Sem dúvida alguma o maior responsável pelo vexame foi o nosso professor pardal. |
“Foi uma derrota ruim, um
jogo ruim, que não esperávamos. Nada deu certo. A equipe não encaixou. O
Atlético-MG jogou bem melhor que o Fluminense e acabou por merecer a vitória”.
Essa
foi a pérola com a qual Drubscky tentou justificar a atuação vergonhosa, uma
das piores dos últimos anos.
Apesar
de não esperar uma derrota tão acachapante, qualquer torcedor com a memória
mais ou menos ajustada pressentiu claramente o desastre iminente ao tomar
conhecimento da equipe escolhida para iniciar o jogo.
Em
nossas cabeças o déjà vu preocupante da semifinal do Rubenzão.
Se o
esquema escolhido já havia naufragado contra o limitado time do
Botafogo, o que poderia ser esperado do confronto com um dos três mais
qualificados do campeonato?
Pelo
que o time apresentou depreende-se sem muito esforço que nenhum aprimoramento
foi conseguido no período de folga tão raro no calendário brasileiro.
Zagueiros
mal posicionados, volantes e meias desperdiçados pelos extremos do campo,
laterais sem poder de marcação e inábeis nos cruzamentos, em suma: ausência
total de criatividade.
E foi
um insulto à nossa inteligência a ousadia do treinador ao repetir o amontoado
de gente perdida no meio de campo sem saber exatamente o que fazer e Fred
sozinho, isolado entre os defensores adversários.
Patética
escalação e incompreensível apatia de todos.
Logo de
início os largos espaços deixados chamaram a atenção de Levir Culpi, que não
precisou de nenhuma fórmula especial para liquidar a partida em tempo recorde.
Bastou abrir dois atacantes pelas extremas, empurrar os desajeitados tricolores
para seu próprio campo e bombardeá-los com bolas cruzadas sobre a área, ponto
fraco de nossa defesa sobejamente conhecido até por seres extras terrestres.
Antônio Carlos salvou a primeira escorando para escanteio. Na
cobrança Cavalieri afastou novamente para a linha de fundo e na sequência saiu
o gol com uma cabeçada esquisita de Jamerson completamente livre de marcação.
Em apenas sete minutos ficou evidente que não havia a mínima
possibilidade de reverter a situação.
O time continuou disperso, completamente desorganizado com
Gerson e Jean inexplicavelmente deslocados pelas pontas do que se aproveitaram os mineiros para
passear em campo. Fred sozinho tentava voltar para buscar jogo, mas não achava
ninguém à frente tentar uma tabela.
Caos total. A diferença de padrão tático continuava gritante:
duas bolas na trave e mais um gol não espelharam a imensa supremacia atleticana
diante de uma caricatura atônita do que até pouco tempo era decantado como o
mais forte dos times brasileiros.
O treinador estático, perplexo, demonstrava não ter a mínima
noção do que fazer.
Ao ver a repetição dos primeiros trinta minutos do jogo do
Engenhão não conseguia entender o que Drubscky estaria pretendendo com a
manutenção da tática suicida.
Após o intervalo substituições desconexas não alteraram em nada
o ritmo do jogo. O Atlético continuou senhor absoluto, fez mais dois e ainda
bem que tirou o pé porque poderíamos ter visto a maior goleada de todos os
tempos entre grandes no campeonato brasileiro.
No final, um pênalti bem batido por Fred, mas a vaca já tinha
ido para o brejo.
Após a catástrofe Drubscky acena com a possibilidade de trocas.
Trocas, que trocas, se até hoje ainda não conseguiu discernir
sobre o que de melhor há no elenco?
Jovens promissores e mais habilidosos que os “reforços”
idealizados por Simone são sistematicamente relegados a plano secundário,
emprestados a qualquer um sem terem tido ao menos uma oportunidade de mostrarem
seus valores.
As alterações limitam-se apenas ao rodízio entre os que caíram
nas graças do treinador. ou, quem sabe, soa empresários.
Giovanni, Lucas Gomes, Victor Oliveira, João Filipe, Vinícius já
foram por demais testados e não corresponderam.
Vinícius vez por outra consegue algum brilhareco, mas nada que o
credencie à titularidade num clube da dimensão do Fluminense.
Wagner é outro que não decide, sempre foi coadjuvante no Fluminense e jamais será protagonista. Só os míopes não percebem o óbvio.
