terça-feira, 28 de junho de 2016

Flamengo 1 x 2 Fluminense. Desencantou!


(foto: Nelson Perez / FFC)


Depois das pífias apresentações contra Sport e Santos pensei em tirar umas férias e dar um brake n’ “O Tricolor Verdadeiro” até que a inepta diretoria parasse de fazer asneiras infindáveis.

E minha intenção tornava-se cada vez mais consistente toda vez que comparava as declarações de Levir sobre as muitas falhas individuais com as avaliações do Rodrigo Mendes, publicadas no Netflu.

Em entrevista após a derrota para o Santos, Levir soltou as seguintes pérolas:

Foram falhas muito visíveis. Estávamos estabilizados no setor defensivo e tentando ajustar o ataque. Por coincidência, nos dois últimos jogos tomamos muitos gols. Não é comum.... Finalizamos três vezes no mesmo lance e não fizemos o gol. Os gols do Santos saíram mais facilmente”.

Ou seja, ele finalmente reconheceu que os erros defensivos foram preponderantes para a perda de seis pontos, fato recorrente e que é do conhecimento de todos os tricolores que acompanham o desempenho do time nos últimos anos.

Por diversas vezes, esse próprio espaço já externara sua opinião sobre as dificuldades que o time teria sempre que encontrasse pela frente um ataque veloz quando Jonathan, Gum, Henrique e Pierre fossem escalados juntos.

No caso do Sport bastou apenas um ex-craque tricolor e sem muita velocidade para dizimar a defesa tricolor.

Não se trata de crucificar esses atletas, mas é inegável que nenhum deles possui a mesma força física de quando eram jovens. Hoje não passam de jogadores lentos, pesadões e que por isso mesmo chegam sempre atrasados na maioria dos lances.

A notas do Rodrigo escancararam a deficiência do setor defensivo: Jonathan: 3,5; Gum: 4; Henrique: 3; Pierre: 3,5 e Levir: 3.

E para piorar Wellington Silva, o mais jovem da trupe e consequentemente o mais veloz é escalado todo torto na lateral esquerda, o que o faz sucumbir em meio a tantas atuações desastradas.

Além disso, a falta de criatividade de nossa diretoria é abissal.

Não conseguem contratar alguém que resolva realmente os problemas crônicos da equipe. Tentam várias investidas, mas ao final acabam sempre caindo nas lábias dos empresários espertos e contratam jogadores de qualidade discutível.

Exemplos? Inúmeros, citarei alguns para refrescar a memória dos mais esquecidos:

Ramón Abila, atacante do Huracán. Clube argentino rejeitou proposta para compra de 50% dos direitos do jogador. Logo depois: contratação efetuada pelo Cruzeiro, que de quebra ainda trouxe o Rafael Sobis.

Alejandro Guerra, venezuelano de 30 anos, do Atlético Nacional, da Colômbia. Independentemente de ser bom jogador ou não, talvez nem seja isso tudo que dizem, a diretoria já acenou com dificuldades para contratá-lo, embora o preço anunciado para aquisição não seja elevado.

Imprensa veicula interesse do Palmeiras, o que significa que podemos esquecer.

Lucas Zelarayán, meia argentino de 23 anos, atualmente reserva do Tigres. Segundo a mídia, a proposta de 50% pela compra dos direitos foi recusada. O questionamento que se impõe é em que se baseia esse interesse, quem do clube viu esse atleta jogar?

Nilmar. Nome ventilado. Jogador caro, acima dos 30 e que nas últimas jornadas no Brasil não foi bem. Provavelmente mais uma bola fora, pois, o próprio Peter declarou que iria investir em Richarlison e Pedro.

Alguém que conheça o mínimo sobre futebol, talvez a Flusocio possua, deveria informar ao Peter e assessores que a primeira prioridade do elenco não é um centro avante e sim um atacante que jogue pela meia, tenha facilidade de deslocamentos, saiba fazer gols e cobrar faltas de fora da área. Procuram tanto, gastam dinheiro a rodos e esquecem de tentar o Thiago Neves, talvez contratação mais fácil que as mirabolantes tentadas até aqui.    

Camilo: É o avesso da história. Destaque na goleada sofrida para a Chapecoense em pleno Maracanã. Tentaram sua contratação e não conseguiram. O Botafogo foi lá e o trouxe facilmente. Estreou contra o Internacional e foi o “cara do jogo”. Arrumou o meio de campo do Foguinho, deu passe para gol e fez o seu em grande estilo.

Enquanto isso, os ineptos vão a Chapecó e trazem o Maranhão e não satisfeitos na passagem por Curitiba contratam o Dudu.

E o festival de asneiras não para por aí, tem coisa pior como o empréstimo do Marlon ao Barcelona para “quitar” o débito com o clube catalão referente à devolução do pagamento pago pela prioridade na compra dos direitos do Gerson que não foi concretizada.

Fato estranho porque a própria diretoria cansou de divulgar que esse pagamento seria realizado pela Roma diretamente ao Barcelona com consequente abatimento do total a ser pago ao Fluminense.

As lambanças são tantas que dá para desconfiar que tenha algum caroço debaixo do angu tricolor.  

