sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Os sequestros de Tote e Horcades.

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Angustiado com mais uma derrota de meu Tricolor, decidi curtir sozinho minha dor de cotovelo. Peguei uma latinha de cerveja, sentei-me em frente à TV e comecei a assistir novamente um daqueles filmes que se repetem inúmeras vezes nos canais a cabo brasileiros. A repetição das cenas sobejamente conhecidas acabou por tirar o resto de minha paciência, de modo que comecei a procurar um canal que apresentasse algum programa capaz de levantar o meu astral. Zapeando entre um e outro, fui alertado por aquela musiquinha tradicional da Globo quando está prestes a anunciar alguma tragédia.
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A notícia dava conta de que, naquela noite, dois importantes dirigentes do futebol carioca haviam sido sequestrados: Roberto Horcades e Tote Menezes. A matéria não dava muitos detalhes, absolutamente nada esclarecendo o motivo do sequestro e muito menos sobre os bandidos.
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A angústia foi total, afinal de contas tratava-se de dois seres humanos, dois pais de família que se encontravam desaparecidos e sabe-se lá em que situação.
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Comecei a acompanhar com atenção o desenrolar dos fatos. Durante as horas seguintes, nada, silêncio absoluto. As notícias repetidas não acrescentavam nenhum dado novo sobre o caso. Até então, nenhum contato com as famílias, nenhuma insinuação sobre eventuais pedidos de resgate.
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A apreensão em todos se tornava cada vez maior. No dia seguinte, o assunto tomou conta da cidade e virou tema das conversas em todos os lugares, fossem escritórios, restaurantes ou botequins.
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O mutismo absurdo preocupava e intrigava. Ainda nenhum contato, os familiares tensos começavam a dar mostras de desespero. Até que, finalmente, depois de mais de três dias sem nenhuma informação, os jornais da manhã publicavam uma carta aberta endereçada à Torcida Tricolor e aos familiares dos sequestrados.
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Era assinada por um grupo que se intitulava “Tricolores Desesperados” e informava que os ditos cujos estavam bem, confortavelmente instalados e gozando de boa saúde. Diariamente praticavam exercícios, nadavam em piscina quase olímpica e escolhiam suas refeições, que eram compradas nos restaurantes mais finos da cidade. Em suma, de certo modo estavam numa espécie de SPA das delícias, talvez em situação até mais tranquila que as habituais. Fotografias anexas garantiam a veracidade das declarações.
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A carta acrescentava ainda que o objetivo do ato não seria o de extorsão, vingança ou qualquer outro sentimento menos nobre e sim motivado pela necessidade premente de reerguer o Fluminense, coisa impossível de ser feita com os raptados a sua testa.
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O alívio foi geral, os tricolores passaram a se regozijar ante o milagre jamais esperado. Verem-se livre da dupla nefasta antes do fim de seu mandato era uma benesse jamais imaginada pelo mais otimista dos torcedores.
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Até os familiares passaram a demonstrar certa felicidade, afinal os patriarcas estavam bem, descansando das mazelas do dia-a-dia e principalmente não ficavam “enchendo os seus sacos” a toda hora.
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A carta fazia uma única exigência: que o conselho deliberativo do Fluminense pusesse os velhinhos e os anti-tricolores de plantão para tratar de arranjar alguém para cuidar dos destinos do clube, visto que os reféns só seriam libertados no momento em que não mais houvesse a mínima chance de rebaixamento. E acrescentava de modo ameaçador: se o time cair, eles só serão devolvidos com a volta à Série A.
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E havia mais uma condição: não podia ser um cara qualquer, tinha que ser alguém com um perfil no mínimo igual ao do Manoel Schwartz, última administração que dava orgulho de ser tricolor.
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Os conselheiros compraram a briga. Colocaram como presidente interino um tricolor de quatro costados, um tricolor de verdade. Logo de saída, acumulou o cargo de diretor de futebol. Chamou Renato às falas e disse claramente que, a partir daquele momento, sua responsabilidade se resumiria apenas a cuidar do time dentro do campo, o planejamento estratégico ficaria todo ele por conta do presidente. Determinou ao Branco que as contratações teriam forçosamente que ter o aval da presidência, mesmo em se tratando craques do nível do Pelé. Esse negócio de poupar, nem pensar. Jogador ganha para jogar e a menos que esteja contundido tem que entrar em campo e suar a camisa. Os apadrinhamentos foram banidos e passaram a ser escalados aqueles que reuniam melhores condições físicas e técnicas.
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Não demorou muito para os resultados surgirem. O time eliminou o Flamengo da Sul-Americana, venceu seguidamente Santos, Náutico, Botafogo, Grêmio e Avaí, com verdadeiros shows de bola e pela primeira vez no ano ficava longe da incômoda zona do rebaixamento.
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A alegria renascia nos rostos tricolores. Por todos os cantos do país só se viam sorrisos. O Fluzão voltara e dizimava um a um seus pobres contendores. Até o Renato estava mais feliz, cuidando apenas do time, sem a obrigação de escalar as malas apadrinhadas e inacreditavelmente, para assombro geral, passou até a treinar jogadas ensaiadas.
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O delegado responsável pelas investigações, tricolor roxo, satisfeito com os resultados, reuniu seus colaboradores e “na moita” orientou-os a diminuir a marcha das investigações. Afinal os reféns estavam sendo tratados às mil maravilhas e o Fluminense indo de vento em popa.
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A notícia correu o mundo esportivo e motivou até o próprio presidente da CONMEBOL a enviar um telegrama parabenizando o clube pela estupenda reação e garantindo que iria colocar na pauta da próxima reunião o convite ao Fluminense para participar da Libertadores 2010, caso vencesse a Sul-Americana.
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Foi quando o telefone tocou e acordei. Passado o susto, vi-me diante da tela da TV, onde um telejornal noticiava mais uma derrota do Fluminense, a realidade viva do cotidiano atual.
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Pena, foi tudo um sonho, um belo sonho, um sonho não só meu, mas certamente de todos os tricolores. Que Deus salve o Fluminense!
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CONTAGEM REGRESSIVA PARA A ESTREIA DE UM NOVO VOLANTE
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Esbanjando um amadorismo crucial, o vice-presidente de futebol, Sr. Tote Menezes, informou que o Fluminense desistiu oficialmente de Urrutia, acrescentando que “o clube precisa de reforços para jogar com urgência e o volante ainda se recupera de uma artroscopia”. Declarou ainda enfaticamente: “_Decidimos que não vamos ficar mesmo com o Urrutia. Precisamos de jogadores que entrem em campo já no domingo. Não podemos esperar por ele”.
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Considerando que, segundo o chefe do departamento médico do Fluminense, Dr. Michel Simoni, o tempo de recuperação do atleta é de quatro (4) semanas, ou seja, vinte e oito (28) dias, a segurança com que o Sr. Tote Menezes e seus despreparados colaboradores tomaram a decisão dá a certeza que em menos tempo teremos desfilando pelo Maracanã, com a camisa tricolor, um novo volante de mesmo nível.
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E para que não se esqueçam do prazo que têm, o blog do Tricolor Verdadeiro começa, a partir de hoje, a contagem regressiva para orientação do Sr. Tote e demais responsáveis pelos rumos do clube.
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DATA DA DISPENSA DO URRUTIA: 20/08/2009
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HOJE: 22/08/2009.
FALTAM MENOS DE 26 DIAS PARA A ESTREIA DO NOVO VOLANTE

