terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Fluminense 2 x 1 Bangu. A solução está na base!



Foi preciso alguém da base para mostrar como se vaza um goleiro quando se está frente a frente com ele.

Nenhuma precipitação, unicamente a calma que acompanha os privilegiados para a escolha certa como a cavadinha de Robert, a única jogada passível de êxito naquele instante.

Nada dos chutes para fora ou em cima do goleiro como cansamos de ver, principalmente na segunda metade da etapa final.

A terceira vitória manteve o aproveitamento perfeito e como consequência a liderança absoluta do campeonato.

No entanto, veio com um sabor amargo porque o Bangu foi melhor durante boa parte do tempo e só perdeu graças ao impedimento mal marcado, embora o lance só tenha sido percebido após as inúmeras repetições da TV.

Enfim, a vitória foi conseguida pelas habilidades individuais dos atletas tricolores.

Está mais do que provado que a manutenção da “linha burra” facilita a tarefa dos adversários e a prova mais contundente se resume nos três gols sofridos contra equipes menos gabaritadas.  

Se Gum e Marlon não se recuperarem a tempo de jogarem os clássicos, poderemos ter sérios dissabores.

Outro fato irritante é a constante desculpa do Cristóvão sobre a oscilação do time, afinal ele está lá exatamente para corrigir as falhas, principalmente as de posicionamento da defesa, o que ainda não conseguiu desde que chegou, mesmo com o elenco super qualificado do ano passado.

Mas esperar o que de um técnico que afirmara a plenos pulmões que em 2015 o time seria mais fraco e que os torcedores teriam que ter paciência?

Pior ainda quando teve a ousadia de considerar satisfatória a sexta colocação no Brasileirão, além de aceitar com naturalidade as goleadas sofridas para a Chapecoense e América-RN, que custaram a participação na Libertadores e a eliminação da Copa do Brasil em pleno Maracanã.

E o mais agravante é que o América-RN sequer teve condições sequer de manter-se na Série B.

No jogo de ontem, até que o time não jogou mal. Obteve a vantagem logo no início, cadenciou o jogo e perdeu inúmeras oportunidades por pura afobação na hora de concluir.

Em seu blog no NETFLU, o amigo João Garcez analisa o plano revelado por Marcelo Teixeira para consolidar o Fluminense como um dos grandes formadores de talentos do mundo. (Leia a íntegra).

Essa pode ser a solução, principalmente se for levada a sério a intenção do presidente de não negociar nenhum jovem da base no corrente ano.

Quem acompanha o futebol no sentido mais amplo possível, sem prestar atenção unicamente ao seu clube de coração, observa claramente que o aproveitamento das revelações da base na maioria das vezes produz melhores resultados do que qualquer “cata-cata” de jogadores oriundos de clubes e divisões menos privilegiadas.

A própria trajetória do Fluminense mostra que a grande maioria dos elencos que conquistaram os títulos estaduais sempre contou com três ou quatro craques formados em casa integrando o time titular. 


De pé: Paulo Goulart, Edevaldo, Tadeu,Deley, Edinho e Rubens.
Agaxados: Robertinho, Claudio Adão, Mario, Tadeu e Zezé.
Vale relembrar para os mais novos que o apogeu desse processo aconteceu em 1980, quando o time campeão dispunha de nove jogadores da base, incluindo entre eles Mario Marques, o atual técnico do Bangu. 
Apenas o meia Gilberto e o atacante Claudio Adão foram contratados já como craques consagrados.

É claro que hoje a situação é diferente face às limitações impostas pela falaciosa Lei Pelé e pela presença cada vez mais atuante de empresários e grupos de investimentos interessados apenas em auferir lucros em seus próprios benefícios.

Sem utilização da base, os títulos somente acontecerão com patrocínio maciço, modelo não ideal porque ao fim do relacionamento o clube geralmente fica em situação desfavorável.

Assim, a solução atual para o Fluminense é mesclar as revelações de Xerém com os poucos craques que restaram depois do rompimento intempestivo por parte da Unimed.

Robert pode ser tomado como exemplo. Em apenas quarenta e cinco minutos fez o gol da vitória com um toque de classe e ainda teve fôlego para puxar o contra ataque, infelizmente desperdiçado pelo Walter.

Para o projeto vingar, entretanto, será necessário convencer Cristóvão Borges a utilizar com mais frequência aqueles que se destacam na base, dando a eles oportunidades de ganhar experiência jogando com os atuais craques do elenco.

Não é possível que se permita a postura de 2014, onde os mais aproveitados Rafinha e Kenedy participaram apenas cerca de 15% dos jogos, considerando-se as trinta e oito rodadas do campeonato Brasileiro.

A alegação de falta de experiência cai por terra pelo simples fato de se não jogarem permanecerão eternamente imaturos.

No último programa Bem Amigos, da SporTv, Oswaldo de Oliveira instado a destacar alguma promessa em meio ao baixo desempenho da Seleção Sub-20 no recente Campeonato Sul Americano, destacou as qualidades de Gerson, afirmando que dependendo de como for treinado e do que for passado a ele certamente tornar-se-á um dos maiores valores da atual geração.

A oportunidade de colocá-lo aos poucos ao lado de Conca e Cícero já foi perdida. Torçamos para que em 2015 não ocorra o mesmo.


DETALHES:

CAMPEONATO CARIOCA – 3ª RODADA

Fluminense 2 x 1 Bangu

Local: Estádio Mario Filho, Rio de Janeiro, RJ; Data: 08/02/2015
Árbitro: Philip Georg Bennett
Assistentes: Rodrigo Pereira Joia e Daniel de Oliveira Alves Pereira
Gols: Fred, aos 22’ do primeiro tempo; Almir, aos 29’ e Robert, aos 39' do segundo.
Cartões amarelos:  Wellington Silva, Henrique e Edson

Fluminense: Cavalieri; Wellington Silva, Henrique, Victor Oliveira (Guilherme Mattis, Intervalo) e Giovanni; Edson, Jean, Lucas Gomes (Robert, Intervalo) e Marlone; Vinícius (Walter, 32’/2º T) e Fred. Técnico: Cristovão Borges.

Bangu: Márcio; Iago, Sérgio Raphael, Luíz Felipe e Guilherme; Ives, Magno, Paulinho Fernandes (M. Vinicius, Intervalo) e Almir; Matheus Pimenta (Anderson, 36’/2ºT) e Wendel (Bruno Luiz, Intervalo) Técnico: Mário Marques.


E DÁ-LHE FLUZÃO!
  

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