terça-feira, 19 de maio de 2015

Atlético-MG 4 x 1 Fluminense. Reincidência de erro estratégico causa humilhação ao Tricolor em Brasília!

  
Sem dúvida alguma o maior responsável pelo vexame foi o nosso professor pardal.

Foi uma derrota ruim, um jogo ruim, que não esperávamos. Nada deu certo. A equipe não encaixou. O Atlético-MG jogou bem melhor que o Fluminense e acabou por merecer a vitória”.

Essa foi a pérola com a qual Drubscky tentou justificar a atuação vergonhosa, uma das piores dos últimos anos.

Apesar de não esperar uma derrota tão acachapante, qualquer torcedor com a memória mais ou menos ajustada pressentiu claramente o desastre iminente ao tomar conhecimento da equipe escolhida para iniciar o jogo.

Em nossas cabeças o déjà vu preocupante da semifinal do Rubenzão.

Se o esquema escolhido já havia naufragado contra o limitado time do Botafogo, o que poderia ser esperado do confronto com um dos três mais qualificados do campeonato?

Pelo que o time apresentou depreende-se sem muito esforço que nenhum aprimoramento foi conseguido no período de folga tão raro no calendário brasileiro.

Zagueiros mal posicionados, volantes e meias desperdiçados pelos extremos do campo, laterais sem poder de marcação e inábeis nos cruzamentos, em suma: ausência total de criatividade.

E foi um insulto à nossa inteligência a ousadia do treinador ao repetir o amontoado de gente perdida no meio de campo sem saber exatamente o que fazer e Fred sozinho, isolado entre os defensores adversários.

Patética escalação e incompreensível apatia de todos.

Logo de início os largos espaços deixados chamaram a atenção de Levir Culpi, que não precisou de nenhuma fórmula especial para liquidar a partida em tempo recorde. Bastou abrir dois atacantes pelas extremas, empurrar os desajeitados tricolores para seu próprio campo e bombardeá-los com bolas cruzadas sobre a área, ponto fraco de nossa defesa sobejamente conhecido até por seres extras terrestres.

Antônio Carlos salvou a primeira escorando para escanteio. Na cobrança Cavalieri afastou novamente para a linha de fundo e na sequência saiu o gol com uma cabeçada esquisita de Jamerson completamente livre de marcação.

Em apenas sete minutos ficou evidente que não havia a mínima possibilidade de reverter a situação.

O time continuou disperso, completamente desorganizado com Gerson e Jean inexplicavelmente deslocados pelas pontas do que se aproveitaram os mineiros para passear em campo. Fred sozinho tentava voltar para buscar jogo, mas não achava ninguém à frente tentar uma tabela.

Caos total. A diferença de padrão tático continuava gritante: duas bolas na trave e mais um gol não espelharam a imensa supremacia atleticana diante de uma caricatura atônita do que até pouco tempo era decantado como o mais forte dos times brasileiros.

O treinador estático, perplexo, demonstrava não ter a mínima noção do que fazer.

Ao ver a repetição dos primeiros trinta minutos do jogo do Engenhão não conseguia entender o que Drubscky estaria pretendendo com a manutenção da tática suicida.

Após o intervalo substituições desconexas não alteraram em nada o ritmo do jogo. O Atlético continuou senhor absoluto, fez mais dois e ainda bem que tirou o pé porque poderíamos ter visto a maior goleada de todos os tempos entre grandes no campeonato brasileiro.

No final, um pênalti bem batido por Fred, mas a vaca já tinha ido para o brejo.

Após a catástrofe Drubscky acena com a possibilidade de trocas.

Trocas, que trocas, se até hoje ainda não conseguiu discernir sobre o que  de melhor há no elenco?

Jovens promissores e mais habilidosos que os “reforços” idealizados por Simone são sistematicamente relegados a plano secundário, emprestados a qualquer um sem terem tido ao menos uma oportunidade de mostrarem seus valores.

