quarta-feira, 24 de julho de 2013

Fluminense 1 x 3 Vasco. Abel, para alegria dos tricolores, aceite a proposta do Al-Ain!

Desandou de vez!

A cada semana que passa fica mais difícil expressar o sentimento sobre a situação atual do meu Tricolor.

São tantos os desmandos dos dirigentes e principalmente da comissão técnica que não sobra matéria alguma que sirva para enaltecer as glórias do clube tantas vezes campeão.

O presidente, deitando nos louros do sucesso de 2012, passou a se preocupar prioritariamente com os assuntos de natureza financeira, jurídica, política e administrativa, todos de inegável relevância sem dúvida alguma. 

O problema é que deixou a essência do clube, a sua razão de ser, o futebol, ou melhor, a eficiência dele a cargo de pessoas de competência duvidosa, cujos resultados desastrosos do ano tanto no estadual, na Libertadores e nesse início de Brasileiro são provas incontestes.

A começar pela falsa ideia apregoada da força do elenco.

Esqueceram que o desempenho extraordinário na conquista do tetra deveu-se exclusivamente a meia dúzia de craques extraclasse, cujas habilidades superiores serviram para mascarar a mediocridade dos demais.

Inegável dizer que não fossem as atuações de Cavalieri, Jean, Wellington Nem, Fred, Thiago Neves e alguns lampejos de Carlinhos e Rafael Sobis, é possível que até a classificação para a Libertadores não tivesse sido obtida.

Cabe acrescentar que dos adversários mais fortes o Corinthians dedicou quase todo o tempo ao preparo da equipe para as conquistas da Libertadores e do Mundial e o Atlético Mineiro ainda não tinha aprendido a jogar em campos de dimensões maiores que as do esmirrado Independência.

Confiantes no mito do elenco extraordinário Caetano e Sandrão começaram a planejar de forma equivocada o grupo para 2013.

A começar pela renovação de Diguinho por duas temporadas, sem perceberem que existia um volante de melhor qualidade disponível no mercado e que acabou sendo contratado pelo Santos, praticamente sem custo algum.

Aqueles que acompanharam a brilhante trajetória na Libertadores de 2008 certamente sabem de quem se trata. Caetano e Sandrão, provavelmente não.

Abel talvez saiba, mas tal contratação poderia causar a dispensa de um de seus amiguinhos do peito.

Depois começaram as ações para a negociação das estrelas. Tentaram empurrar Welington Nem desde o início do ano e de tanto insistir conseguiram convencê-lo a deixar o clube, liberando-o para um mercado de segunda linha por um preço ridículo.

Abel, que agora declara sentir sua falta, teve sua culpa na transação ao declarar que existia no próprio elenco substituto à altura, referindo-se a Marcos Junior, ao qual deu pouquíssimas chances de atuar.

Depois foi Thiago Neves, igualmente negociado a preço vil e agora tentam empurrar o Samuel, provavelmente por valor equivalente a pouco mais de uma dúzia de bananas nanicas.

Não que Samuel seja o craque dos sonhos da torcida. É bem limitado até, mas é o único que poderá suprir um pouco as constantes ausências do Fred, agora titular absoluto da seleção.

Tudo isso sem citar a preferência de manter um desgastado Deco em detrimento de um esforço maior pelo retorno do Conca, sem dúvida alguma o atleta que mais se identificou e se doou pelo clube pelo menos nos últimos vinte anos.

Negligenciaram a contratação de um zagueiro de qualidade confiando em demasia na informação do técnico, cuja proteção exacerbada aos seus pupilos salta às vistas.

Questionados recentemente sobre a fragilidade dos zagueiros respondem cinicamente que essa mesma defesa foi campeã de 2010 e 2012, esquecendo-se de que os mesmos erros bizarros que perduram até hoje ficaram encobertos pelas atuações fora de série de Cavalieri.

A esperança é que Peter Siemsen acorde do sonho megalomaníaco e assuma de alguma forma a responsabilidade sobre o futebol, único modo para que os desmandos desapareçam ou pelo menos diminuam. Se o clube tiver que negociar algumas de suas revelações que o faça, mas de forma vantajosa como ocorre nos principais rivais.

Sobre a pífia campanha nessas oito primeiras rodadas, a meu ver a causa maior é a acomodação assustadora do Abel Braga.

E sob esse aspecto, considero-me a cavaleiro para criticá-lo por ter sido esse espaço um dos mais ferrenhos defensores de sua contratação, ainda que com a necessidade da espera de três para a sua chegada.

Valeu a espera, Abel correspondeu com as conquistas dos títulos estadual e nacional, embora as vitórias realmente convincentes, sem sufoco, tenham sido muito poucas.

A partir do tetra, Abel cometeu o erro fatal que acontece com a maioria dos técnicos “paizões” ao permitir que a amizade passasse a prevalecer na escolha dos titulares, o que culminou com a criação das indesejáveis panelinhas.

Com elas acontece sempre o mesmo: alguns são sempre titulares não importando as repetidas pixotadas que façam em campo, enquanto outros, mesmo treinando melhor, só servem para esquentar o banco algumas vezes e normalmente só entram quando o jogo já está perdido e mesmo assim por parcos minutos.

Hoje, porém, tenho a certeza de que o treinador perdeu a mão. O time continua sem padrão de jogo definido, os titulares vitalícios acomodados com a garantia quase que absoluta de que jamais serão sacados do time não importando quantas desastradas atuações apresentem.

