sexta-feira, 29 de julho de 2011

Atlético Mineiro 1 x 0 Fluminense. O objetivo agora é a Libertadores!

Abel voltou a insistir na "formação cautelosa" e perdeu de novo.


O horário esdrúxulo das 19h30min impediu-me de ver o jogo, visto que estava em plena estrada a caminho de Guarapari. Tive que apelar para o rádio e, em meio a chiados e interrupções constantes, pude ter uma noção aproximada do que foi mais uma jornada infeliz do meu Tricolor.
Mais tarde, as imagens dos “Melhores Momentos” serviram para confirmar as palavras dos comentaristas.
O anúncio da escalação já foi como uma ducha de água fria, pois novamente o Abel decidia ir para o campo com apenas uma atacante. E um atacante, de qualidade indiscutível, mas que atualmente atravessa uma das piores fases de sua carreira.

A consequência desse esquema é que o time até agora só marcou nove gols e tem o segundo pior ataque do campeonato, melhor apenas que o do último colocado.

Com o meio de campo povoado por cinco jogadores, alguns sem nenhuma habilidade para acertar um passe de dois metros, pensei que talvez um empate pudesse ser conseguido.
Mas nem isso, esqueci-me da zaga dantesca, que certamente iria falhar bisonhamente em algum lance. Não deu outra, bastou o Atlético colocar em campo alguém com um pouco mais de oportunismo para o gol sair.
E como sempre, depois da porta arrombada uma enxurrada de atacantes para correr atrás do prejuízo, sem dispor de suporte no meio de campo.
Até que duas ou três oportunidades surgiram, mas como os chutes andam descalibrados, nada de gol.
Fui um entusiasta da contratação do Abel. Cheguei a fazer campanha para que o Presidente Peter Siemsen concordasse em esperar quase três meses pela sua chegada.
Não me arrependo, continuo achando o Abel um técnico diferenciado, embora veja agora que ele precisará de muito mais tempo para esquecer o que viu nos Emirados e voltar a ser aquele treinador decisivo.
O futebol no Brasil é diferente, até nos times de pior desempenho sempre algum jogador aparece como destaque. Sem ser pitonisa, sou capaz de apostar que o badalado time do Barcelona se disputasse o Campeonato Brasileiro teria imensas dificuldades para obter uma vaga para a Libertadores. Título, nem pensar.  
Deixando de lado as divagações e voltando à realidade, Abel precisa reaprender que toda vez que utilizar apenas um atacante não irá chegar a lugar algum.
Precisa também inovar nas substituições e não apostar, por exemplo, no Fernando Bob como meia armador. Se o Deco já estava fora do jogo com o Ceará, não tinha porque poupá-lo no intervalo.
E Carlinhos, o que fez em campo? Não existe nenhuma opção que seja menos ruim?  A trajetória daquele time de guerreiros de 2009 contou com o Dieguinho, que longe de ser um craque de bola, foi mais efetivo do que o Carlinhos tem sido. Ontem, segundo o relato de todos os comentaristas que ouvi, ele não acertou nada.
Rafael Sobis continua entrando e demonstrando estar em forma idêntica à dos tempos do Internacional, quando levou um passeio em pleno Maracanã.
Após o jogo, Abel declarou-se surpreso com a postura defensiva do Atlético, achando “estranho ver um time jogando com dez jogadores atrás da linha da bola”. Difícil de entender essa declaração, quando no intervalo a única saída vislumbrada por ele foi substituir Deco por Fernando Bob.
Com o jogo de ontem, só falta uma para que o Fluminense atinja o mesmo número de derrotas que teve no campeonato passado, o que torna o título um sonho quase impossível de ser obtido.
E explico por que: Em 2010 foram 20 vitórias, 11empates e 7 derrotas, totalizando 71 pontos, ou seja, 62% de aproveitamento.
O Corinthians, líder do atual campeonato, apresenta um desempenho de 84% e tem 13 pontos a mais que o Fluminense, em apenas 11 jogos.  Além disso, os segundo e terceiro colocados, São Paulo e Flamengo, apresentam desempenhos de 69% e 67%, superiores à marca do ano passado.
Seria preciso, então, outro milagre tricolor, o que convenhamos que com esse elenco e sem o Conca ser tarefa impossível de ser alcançada.
Resta, portanto, a luta pela quarta colocação, algo que ainda poderá ser obtido se o Abel conseguir emplacar a sequência de vitórias que tanto apregoa.
Pode ser que os dois novos argentinos ajudem, mas não será fácil suplantar Palmeiras, Cruzeiro, Internacional e Botafogo, isso se não acontecer outra arrancada fulminante como a do Grêmio no ano passado.
Enfim, só nos resta torcer e esperar que os deuses do futebol abram a cabeça de nosso treinador.
É duro, mas perdemos pra isso!

Um comentário:

Tricolor! disse...

"E como sempre, depois da porta arrombada uma enxurrada de atacantes para correr atrás do prejuízo, sem dispor de suporte no meio de campo."

Incrível como sempre se repete a mesma fórmula estúpida que você tão bem sintetizou.

Sempre achei o Abel um treinador mediano. Os títulos com o Internacional foram mera casualidade que por pouco não se repetiu com o limitadíssimo Celso Roth (vulgo Sexy Hot).

Insisto que deveríamos ter contratado o Joel, que tava de bobeira e é infinitamente melhor do que o Abel. Tirou leite de pedra do fraco Botafogo do ano passado.

Esse ano, mesmo com o Botafogo tendo um elenco sensivelmente melhor (Elkerson, Renato, Maicossuel) vem tendo resultados pífios.

Acho que o jeito bronco do Joel gera no imaginário das pessoas a sensação de que seja burro, iletrado. Pode até ser que seja, mas é um baita técnico.

Não é necessário uma inteligência muito superior a de uma ameba para não cometer erros grosseiros, como o apontado por você, na frase que citei no início.