A imagem da incompetência! |
A atuação decepcionante desse domingo
contra uma equipe apenas mediana dá a dimensão exata do trabalho que a nova
comissão técnica terá pela frente e a dose de paciência que nós torcedores
teremos que dispor ao longo desse campeonato fadado ao insucesso.
Analisar o jogo nesse momento é o de
somenos importância porque o que é mais significativo é procurar avaliar as
causas do iminente fiasco de uma equipe campeã dizimada por uma série de
equívocos por aqueles que, em tese, são os responsáveis pelo sucesso do clube.
O presidente às voltas com os
problemas jurídicos e financeiros __ herança amarga da administração anterior
__ literalmente delegou a Caetano e Sandrão a gestão do futebol.
Esses senhores por mais bem intencionados
que pareçam ser já deram provas cabais de que nada entendem quando se trata de
formação de elenco.
Caetano até que montou equipes razoáveis
em suas passagens por Grêmio e Vasco da Gama, mas na Série B.
Os equívocos são tantos que iremos comentar
apenas os mais gritantes.
Não seria demais afirmar que o tetracampeonato
obtido da maneira como foi pode ter dado a falsa impressão de superioridade total
sobre os principais adversários, o que garantiria considerar as conquistas do
ano seguinte como favas contadas.
Para os leigos, torcedores fanáticos e
até os não tanto o raciocínio pode ser válido, mas para profissionais da área
tal atitude é inadmissível.
O campeonato foi um passeio, não
porque o clube dispusesse de um elenco maravilhoso, como se apregoou aos quatro
cantos do país e sim porque tinha tão somente cinco atletas diferenciados, que
brilharam em quase todas as partidas.
Cavalieri com os seus verdadeiros
milagres livrou de críticas a zaga e os primeiros volantes, transformando a
mediocridade reinante na defesa menos vazada do campeonato.
Jean deu dinâmica ao meio de campo, o
que auxiliou Thiago Neves a suprir as ausências constantes do Deco.
Wellington Nem com sua velocidade foi a
válvula de escape para os contra ataques mortais e Fred simplesmente o melhor
jogador do campeonato.
É certo que as afirmações do Abel confundiram
as ideias dos dirigentes que acabaram por acreditar que “teriam zagueiros para seis anos”, “substituto pronto para Wellington Nem” e meio campistas exímios a
ponto do clube prescindir da contratação de jogadores para o setor.
Ainda assim o que foi contratado
sofreu um boicote incompreensível a ponto de não ser relacionado nem para o
banco de reservas.
Caetano e Sandrão não foram capazes de
observar a formação dos feudos defendidos com furor pelo técnico e nem as
pífias apresentações no campeonato carioca e na Libertadores serviram de
alerta.
Pressionaram Wellington Nem de todas
as formas para aceitar uma transferência para um mercado de segunda linha e
acabaram livrando-se dele por um valor menor do que um terço do que o mesmo
clube pagou pelo Bernard.
Negociaram Thiago Neves sem ter um
substituto à altura, mas em compensação contrataram três atletas: Rhayner,
Wellington Silva, sempre às voltas com o departamento médico e Marcelinho, que
antes mesmo de estrear terá que ser submetido a uma cirurgia.
Depois de tudo isso ainda precisaram
que o time perdesse seis dos nove primeiros jogos para concluir que o ciclo de
Abel já tinha terminado.
Vanderlei, que a princípio aceitou não
pedir contratações, viu em pouco tempo que entrou numa canoa furada e já começa a
falar na necessidade de reforços.
É bom que consiga alguma coisa porque
não adianta “ralar o rabo no chão” se
não existir um mínimo de qualidade.
Ou alguém de sã consciência acha que
algum desses do quadro abaixo conseguiria uma vaga de titular nos elencos dos
doze melhores times do atual campeonato, seja por qualidade técnica ou condição
física?
A pérola do
dia pertence ao vice-presidente de futebol, Sandro Lima, que em entrevista à
Rádio Globo fez a seguinte
declaração:
“- Nós optamos pela manutenção do elenco, que é vencedor. De três Brasileiros, ganhou dois. Não adianta a gente querer achar que só os zagueiros são os culpados. O elenco do Fluminense é o culpado e eu me incluo nisso. Só há uma maneira de melhorar isso: voltar a ganhar. Trazer (reforços) por trazer é muito fácil. É jogar para a torcida. Se a gente for trazer, tem de ser jogador para ser titular e o mercado está muito escasso”.