As falhas bizarras contra o Vasco, que revoltaram o treinador, nada mais nada menos foram que repetições dos mesmos erros observados contra Internacional, Portuguesa e Coritiba.

Aqui é preciso separar o joio do trigo. Quando craques falham, sabe-se que em muito pouco tempo eles conseguem dar a volta por cima. É o caso de Cavalieri, que brilhou no domingo passado.

Fred teve uma expulsão infantil, mas tem crédito suficiente e certamente voltará a brilhar.

E quanto a Digão, Gum, Edinho, Diguinho e outros? Para jogadores desse tipo as recuperações costumam ser penosas e demoradas.

Aliás, até agora não consegui entender o porquê da titularidade inquestionável do Digão. Temo que tenha algo a ver com a participação da Traffic em seus direitos econômicos, afinal cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça.

Quanto ao esquema tático adotado esse ano, está mais do que provado que ele não funciona com o perfil dos atuais atletas. Os resultados não mentem.

O time vencedor tinha Fred, Wellington Nem e dois meias de ligação, ainda que muitas vezes atacantes tenham sido escalados na função.

Hoje, com a equipe enfraquecida abrir mão de um meia na esperança que a defesa consiga evitar os gols adversários é uma decisão sem o mínimo de bom senso.

As lambanças vêm ocorrendo desde os jogos contra os fracos adversários do estadual e desde então esse blog vem chamando atenção para o fato.

Todos conseguem ver menos o nosso pomposo treinador, que não tenta nada de novo e mantém sempre o mesmo onze e aquelas substituições de algibeira.

Outra questão que precisa ser esclarecida pela comissão técnica é o porquê da aprovação da contratação de Felipe se não havia a menor intenção de utilizá-lo.

Felipe foi contratado para ser o substituto imediato do sempre lesionado Deco e na maioria dos jogos não chegou a ser relacionado nem para o banco de reservas.

Como consequência, jamais conseguiu alcançar a plenitude da forma e tornou-se um peso morto no elenco.

Na volta do intervalo do jogo contra o Vasco, Abel esbravejou: "Não dá para pensar".  "Viu o gol que tomei?" "São falhas pontuais que não existem. Tenta botar a bola pela lateral, chutar longo, meter no Fred. Novamente tomamos um gol fácil desses, oferecemos o gol aos adversários". “Essa é a tônica dos jogos do Fluminense”. – São falhas pontuais, que não podem acontecer.

Curioso saber que embora reconheça as constantes falhas individuais o treinador mantém seus intocáveis em campo, talvez comungando da teoria de que é melhor perder os jogos do que perder os amigos.

Gabou-se também de ter dado chances aos jovens de Xerem. Quais? Quem ele fez titular?

À exceção de Digão que já estava na equipe desde 2009, o que se tem visto em campo são jogadores formados em outros clubes e que não tem conseguido reverter a situação desde o início do ano.  

Os jovens são pouco aproveitados e geralmente em situações de difícil reversão.

O clube poderá acabar perdendo jovens promissores, como aconteceu com Tartá e está prestes a acontecer com Higor e Lucas Patinho, preteridos pela comissão técnica.

Ainda sobre os juniores, Abel declarou: Se eu sair vou deixar muitos órfãos. Muito menino ali”.

Ao que gostaria de acrescentar...  E se não sair irá deixar muitos enfartados... De raiva.

Se providências drásticas e corajosas não forem tomadas, teremos na próxima rodada mais uma derrota e a provável queda para a zona de rebaixamento.

Se isso acontecer, esse blog, cansado de protestar em vão, entrará em recesso até a situação mudar.

Mas como os “malas” passam e o clube é perene:


DÁ-LHE FLUZÃO!


DETALHES:

Fluminense 1 x 3 Vasco

Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ); Data: 21/07/2013.
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistentes: Dilbert  Pedrosa (RJ) e Luiz Antonio Muniz de Oliveira (RJ)
Gols: Juninho
, aos 16' do primeiro tempo; André, aos 33''; Carlinhos, aos 11' e Tenório, aos 37' do segundo.
Cartões amarelos: Digão e Rafael Sobis
Cartões vermelhos: Fred e Digão

Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Digão e Carlinhos; Edinho (Marcos Junior), Jean, Wagner e Deco (Rhayner); Rafael Sobis e Fred. Técnico: Abel Braga

Vasco: Diogo Silva; Nei, Jomar, Rafael Vaz e Henrique (Filipe Soutto); Sandro Silva, Wendel, Pedro Ken e Juninho Pernambucano (Fábio Lima); Eder Luis (Tenório) e André. Técnico: Dorival Júnior

3 comentários:

Anônimo disse...

ST****

Uma realidade conturbada por situações turbulentas, caro Hélio, requerem cores fortes para uma imagem verdadeira.

Nunca se carrega demais nas tintas quando o retrato é honesto representando adequadamente a situação.

Mesmo assim nada garante que a cegueira não persista em conduzir os passos futuros.

Textos como os seus iluminam o caminho por trilhar.

100% subscrito. Valeu.

MUDANÇA DRÁSTICA E URGENTE

Skywalker disse...

Amigo Hélio,

E o Atlético Mineiro conseguiu ser campeão da Libertadores. Só o Flu perde em casa. Porque somos tão amadores?

Osvaldo disse...

Espero que ganhar o próximo campeonato para animar todos os fãs. Eu tenho três cães e também são fãs do Fluminense. sempre que há um jogo, eles latem em seu cercado para cães e eu tenho que tirar e trazer para a tv.