Noite de Edson: raça, força e decisão. (foto: Ivan Storti / LANCE!Press)) |
Eta Fluzão!
Time esquisito esse Fluminense, que proporciona tantos prazeres quanto
dissabores em espaços de tempo tão curtos.
Mais uma noite mágica, vencer o Santos em seus próprios domínios será
sempre tarefa dificílima para qualquer equipe.
Os números comprovam, foi apenas a quarta derrota em trinta e tantos
jogos no ano. Parece até que a magia de Pelé ilumina os atletas praianos quando
jogam lá, tornando-os quase imbatíveis.
Mas não para o Fluminense que ontem igualou o número de vitórias com o
brilhante adversário no mítico Estádio da Vila, visto que fora de lá a vantagem
tricolor é imensa.
E é aí que fica a questão: por que não é sempre assim? Por que o
comprometimento demonstrado não está presente em todos os jogos, em especial
nos aparentemente mais fáceis?
Talvez a resposta esteja nas lamentáveis declarações de Wagner ao admitir
que nas partidas contra times mais fracos seja normal a tendência a um
relaxamento natural .
Comportamentos como esse não se enquadram na tradição tricolor,
principalmente no bordão de “Time de Guerreiros”, criado após a épica
recuperação de 2009, porque alijam o Tricolor da maioria das disputas.
É com essa garra que muitas equipes tricolores consideradas fracas pela
mídia adversária ganharam títulos de expressão com sobras até.
A grande vantagem conseguida pelo Cruzeiro no atual campeonato foi
justamente obtida nos jogos contra os “times mais fracos”, porque contra os
“cascudos” o desempenho dos mineiros foi medíocre.
Para reflexão do Wagner e demais atletas que pensam como ele, se fossem
considerados apenas os jogos entre os clubes de Rio, São Paulo, Minas Gerais e
Rio Grande do Sul, o Fluminense hoje estaria 5 (cinco) pontos à frente do
Cruzeiro na classificação geral.
Isso mesmo, porque nesses jogos o Fluminense obteve 27 pontos contra
apenas 22 do Cruzeiro.
Então, enquanto o Fluminense mantiver em seus quadros jogadores que
tenham esse sentimento jamais conseguirá obter sucesso, por melhores salários
que o patrocinador possa proporcionar.
Este, porém, é assunto afeto aos responsáveis pelas diretrizes do clube e
não a meros torcedores, embora a maioria deles enxergue o óbvio com muito mais
clareza que a maioria dos dirigentes tricolores.
Espero que para o ano, esse aspecto seja avaliado em profundidade quando
da reformulação do elenco.
Mas na realidade, o que importa nesse momento é exaltar o belo desempenho
e a vitória essencial para melhorar os pífios resultados obtidos no ano até
agora.
Confesso ter temido pelo pior nos primeiros momentos.
O time não se encaixou e o insinuante ataque do Santos assustou bastante.
Graças a duas excelentes defesas de Cavalieri e aos erros de Gabriel e Rildo o
gol deles não saiu.
A partir daí, o Fluzão tomou conta do jogo, teve mais posse de bola e
praticamente anulou as investidas santistas.
A zaga mais consistente que as que vinham jogando, a voluntariedade do
incansável Edson e também a marcação ainda que um pouco atabalhoada do Valencia
em cima do Robinho garantiram um restante de jogo praticamente sem sustos.
Conca e Wagner comandavam o meio de campo e Walter, apesar das críticas
quanto a seus quilos a mais, ajudava a manter a bola na frente, evitando que a
defesa fosse sufocada como em outras vezes.
Nesse esquema, até o Jean jogou bem como lateral, fato que não vinha
acontecendo em jornadas anteriores quando era deslocado para lá.
Pena que Sobis não é mais o mesmo, nitidamente fora de forma por mais que
se esforce não mais consegue incomodar as defesas adversárias como até pouco
tempo atrás. Nem mesmo os certeiros chutes de fora da área tem conseguido.
Cristóvão finalmente enxergou melhor o jogo, alterou a postura inicial e
também não fez nenhuma daquelas substituições esdrúxulas, embora ainda ache que
a insistência com Kenedy tem provado ser improdutiva.
Poderia tentar algo novo, Robert, Gerson, sei lá, qualquer um que
represente realmente uma novidade.
Considerações sobre a pouca idade ou inexperiência não são justificativas
aceitáveis quando se vê em outros clubes jovens promessas brilhando e decidindo
os jogos, como fazia o Fluminense num passado não muito distante.
Agora é esperar os jogos contra os “mais fracos” torcendo para que o relaxamento natural seja deixado de lado
pelos acomodados do grupo.
E DÁ-LHE FLUZÃO!
DETALHES:
CAMPEONATO
BRASILEIRO – 30ª RODADA
Santos 0 x 1 Fluminense
Local: Vila Belmiro, Santos,
SP; Data: 22/10/ 2014
Árbitro: Francisco
Carlos do Nascimento (Fifa-AL)
Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Carlos Berkenbrock (SC)
Gol: Edson, aos 45' do segundo tempo
Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Carlos Berkenbrock (SC)
Gol: Edson, aos 45' do segundo tempo
Cartão amarelo:
Guilherme
Mattis
Santos: Aranha,
Cicinho, Edu Dracena, David Braz e Mena; Alan Santos, Arouca e Robinho;
Geuvânio (Patito, 33'/1ºT), Rildo (Souza, 31'/2ºT) e Gabriel (Leandro Damião,
19'/2ºT). Técnico: Enderson Moreira.
Fluminense: Cavalieri, Jean, Marlon, Guilherme Mattis e
Chiquinho; Valencia, Edson, Wagner (Carlinhos, 46'/2ºT) e Conca; Rafael Sobis
(Kenedy, 36'/2ºT) e Walter. Técnico: Cristovão Borges.
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