais. Não marcam ninguém e
apoiam mal.
Carlinhos
quando não fica parado numa faixa morta do campo consegue atacar, mas erra
quase todas. Ontem, por exemplo, só acertou uma vez e o gol saiu.
Já
Bruno não acertou nenhuma. Talvez seja a hora de tentar o Wellington Silva no
time titular.
O
que mais me preocupa no Fluminense atual é o comportamento do Abel, muito
parecido com o do Parreira na Copa de 2006 quando sempre escalava “do um ao onze”, pouco importando se
aquele monte de gordos estava jogando bem ou mal.
O
fato de prestigiar de forma quase idêntica os campeões do ano passado, mesmo
aqueles completamente fora de ritmo, parece estar causando certa acomodação na
equipe, que entra em campo ao passo de trote, enquanto os adversários vão a
galope.
Ainda
ontem, a diferença foi gritante, enquanto o time cadenciava o jogo, os chilenos
“comiam grama”, ou pelo menos
tentavam.
Contudo,
valeu a vitória e a volta da possibilidade real de classificação.
E DÁ-LHE FLUZÃO!
DETALHES:
Huachipato 1 x 2 Fluminense
Local: Estádio CAP, em Talcahuano (CHI); Data: 27/02/2013
Árbitro: Saúl Esteban Laverni (ARG)
Auxiliares: Juan Belatti (ARG) e Iván Núnez (ARG)
Gols: Rodriguez,
aos 45' do primeiro tempo; Wellington
Nem, aos 21' e Wagner, aos 31' do segundo.
Cartões Amarelos: Deco e Carlinhos
Cartões Amarelos: Deco e Carlinhos
Huachipato: Veloso; Contreras, Labrín, Muñoz e Crovetto; Sandoval, Reyes, Nuñez (Reynero, 28'/2ºT) e Arrue (González, 18'/1ºT); Falcone (Llanos, 23'/2ºT) e Rodriguez. Técnico: Jorge Pellicer
Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Leandro Euzébio (Rhayner, 18'/2ºT) e Carlinhos; Edinho, Jean, Deco (Wagner, 30'/2ºT) e Thiago Neves (Anderson, 33'/2ºT); Wellington Nem e Fred - Técnico: Abel Braga
3 comentários:
Nosso time é comum, de operários.
O único (um pouco) diferenciado no momento é o Fred.
Deco foi o pior em campo. Não estou dizendo que é o menos capaz, apenas que foi o que pior cumpriu a função para a qual foi designado.
Sou daqueles anciões que compartilham do velho entendimento de que o jogo, essencialmente, se ganha ou se perde no meio de campo.
Finalmente temos volantes de bom nível (Jean, Edinho e Valencia).
Mas na parte criativa do meio de campo temos graves problemas.
Deco ou tá lesionado ou tá voltado de lesão, sem ritmo.
Thiago Neves com a cabeça comprometida com a lua.
Wagner esforçado, razoável até, mas não é jogador pra carregar time nenhum nas costas.
Felipe, jogador de time master que não tem jogado nem as peladas do estadual.
Nesse passo, a sapatada aplicada pelo Grêmio em pleno Engenhão pode ter um efeito produtivo: baixar a bola do campeão brasileiro, do "time a ser batido", do "time campeão brasileiro em 2 dos últimos 3 anos".
Não somos essa coca-cola toda não.
Não somos inferiores tecnica e coletivamente a muitas equipes.
Espero que isso tenha ficado bem claro para o nosso elenco. Sem muita luta, sem muito treino, sem ímpeto, não chegaremos a lugar algum.
Obrigado, Grêmio.
ST!
ERRATA:
"Somos inferiores tecnica e coletivamente a muitas equipes."
Em tempo: Wellington Nem se redimiu da lambança.
Grazadeu!
Postar um comentário