quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fluminense 0 x 3 Grêmio. Mais uma na conta do Abel!

Que mancada, heim, Abel Braga? (foto: Terra.com.br / Mauro Pimentel)

A equipe foi repetida por justiça e coerência. Eles foram muito bem na Venezuela. Se eu entro com Deco e Thiago Neves e perco, a pergunta seria por que mudar o time que venceu. Nossa vitória na ocasião não foi valorizada e hoje passou a ser, até porque o Caracas foi ao Chile e venceu o Huachipato”.  Abel Braga.

Mais preocupante que a acachapante derrota foram as palavras de nosso treinador proferidas ao término da partida.

As justificativas sem sentido, além de exacerbarem uma soberba inconcebível, elimina qualquer indício de que a derrota possa servir de lição para a correção de erros crassos, que têm ocorrido em sequencia.

E parece ser o Grêmio o adversário favorito para as mais estapafúrdias lambanças do Abelão.

No Brasileirão passado, jogou no Olímpico com três zagueiros (Gum, Leandro Euzébio e Anderson) e dois cabeças de área eméritos desperdiçadores de passes (Edinho e Fabio Braga), deixando a tarefa de armar a cargo de Thiago Neves, que nunca foi armador na vida.

O time não conseguiu atacar e perto do fim uma bobeada deu a Kleber a chance de marcar e aconteceu a derrota mais do que provável.

No Engenhão, após a virada, o tradicional recuo e a permissão do empate a cinco minutos do fina e com os gaúchos com dez em campo.

Assim, um adversário que quase não assustava passou a posar de “carrasco”, “pedra na chuteira” e outras baboseiras.

Dito isso, voltemos à jornada inglória da noite de ontem.

Pela declaração, Abel não escalou Deco e Thiago Neves de início, porque temia perdê-los e ser obrigado a fazer duas substituições.

Mas não foi exatamente isso que aconteceu?  A criatividade a cargo de Wagner e Sobis era um indício claro que duas substituições teriam que ser feitas mais cedo ou mais tarde.

Desde cedo se viu que a equipe teria problemas na criação de jogadas, o que forçou a primeira alteração logo no intervalo, Deco por Wagner.

O que poderia ter sido a solução mostrou-se um desastre e a previsão do Pedro antes mesmo do jogo começar foi vista por todos.

Deco entrou devagar quando todos os demais já estavam a 100 km/h e antes que conseguisse esquentar e entrar no jogo, a desvantagem já era de dois gols.

E aí de nada adiantou dispormos de um Deco combalido em campo, porque o Grêmio plantou-se na defesa e conseguiu a vitória sem esforço.

A entrada de Thiago Neves veio aos 17’ e para surpresa de todos no lugar de Wellington Nem, o que levou os torcedores à loucura e o bem merecido grito de “burro”.

Wellington Nem realmente não estava numa de suas melhores jornadas, ainda mais quando Luxemburgo corrigiu a marcação do lado esquerdo de sua defesa dando mais apoio ao André Santos, mas ainda assim representava a única válvula de escape para um possível contra ataque, ao passo que Rafael Sobis nada fazia em campo.

Parece que os elogios recebidos da Torcida fizeram Abel perceber a bobagem, que ele tratou de corrigir um minuto depois quando sacou o nulo Sobis.

Mas aí o banco não tinha Marcos Junior e por que não tinha? Justamente porque duas vagas foram ocupadas por titulares incontestes.

Entrou Samuel, tentou jogar pelas pontas e como não é a dele, nada conseguiu.

E assim, o time continuou se arrastando em campo sem ameaçar a meta gremista uma única vez sequer. 

Durante os noventa minutos nenhum contra ataque foi armado, nenhuma defesa de Dida.

Quarenta e dois passes errados, vinte e três bolas alçadas para a área do Grêmio, todas sem direção.

E o Grêmio, sem ter nada com isso, aproveitou as chances que teve e venceu com tranquilidade.

Tanta tranquilidade que não possibilita nenhuma contestação sobre a desastrada atuação do Paulo Cesar de Oliveira, (mais uma!), ao ignorar o pênalti de Cris em Wellington Nem, não ver a mão de Barcos no primeiro gol e o impedimento de André Santos no segundo.

As lambanças do Abel foram de tal monta que ainda que o soprador de apito tivesse assinalado todas essas irregularidades, não tenho dúvida em afirmar que o Grêmio sairia vencedor.

Bem, já que Abel tem como formação a faculdade de não reconhecer seus erros e, como todos sabem que “o pior cego é aquele que não quer ver”, aqui vão algumas indagações para sua reflexão.

Por que em vez de sacar o Wellington Nem não usou um pouco de criatividade deslocando-o para a esquerda, já que no intervalo Luxemburgo corrigiu a marcação deficiente de Andre Santos?
Por que não treinou marcação especial sobre Barcos nos escanteios em vez de deixar a marcação a cargo de Bruno, lateral de pouca impulsão e onze centímetros mais baixo?

Por que não deixar Marcos Junior no banco no lugar de Diguinho, já que numa emergência Digão poderia desempenhar (e melhor) a função de volante cabeça de área?