As alterações limitam-se apenas ao rodízio entre os que caíram nas graças do treinador. ou, quem sabe, soa empresários.
     
Giovanni, Lucas Gomes, Victor Oliveira, João Filipe, Vinícius já foram por demais testados e não corresponderam.

Vinícius vez por outra consegue algum brilhareco, mas nada que o credencie à titularidade num clube da dimensão do Fluminense.

Wagner é outro que não decide, sempre foi coadjuvante no Fluminense e jamais será protagonista. Só os míopes não percebem o óbvio.

Acho difícil que Drubscky consiga formar uma equipe vencedora com a mentalidade tacanha que tem demonstrado.

É fato que o time é mais fraco que o do ano passado, principalmente pelas perdas de Conca e Cícero, mas não a ponto de ser presa tão fácil nas partidas principais.

No Fluminense, desde os tempos de Cristóvão parece ter-se cristalizada a mania de defender sempre: um monte de volantes e os atacantes quando escalados orientados a marcar primeiro os adversários para depois tentarem alguma bola vadia em contra ataques.

A tática esdrúxula pode até funcionar com peças adequadas. Já foi vitoriosa quando tínhamos Thiago Neves, Wellington Nem, Emerson, Fred, Conca, Deco, Mariano.

Essa turma jogava por música e acabou sendo responsável pela permanência de vários atletas limitados no time titular, alguns ainda remanescentes no grupo atual.

Para o jogo contra o Corinthians cuidados defensivos terão que ser tomados sem entretanto eliminar a capacidade do time de atacar, caso contrário teremos novos dissabores em pleno Maracanã.

Dá pra ganhar, mas será imprescindível o apoio maciço dos torcedores e um pouco mais de inspiração e coragem por parte do treinador.

Por falar nisso, onde andam Martinuccio, Ronan, Marlone, Higor, Lucas Patinho e tantos outros?

Provavelmente se inquirido a respeito o treinador responderá que não estão bem. Mas, afinal, quem está nesse emaranhado de incompetência?

Não creio que seja a hora de trocar o comando técnico, ainda mais porque com os seus parcos conhecimentos a dupla Bittencourt/Simone provavelmente trará alguém do mesmo nível ou pior ainda.

É preciso, porém, que alguém meta na cabeça do Drubscky que hoje ele dirige o Fluminense, um clube que não tem o costume de se acovardar contra os adversários, em especial aqueles de maior potencial.

Evidente que se tal pressão acontecer o técnico irá espernear como já fez em um de seus belos livros teóricos, mas se não acatar sugestões de quem conhece a grandeza tricolor sua passagem será efêmera como a de tantos outros. 

É simpático, educado, humilde, mas o que a torcida tricolor mais exige é competência.

E para fugir da zona da degola domingo próximo todos no Maraca para vencer o Timão!

E DÁ-LHE FLUZÃO!
 
DETALHES:

CAMPEONATO BRASILEIRO – 2ª RODADA

Atlético-MG 4 x 1 Fluminense

Local: Estádio Mané Garrincha, Brasília, DF; Data: 17/05/2015
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa/RS)
Assistentes: Marcelo Bertanha Barison (RS) e Rafael da Silva Alves (RS)
Gols: Jemerson, aos 7' e aos 36' do primeiro tempo; Dátolo, aos 7', Luan, aos 35' e Fred, aos 43' do segundo
Cartão amarelo: Edson

Atlético-MG: Victor, Patric, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Rafael Carioca, Dátolo (Josué, 33'/2ºT) e Luan; Carlos (Maicosuel, 37'/2ºT), Thiago Ribeiro (Giovanni Augusto, 18'/2ºT) e Lucas Pratto. Técnico: Levir Culpi.

Fluminense:  Cavalieri, Wellington Silva, Gum, Antonio Carlos e Giovanni; Edson, Pierre (Wagner, Intervalo), Jean, Gerson (Magno Alves, Intervalo) e Vinícius (Lucas Gomes, 20'/2ºT); Fred. Técnico: Ricardo Drubscky.
  

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