Que mancada, heim, Abel Braga? (foto: Terra.com.br / Mauro Pimentel) |
“A equipe foi repetida por justiça e
coerência. Eles foram muito bem na Venezuela. Se eu entro com Deco e Thiago
Neves e perco, a pergunta seria por que mudar o time que venceu. Nossa vitória
na ocasião não foi valorizada e hoje passou a ser, até porque o Caracas foi ao
Chile e venceu o Huachipato”. Abel Braga.
Mais
preocupante que a acachapante derrota foram as palavras de nosso treinador
proferidas ao término da partida.
As
justificativas sem sentido, além de exacerbarem uma soberba inconcebível,
elimina qualquer indício de que a derrota possa servir de lição para a correção
de erros crassos, que têm ocorrido em sequencia.
E parece ser
o Grêmio o adversário favorito para as mais estapafúrdias lambanças do Abelão.
No
Brasileirão passado, jogou no Olímpico com três zagueiros (Gum, Leandro Euzébio
e Anderson) e dois cabeças de área eméritos desperdiçadores de passes (Edinho e
Fabio Braga), deixando a tarefa de armar a cargo de Thiago Neves, que nunca foi
armador na vida.
O time não
conseguiu atacar e perto do fim uma bobeada deu a Kleber a chance de marcar e
aconteceu a derrota mais do que provável.
No Engenhão,
após a virada, o tradicional recuo e a permissão do empate a cinco minutos do
fina e com os gaúchos com dez em campo.
Assim, um adversário
que quase não assustava passou a posar de “carrasco”,
“pedra na chuteira” e outras baboseiras.
Dito isso,
voltemos à jornada inglória da noite de ontem.
Pela
declaração, Abel não escalou Deco e Thiago Neves de início, porque temia
perdê-los e ser obrigado a fazer duas substituições.
Mas não foi
exatamente isso que aconteceu? A
criatividade a cargo de Wagner e Sobis era um indício claro que duas
substituições teriam que ser feitas mais cedo ou mais tarde.
Desde cedo se
viu que a equipe teria problemas na criação de jogadas, o que forçou a primeira
alteração logo no intervalo, Deco por Wagner.
O que poderia
ter sido a solução mostrou-se um desastre e a previsão do Pedro antes mesmo do
jogo começar foi vista por todos.
Deco entrou
devagar quando todos os demais já estavam a 100 km/h e antes que conseguisse
esquentar e entrar no jogo, a desvantagem já era de dois gols.
E aí de nada
adiantou dispormos de um Deco combalido em campo, porque o Grêmio plantou-se
na defesa e conseguiu a vitória sem esforço.
A entrada de
Thiago Neves veio aos 17’ e para surpresa de todos no lugar de Wellington Nem,
o que levou os torcedores à loucura e o bem merecido grito de “burro”.
Wellington
Nem realmente não estava numa de suas melhores jornadas, ainda mais quando Luxemburgo
corrigiu a marcação do lado esquerdo de sua defesa dando mais apoio ao André
Santos, mas ainda assim representava a única válvula de escape para um possível
contra ataque, ao passo que Rafael Sobis nada fazia em campo.
Parece que os
elogios recebidos da Torcida fizeram Abel perceber a bobagem, que ele tratou de
corrigir um minuto depois quando sacou o nulo Sobis.
Mas aí o
banco não tinha Marcos Junior e por que não tinha? Justamente porque duas vagas
foram ocupadas por titulares incontestes.
Entrou
Samuel, tentou jogar pelas pontas e como não é a dele, nada conseguiu.
E assim, o
time continuou se arrastando em campo sem ameaçar a meta gremista uma única vez
sequer.
Durante os noventa minutos nenhum contra ataque foi armado, nenhuma
defesa de Dida.
Quarenta e
dois passes errados, vinte e três bolas alçadas para a área do Grêmio, todas
sem direção.
E o Grêmio, sem ter nada com isso, aproveitou as chances que teve e venceu com
tranquilidade.
Tanta
tranquilidade que não possibilita nenhuma contestação sobre a desastrada
atuação do Paulo Cesar de Oliveira, (mais uma!), ao ignorar o pênalti de
Cris em Wellington Nem, não ver a mão de Barcos no primeiro gol e o impedimento
de André Santos no segundo.
As lambanças
do Abel foram de tal monta que ainda que o soprador de apito tivesse assinalado
todas essas irregularidades, não tenho dúvida em afirmar que o Grêmio sairia
vencedor.
Bem, já que
Abel tem como formação a faculdade de não reconhecer seus erros e, como todos
sabem que “o pior cego é aquele que não
quer ver”, aqui vão algumas indagações para sua reflexão.
Por que em vez de sacar o Wellington Nem não usou um pouco de criatividade deslocando-o para a esquerda, já que no intervalo Luxemburgo corrigiu a marcação deficiente de Andre Santos?
Por que não treinou marcação especial sobre Barcos nos escanteios em vez de deixar a marcação a cargo de Bruno, lateral de pouca impulsão e onze centímetros mais baixo?
Por que não deixar Marcos Junior no banco no lugar de Diguinho, já que numa emergência Digão poderia desempenhar (e melhor) a função de volante cabeça de área?
Por que manteve o Gum em campo por noventa minutos contra o Volta Redonda depois de uma inatividade de mais de dois meses?