Por tudo isso, em sinal de protesto e também para proteger minhas coronárias, estava decidido a migrar de canal para assistir a Eurocopa, deixando de lado o Fla-Flu das dunas.

Acontece, porém, que na última hora meu sangue tricolor, forjado desde criança nas Laranjeiras, nas peladas na antiga pista de atletismo, nas paqueras no Bar do Tênis, impediu-me de ficar longe do meu Tricolor e lá fui eu de volta ao pay-per-view.

As ausências de Jonathan e Pierre e o retorno de Wellington Silva a sua posição de origem surtiram um alento.

A proteção da zaga com Edson e Douglas deveria dar mais estabilidade aos zagueiros moleirões, ao que tudo indica absolutos a partir de agora com a negociação infeliz do Marlon.

Ainda tinha o Giovanni, mas fazer o que? Contrataram um lateral, desconhecido da maioria, que nunca pode estrear.

Bem, começou o jogo e o primeiro tempo foi um horror com domínio total do Flamengo, que acuou o Fluminense durante quase todo o tempo.

O lado esquerdo da defesa parecia uma avenida onde principalmente Marcelo Cirino caminhava quase sempre livre com inúmeras chances  perdidas.

Nosso ataque não funcionava e somente o bom e velho Magno Alves conseguia algo de útil e a rigor só tivemos uma oportunidade clara, não convertida face à excelente defesa de Muralha.

No segundo tempo a coisa melhorou. O time voltou mais ligado e conseguiu o gol logo no início, na única cobrança de escanteio correta durante todo o jogo e cabeceada por William Arão contra sua própria meta.

A partir daí achei que não teria muitos motivos para preocupação, mas esqueci do Gum e ele, para não perder a chance, em vez de dar um bicão para afastar um rebote de Cavalieri entregou de bandeja para Guerreiro empatar.

Cabe registrar que antes da falha do zagueiro o nosso bravo Maranhão querendo driblar dois adversários perdeu a bola que originou a jogada do gol.

A essa altura o Fluzão já estava imbuído daquela garra adormecida há algum tempo e partiu para cima.

Magno Alves perdeu duas chances cristalinas, que não perderia se não estivesse exaurido, o que talvez sirva para demonstrar ao treinador que é maldade demais querer que ele atue integralmente em todas as partidas.

Magno precisa ter sua participação dosada jogando no máximo um tempo e de acordo com o adversário para não acabar como vilão ao perder gols que faria facilmente se tivesse inteiro em campo.

Perto do fim e conformado com o empate, vibrei com o presente de Rafael Vaz bem aproveitado pelo Richarlison, aplicando um drible de corpo em Muralha, que dificilmente teria sucesso se em seu lugar estivesse qualquer outro atacante do elenco.

E aí bastou entrincheirar-se atrás para garantir a vitória, que veio em boa hora.

Ainda bem que existe o Flamengo para nos tirar da fossa. S E M P R E !


E DÁ-LHE FLUZÃO!


DETALHES:

CAMPEONATO BRASILEIRO – 11ª RODADA

Flamengo 1 x 2 Fluminense

Local: Arena das Dunas, Natal, RN: Data: 26/06/2016
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (Fifa-SP)
Auxiliares: Emerson  de Carvalho (Fifa-SP) e Rogerio Zanardo  (SP)
Gols: Willian Arão, aos 3';  Guerrero, aos 12' e Richarlison, aos 30' do segundo tempo.
Cartão amarelo: Wellington Silva

Flamengo: Alex Muralha, Pará, Réver, Rafael Vaz e Jorge; Márcio Araújo (Mancuello, 32'/2°T), Willian Arão, Alan Patrick e Ederson (Emerson, intervalo); Marcelo Cirino (Fernandinho, 28'/2°T) e Guerrero. Técnico: Zé Ricardo.

Fluminense: Cavalieri, Wellington Silva, Henrique, Gum e Giovanni; Edson, Douglas, Cícero e Gustavo Scarpa; Maranhão (Osvaldo, 26'/2°T) e Magno Alves (Richarlison, 25'/2°T e Pedro, 37'/2°T). Técnico: Levir Culpi.


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CAMPEONATO BRASILEIRO – 10ª RODADA

Fluminense 2 x 4 Santos

Local: Estádio Kléber Andrade, Cariacica, ES; Data: 22/06/2016
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Assistentes: Fabiano Ramires (ES) e Vanderson Zanotti (ES)
Gols: Marcos Júnior, aos 13'; Rodrigão, aos 38' e Gabriel, aos 47' do primeiro tempo; Gabriel, aos 5'; Marcos Júnior, aos 20' e Luiz Felipe, aos 27' do segundo.
Cartões amarelos: Giovanni

Fluminense: Cavalieri; Jonathan (Giovanni, 23'/2ºT), Henrique, Gum e Wellington Silva; Pierre (Maranhão, 9'/2ºT), Douglas, Cícero e Scarpa; Marcos Júnior (Osvaldo 37'/2ºT) e Magno Alves. Técnico: Levir Culpi

Santos: Vanderlei, Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia, Renato, Vitor Bueno (Yuri, 35'/2ºT) e Léo Cittadini (Lucas Lima, 23'/2ºT); Gabriel e Rodrigão (Joel, 28'/2ºT). Técnico: Dorival Júnior

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