Por que manteve o Gum em campo por noventa minutos contra o Volta Redonda depois de uma inatividade de mais de dois meses?

Por que insistiu tanto na contratação do Felipe, se não o coloca em campo para ganhar ritmo nos jogos modorrentos contra times medíocres do campeonato estadual?

Por que não dá descanso ao Bruno e principalmente ao Carlinhos?

Cabe acrescentar não ser a intenção de imputar todas as mazelas ao Abel. De modo algum.

O problema vai além e alcança a alta cúpula do clube, que pelo fato do Fluminense ter vencido o tetracampeonato com facilidade, julgou que dispunha de um super elenco.

Para o Brasileirão passado até que deu. Só que os principais adversários se reforçaram e muito. O Grêmio mesmo é um exemplo gritante. O Corinthians, apesar dos títulos da Libertadores e Campeão do Mundo, trouxe Alexandre Pato, Renato Augusto e outros menos famosos.

O Fluminense não trouxe ninguém de peso e mesmo assim os que chegaram não têm tido nenhuma oportunidade de mostrar a que vieram.

E aí quando os milagres de Cavalieri, os gols do Fred, as arrancadas de Wellington Nem, os passes de Deco e Jean, a inspiração de Thiago Neves e a sorte do Abel não acontecem, o desastre é certo.

Para relembrar como o problema não é de hoje, a transcrição de excertos da postagem de dezembro do ano passado.

 "SÁBADO, 29 DE DEZEMBRO DE 2012
O fim do ano chegou e os reforços não vieram!


O time é bom, sobrou no campeonato brasileiro.
Agora, porém, os principais adversários estão se reforçando.
Preocupa-me o fato do Fluminense partir para a disputa da Libertadores sem meio de campo confiável.
Deco jogou apenas dezesseis  partidas do Brasileirão e também esteve ausente nos dois jogos decisivos contra o Boca Juniors.  Seu histórico de contusões não nos dá esperanças de melhoras.
Wagner, seu substituto natural, esteve fora de onze jogos  da campanha do tetra e o pior é que na maioria deles Deco também estava contundido.
E sem os dois, a tendência do Abel é a de escalar o meio de campo com três volantes e quase sempre o Diguinho como esse terceiro, recuando Thiago Neves para cuidar da armação.
E aí a coisa pega. Diguinho há muito perdeu sua forma dos tempos de Botafogo e Thiago Neves nunca foi meia armador, ou seja, o time perde um terceiro atacante efetivo e não ganha um meia armador."

DETALHES:

Fluminense 0 x 3 Grêmio

Local: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ); Data: 20/02/2013
Árbitro (?): Paulo César de Oliveira (Fifa/SP)
Assistentes: Márcio Santiago (Fifa/MG) e Fabrício Vilarinho (Fifa/GO)
Gols: Barcos, na realidade Bruno contra, aos 33' do primeiro tempo; André Santos, aos 9' e Vargas, aos 24' do segundo.
Cartões amarelos: Anderson

Fluminense: Diego Cavalieri, Bruno, Leandro Euzébio, Anderson e Carlinhos; Edinho, Jean, e Wagner (Deco, no intervalo); Wellington Nem (Thiago Neves, 17'/2ºT), Fred e Rafael Sobis (Samuel, 18'/2ºT). Técnico: Abel Braga

Grêmio: Dida; Pará, Werley, Cris e André Santos; Fernando, Souza (Adriano, 35'/2ºT), Elano (Marco Antônio, 33'/2ºT) e Zé Roberto; Vargas (Welliton, 37'/2ºT) e Barcos. Técnico: Vanderlei Luxemburgo

3 comentários:

Tricolor! disse...

De início: só o Wagner na criação, com 3 atacantes (ou será que o Sóbis é armador??). Desequilíbio.

Depois recompõe-se o meio, sacando os dois atacantes pelas pontas e tumultua-se com 2 centroavantes. Novo desequilíbrio.

Será que o Abel só concebe o time com 3 volantes, 3 atacantes ou 2 centroavantes na área?

Outra coisa: o que foi aquele biquinho que o Sóbis armou ao sair?

Eu quero arroz com feijão!
Não inventa, Abel!
1 goleiro
2 zagueiros
2 laterais
2 volantes
2 meias
1 atacante pelos lados
1 centroavante

Será que é tão difícil assim??

E, quem diria...
Pra mim o melhor em campo pelo Flu foi o Edinho. Fez o papel dele, com segurança.
Achei que o excelente Cavalieri catou borboleta no primeiro gol.

Helio R.L. disse...

Concordo com vc, desde que os dois laterais sejam outros que Bruno e Carlinhos, que um dos volantes nunca seja o Diguinho e que dos atacantes não haja proteção na escalação.

Estive no Engenhão e percebi que o Edinho, dessa vez, não fez lambança e também o Leandro Euzébio.

Em compensação, Carlinhos e Bruno ... só matando.

Em tempo: O Cavalieri também falhou no terceiro gol, mas tem crédito.

Saudações Tricolores.

Helio R.L. disse...

Em tempo: Diguinho me faz sentir saudades do Fabinho. Estou procurando um psicólogo para fazer análise.

Sds.