Acho difícil que Drubscky consiga formar uma equipe vencedora
com a mentalidade tacanha que tem demonstrado.
É fato que o time é mais fraco que o do ano passado, principalmente pelas
perdas de Conca e Cícero, mas não a ponto de ser presa tão fácil nas partidas
principais.
No Fluminense, desde os tempos de Cristóvão parece ter-se
cristalizada a mania de defender sempre: um monte de volantes e os atacantes quando escalados orientados a marcar primeiro
os adversários para depois tentarem alguma bola vadia em contra ataques.
A tática esdrúxula pode até funcionar com peças adequadas. Já foi vitoriosa quando
tínhamos Thiago Neves, Wellington Nem, Emerson, Fred, Conca, Deco, Mariano.
Essa turma jogava por música e acabou sendo responsável pela
permanência de vários atletas limitados no time titular, alguns ainda
remanescentes no grupo atual.
Para o jogo contra o Corinthians cuidados defensivos terão que
ser tomados sem entretanto eliminar a capacidade do time de atacar, caso
contrário teremos novos dissabores em pleno Maracanã.
Dá pra ganhar, mas será imprescindível o apoio maciço dos
torcedores e um pouco mais de inspiração e coragem por parte do treinador.
Por falar nisso, onde andam Martinuccio, Ronan, Marlone, Higor, Lucas Patinho e tantos outros?
Provavelmente se inquirido a respeito o treinador responderá que não estão bem. Mas, afinal, quem está nesse emaranhado de incompetência?
Não creio que seja a hora de trocar o comando técnico, ainda
mais porque com os seus parcos conhecimentos a dupla Bittencourt/Simone
provavelmente trará alguém do mesmo nível ou pior ainda.
É preciso, porém, que alguém meta na cabeça do Drubscky que hoje
ele dirige o Fluminense, um clube que não tem o costume de se acovardar contra
os adversários, em especial aqueles de maior potencial.
Evidente que se tal pressão acontecer o técnico irá espernear como já
fez em um de seus belos livros teóricos, mas se não acatar sugestões de quem
conhece a grandeza tricolor sua passagem será efêmera como a de tantos
outros.
É simpático, educado, humilde, mas o que a torcida tricolor mais
exige é competência.
E para fugir da zona da degola domingo próximo todos no Maraca
para vencer o Timão!
E DÁ-LHE
FLUZÃO!
DETALHES:
CAMPEONATO BRASILEIRO – 2ª RODADA
Atlético-MG 4 x 1 Fluminense
Local: Estádio Mané Garrincha, Brasília, DF; Data: 17/05/2015
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa/RS)
Assistentes: Marcelo Bertanha Barison (RS) e Rafael da Silva Alves (RS)
Gols: Jemerson, aos 7' e aos 36' do primeiro tempo; Dátolo, aos 7', Luan, aos 35' e Fred, aos 43' do segundo
Cartão amarelo: Edson
Local: Estádio Mané Garrincha, Brasília, DF; Data: 17/05/2015
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa/RS)
Assistentes: Marcelo Bertanha Barison (RS) e Rafael da Silva Alves (RS)
Gols: Jemerson, aos 7' e aos 36' do primeiro tempo; Dátolo, aos 7', Luan, aos 35' e Fred, aos 43' do segundo
Cartão amarelo: Edson
Atlético-MG: Victor,
Patric, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Rafael Carioca, Dátolo
(Josué, 33'/2ºT) e Luan; Carlos (Maicosuel, 37'/2ºT), Thiago Ribeiro (Giovanni
Augusto, 18'/2ºT) e Lucas Pratto. Técnico: Levir
Culpi.
Fluminense: Cavalieri, Wellington Silva, Gum, Antonio Carlos e Giovanni; Edson, Pierre (Wagner, Intervalo), Jean, Gerson (Magno Alves, Intervalo) e Vinícius (Lucas Gomes, 20'/2ºT); Fred. Técnico: Ricardo Drubscky.
Fluminense: Cavalieri, Wellington Silva, Gum, Antonio Carlos e Giovanni; Edson, Pierre (Wagner, Intervalo), Jean, Gerson (Magno Alves, Intervalo) e Vinícius (Lucas Gomes, 20'/2ºT); Fred. Técnico: Ricardo Drubscky.
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