Por que insistiu tanto na contratação do Felipe, se não o coloca em campo para ganhar ritmo nos jogos modorrentos contra times medíocres do campeonato estadual?
Por que não dá descanso ao Bruno e principalmente ao Carlinhos?
Cabe
acrescentar não ser a intenção de imputar todas as mazelas ao Abel. De modo
algum.
O problema
vai além e alcança a alta cúpula do clube, que pelo fato do Fluminense ter vencido
o tetracampeonato com facilidade, julgou que dispunha de um super elenco.
Para o
Brasileirão passado até que deu. Só que os principais adversários se reforçaram
e muito. O Grêmio mesmo é um exemplo gritante. O Corinthians, apesar dos
títulos da Libertadores e Campeão do Mundo, trouxe Alexandre Pato, Renato
Augusto e outros menos famosos.
O Fluminense
não trouxe ninguém de peso e mesmo assim os que chegaram não têm tido nenhuma
oportunidade de mostrar a que vieram.
E aí quando
os milagres de Cavalieri, os gols do Fred, as arrancadas de Wellington Nem, os
passes de Deco e Jean, a inspiração de Thiago Neves e a sorte do Abel não
acontecem, o desastre é certo.
Para
relembrar como o problema não é de hoje, a transcrição de excertos da postagem
de dezembro do ano passado.
"SÁBADO, 29 DE DEZEMBRO DE 2012
O fim do ano chegou e os reforços não vieram!
O time é bom, sobrou no campeonato brasileiro.
Agora, porém, os principais adversários estão se reforçando.
Preocupa-me o fato do Fluminense partir para a disputa da Libertadores sem meio de campo confiável.
Deco jogou apenas dezesseis partidas do Brasileirão e também esteve ausente nos dois jogos decisivos contra o Boca Juniors. Seu histórico de contusões não nos dá esperanças de melhoras.
Wagner, seu substituto natural, esteve fora de onze jogos da campanha do tetra e o pior é que na maioria deles Deco também estava contundido.
E sem os dois, a tendência do Abel é a de escalar o meio de campo com três volantes e quase sempre o Diguinho como esse terceiro, recuando Thiago Neves para cuidar da armação.
E aí a coisa pega. Diguinho há muito perdeu sua forma dos tempos de Botafogo e Thiago Neves nunca foi meia armador, ou seja, o time perde um terceiro atacante efetivo e não ganha um meia armador."
DETALHES:
Fluminense 0 x 3 Grêmio
Local: Engenhão,
no Rio de Janeiro (RJ); Data: 20/02/2013
Árbitro (?): Paulo César de Oliveira (Fifa/SP)
Assistentes: Márcio Santiago (Fifa/MG) e Fabrício Vilarinho (Fifa/GO)
Árbitro (?): Paulo César de Oliveira (Fifa/SP)
Assistentes: Márcio Santiago (Fifa/MG) e Fabrício Vilarinho (Fifa/GO)
Gols: Barcos, na realidade Bruno contra, aos 33' do primeiro tempo; André
Santos, aos 9' e Vargas, aos 24' do segundo.
Cartões amarelos: Anderson
Fluminense: Diego Cavalieri, Bruno, Leandro Euzébio, Anderson e Carlinhos;
Edinho, Jean, e Wagner (Deco, no intervalo); Wellington Nem (Thiago Neves,
17'/2ºT), Fred e Rafael Sobis (Samuel, 18'/2ºT). Técnico: Abel Braga
Grêmio: Dida;
Pará, Werley, Cris e André Santos; Fernando, Souza (Adriano, 35'/2ºT), Elano
(Marco Antônio, 33'/2ºT) e Zé Roberto; Vargas (Welliton, 37'/2ºT) e Barcos. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
3 comentários:
De início: só o Wagner na criação, com 3 atacantes (ou será que o Sóbis é armador??). Desequilíbio.
Depois recompõe-se o meio, sacando os dois atacantes pelas pontas e tumultua-se com 2 centroavantes. Novo desequilíbrio.
Será que o Abel só concebe o time com 3 volantes, 3 atacantes ou 2 centroavantes na área?
Outra coisa: o que foi aquele biquinho que o Sóbis armou ao sair?
Eu quero arroz com feijão!
Não inventa, Abel!
1 goleiro
2 zagueiros
2 laterais
2 volantes
2 meias
1 atacante pelos lados
1 centroavante
Será que é tão difícil assim??
E, quem diria...
Pra mim o melhor em campo pelo Flu foi o Edinho. Fez o papel dele, com segurança.
Achei que o excelente Cavalieri catou borboleta no primeiro gol.
Concordo com vc, desde que os dois laterais sejam outros que Bruno e Carlinhos, que um dos volantes nunca seja o Diguinho e que dos atacantes não haja proteção na escalação.
Estive no Engenhão e percebi que o Edinho, dessa vez, não fez lambança e também o Leandro Euzébio.
Em compensação, Carlinhos e Bruno ... só matando.
Em tempo: O Cavalieri também falhou no terceiro gol, mas tem crédito.
Saudações Tricolores.
Em tempo: Diguinho me faz sentir saudades do Fabinho. Estou procurando um psicólogo para fazer análise.
Sds.
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