Sandrão só
não observou que o mercado está escasso porque ele dorme no ponto desde o
início do ano.
Não enxergou
o Elias, contratado pelo Flamengo mesmo em regime de guerra, não viu o Cícero
liberado sem ônus pelo São Paulo e mais recentemente deixou escapar o Chicão,
que mesmo não sendo um zagueiro de Seleção é muito melhor do que os do elenco
atual.
Para o meio
campo a absurda insistência com Deco enquanto Dátolo foi parar no
Atlético-MG sem ônus algum e Wesley, do Palmeiras, está em vias de se transferir.
E para
fechar as lambanças com chave de ouro ainda permitiu o empréstimo de Lucas
Patinho ao poderoso Audax-Rio, não atinando com o fato de Eduardo, a única
esperança remanescente para o lugar do Wagner, ter sido seu reserva no time de
juniores.
Que Deus
ilumine Vanderlei e sua comissão técnica porque se dependermos dos dirigentes
responsáveis pelo futebol a chance de rebaixamento é real.
Mas ainda
assim, acredito que o Fluzão sairá dessa, apesar dessas malas.
Abra os
olhos Peter porque ainda temos a Copa do Brasil.
DETALHES:
Fluminense 2 x 3 Flamengo
Local:
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ); Data:
11/8/2013
Árbitro: Luís Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Celso Barbosa de Oliveira (SP)
Gols: Sobis, aos 16'; Elias, aos 25' e Hernane, aos 31' do primeiro tempo e Hernane, aos 35' e Sobis, aos 47' do segundo
Árbitro: Luís Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Celso Barbosa de Oliveira (SP)
Gols: Sobis, aos 16'; Elias, aos 25' e Hernane, aos 31' do primeiro tempo e Hernane, aos 35' e Sobis, aos 47' do segundo
Cartões Amarelos: Carlinhos e Leandro Euzébio
Fluminense: Cavalieri; Igor Julião, Digão,
Leandro Euzébio (Diguinho, 17'/2ºT) e Carlinhos; Edinho, Jean, Eduardo (Wagner,
15'/2ºT) e Felipe (Kenedy, 15'/2ºT); Rafael Sobis e Fred. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Flamengo: Felipe; Léo Moura, Wallace, González
e João Paulo; Luiz Antonio, Elias, André Santos (Val, 38'/2ºT) e Gabriel;
Hernane (Fernando, 42'/2ºT) e Nixon (Paulinho, 17'/2ºT). Técnico: Mano Menezes.
2 comentários:
Depois dessa partida, pra mim o campeonato acabou.
Brasileirão só ano que vem.
Mediocridade técnica já é difícil de aturar, agora mediocridade associada à apatia aí já se torna insuportável.
Me acordem em 2014 e me avisem em que divisão estaremos.
Como soucabeça dura, TALVEZ assista aos jogos da Copa do Brasil. Se perceber traço de apatia no primeiro tempo do primeiro jogo, pra mim ela acabará aí também.
No ano esportivo,, ainda me resta curtir a excelente NFL, torcer pelo Ravens e curtir os demais jogos, sobretudo dos simpáticos Chargers, 49ers, Packers, Broncos, Saints e Redskins.
(Que muitos tricolores não me ouçam, mas numa boa?... Esporte por esporte, o futebol americano oferece jogos MUITO mais interessantes do que o tradicional soccer...)
Saudações tricolores!
Go, Ravens!
Tricolor,
Tendo a discordar um pouco dessa tese de apatia.
Não acho Edinho, Gum, Digão, Leandro Euzébio e Diguinho apáticos.
Correm, dão carrinhos, pontapés e tudo mais. O que falta neles mesmo é categoria. Os caras são ruins demais, mas faziam parte do clubinho do Abel.
Apáticos mesmo são Wagner, Carlinhos e Bruno, esse talvez barrado para sempre.
Assim espero.
Apática também é a dupla de dirigentes que encabeça o post. Ruins demais, não merecem a grana que recebem.
Saudações Tricoloes.
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