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EM TEMPO: Ao que parece, a chiação da torcida serviu para mostrar aos doutos administradores tricolores que planejamento não se faz em cima da perna.
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As reclamações, principalmente as postadas no blog do torcedor tricolor, de João Garcez e também no blog jornalheiros, de PC Filho, devem ter feito as cabeças não muito lúcidas refletirem um pouco mais e reavaliar a situação do Urrutia.
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É preciso deixar claro que ninguém é leviano a tal ponto de querer que o clube contrate jogador lesionado, o que se propugna é que a avaliação seja feita com mais critério e principalmente em maior profundidade.
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Se ao cabo dessas avaliações, a conclusão for de que a lesão é tão grave que torne inviável a contratação, que o Fluminense não o contrate.
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Estranho também é o fato de no Fluminense os acontecimentos terem dois pesos e duas medidas totalmente diferentes. Exemplo vivo, a contratação de Leandro Amaral, que chegou lesionado e ao que tudo indica lesão grave, pois tornou-se necessário operá-lo novamente. Após o decurso de oito meses, o atlteta continua ganhando um vultoso salário para nada. Por que nunca pensaram em rescindir o seu contrato?
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De qualquer modo, a contagem regressiva continuará a ser aprsentada nesse blog até que as coisas se aclarem de vez.
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2 comentários:

Tricolor! disse...

Posso abaixar o nível do blog e fazer uma síntese grosseira?

TÁ FODA!...

Helio R.L. disse...

É Tricolor,

Há momentos em que só se baixando o nível mesmo para poder conviver com essa cambada de incompetentes que orbita nas Laranjeiras.

Já esperava isso com a volta do Renato, técnico amador que pensa que porque jogou muita bola será um técnico de ponta.

A campanha da Libertadores deu-se por conta de um timaço que tínhamos sem perceber e mesmo assim a mula desfez a dupla de ataque (Dodo-Washington) para manter o volante do apocalipse.

Agora não tem jeito. É torcer para escaparmos e reformular tudo para 2010.

Saudações Tricolores.