quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Fluminense 2 x 2 Argentinos Juniors. Decepção na estreia.


He-Man confirmou a boa fase e salvou a noite
Por volta das 19 horas, parti com um grupo de amigos para o longínquo Engenhão, esperando reviver as jornadas épicas daquele time mágico de 2008.
Sonhava com jogadas maravilhosas, gols extraordinários como o de Dodô e uma atuação ao nível daquela estreia no Maracanã contra outro clube argentino.
Mal o jogo começou, comecei a me dar conta que agora não temos mais o Thiago Silva, o Arouca, o Cícero, o Thiago Neves, o Gabriel, o Júnior César e pasmem, nem o Fernando Henrique, que foi brilhante naquela Libertadores.
Sofremos os primeiros quarenta e cinco minutos com um futebol ridículo, levando pressão de um time tecnicamente mais fraco e que atualmente ocupa a décima terceira colocação no campeonato argentino.
A bola parecia queimar os pés de muitos, principalmente Willians, Carlinhos, Mariano e Souza, que não pareciam estar em campo.
Diego também passava insegurança, não só à torcida como também ao resto da defesa.
O 1 x 0 do primeiro tempo acabou sendo uma dádiva pelo que a equipe jogou.
Para a etapa complementar, Muricy desfez parte da invenção, substituindo Willians por Rodriguinho que, embora também não seja decisivo, pareceu sentir menos o peso do jogo e aprontou correria para cima dos adversários.
Com Conca ainda se ressentindo de melhores condições físicas e Souza abaixo da crítica, a criatividade do time deixava a desejar.
Ainda bem que Rafael Moura mostrou sua ótima fase e evitou a derrota quase certa. Mostrou habilidade, principalmente em seu primeiro gol, pois não é qualquer atacante que acertaria aquela cabeçada.
Mariano melhorou e foi decisivo na jogada do segundo gol. Carlinhos também esteve melhor, mas apenas ofensivamente. Continuou permitindo uma avenida pelo seu setor, por onde os argentinos deitaram e rolaram.
Senti falta do Diogo e do Tartá, que são muito mais combativos do que muitos dos que atuaram. Até agora ainda não consegui compreender porque o Muricy desfez a defesa do título, a menos vazada do campeonato, em favor de outra que até agora não apresentou nenhuma atuação segura. Foram 11 gols em 7 jogos, cinco dos quais contra times sem nenhuma expressão.
Capítulo à parte foi a atuação de nosso goleiro. Diego Cavalieri está nitidamente fora de ritmo, o que seria lícito esperar em se tratando de um atleta que em três anos só participou de dez partidas oficiais. Ultimamente no Cesena vejam bem... no Cesena, não ficava nem no banco de reservas.
Falhou bisonhamente no segundo gol ao não interceptar o cruzamento na pequena área, que resultou no segundo gol de Niell, um atacante de 1,62 metros de altura. Outra falha grotesca, que passou despercebida de muitos, aconteceu aos 36 minutos do primeiro tempo, quando Salcedo cruzou da esquerda para a dividida entre ele e Niell. O atacante venceu o duelo e não fosse o esforço do André Luiz para salvar em cima da linha, teríamos outro gol na bagagem do Diego.
Diego não é um mau goleiro. Quando jogava no Palmeiras, mostrou habilidade e senso de colocação, a ponto de ser contratado pelo Liverpool. Não tenho a menor dúvida que poderá vir a ser titular absoluto do Fluminense quando recuperar a forma, mas quando recuperar a forma. Dar a ele a condição de titular absoluto no momento atual é uma atitude que não condiz com a postura que sempre foi a marca registrada de Muricy.
Belletti e Araujo, por exemplo, também contratados com pompa e galhardetes amargam uma justa reserva até conseguirem entrar em forma.
Essa teimosia do Muricy é que deixa a torcida de cabelos em pé.  Nosso treinador, em entrevista à ESPN Brasil, publicada no Lancenet, justificou a insegurança de Cavalieri pela falta de preparação recebida em sua estada no futebol europeu.  _ “Lá eles não treinam goleiro, por isso chegou fora de forma. Mas aqui o Diego está se recuperando. Ele não chegou bem. Mas os treinos daqui vão colocá-lo em forma novamente” – disse.
Muricy reclamou das vaias ao Diego e dos grito da torcida em favor de Ricardo Berna. É isso Muricy, você tem que se acostumar. A Torcida Tricolor não é burra e quando vê uma teimosia desmedida costuma botar a boca no trombone, ainda mais se for levado em consideração o fato de que no único jogo do ano em que o Fluminense não levou gol o goleiro era o Berna.
Não tenho a menor dúvida que com o decorrer do tempo, Diego voltará a sua antiga forma, mas tentar recuperá-la em jogos da Libertadores e nos clássicos do campeonato carioca poderá sair muito caro para as aspirações tricolores.
Teremos em sequência sete encontros desenhados para o Diego aperfeiçoar sua forma: Madureira, Resende, Nova Iguaçu, Boavista, Volta Redonda, América e Americano.
Insistir com ele na Libertadores será a repetição do erro do Renato Gaúcho, que por conta da proteção desmedida ao seu apadrinhado Ygor jogou fora o título de 2008.
O jogo ao menos serviu para Muricy perceber que no momento a melhor dupla de ataque é aquela formada por Fred e Rafael Moura, já que Rodriguinho, Willians e Araújo ainda não vingaram e Emerson é um eterno contundido.
Espero que o bom senso prevaleça no melhor técnico do Brasil.
E dá-lhe Fluzão!
(crédito da foto: Terra.com.br/Photocamera)

2 comentários:

Anônimo disse...

ST***

Discordo do Muricy sobre o não treinamento de goleiros na Europa. Se, entretanto, o jogador não é ou será relacionado e, ainda, está na lista de dispensas, não ocupa o tempo dos treinadores e o espaço dos outros atletas que trabalham na mesma posição.
Porém, o jogador participa das atividades de condicionamento meramente físico em campo, ginásio, massagem e clínica como profissional contratado pelo clube que não deixa de ser.

Parabéns pelo blog. Imprescindível!

Mauro Balbino

Helio R.L. disse...

Prezado Mauro,

Grato pela força. O blog é na realidade um local não só para enaltecer os feitos do Fluminense, como também um espaço para os tricolores reclamarem sempre que a diretoria ou comissão técnica pisar na bola.

Volte sempre.

Saudações Tricolores