Esse ano fui ao Maracanã pela primeira vez. Estava interessado na estréia do Conca e ver do alto e em sua plenitude o famoso esquema inventado pelo Renato.
Foi de dar dó. Das arquibancadas é que se tem uma noção exata do que o técnico está fazendo. Seu esquema parece um queijo suíço.Cheio de buracos. Lacunas nas laterais, no meio campo e no ataque. O único setor sólido é a zaga, graças ao Thiago Silva, que além de esbanjar categoria, joga com uma raça inexistente nos demais.
O Conca foi uma grata surpresa. Categoria e raça não faltaram, apesar da falta de ritmo.
Quanto ao esquema, não é preciso ser nenhum “expert” para verificar que dois craques estão sendo seriamente prejudicados pelo esquema do “queijo furado”. O Leandro Amaral, que tem que voltar demasiadamente para tentar tapar os buracos do meio campo e depois correr como um desesperado para concluir as jogadas no ataque. O lance em que ele correu mais de cinqüenta metros até chegar perto da área do Boavista para então, completamente extenuado, cair de maduro serve de comprovação.
O outro é o Arouca, um dos melhores do elenco do ano passado, que se encontra completamente perdido em campo. Não sabe se marca, se vai à frente, ou o quê? É claro que ao lado do Ygor, ele sempre vai ter receio de atacar, pois se perder a bola a probabilidade de outros dribles da vaca poderão ocorrer lá atrás. Mas o que faz o Renato? Não orienta? Só critica? Está mais parecendo aquele técnico folclórico do passado que dizia: eu ganhei, nós empatamos, eles perderam.Está mais do que na hora do nosso técnico boleiro enxergar que o Ygor não pode ser titular quando o Roger está jogando o fino da bola. Precisa deixar a empáfia de lado e reconhecer que a indicação do Ygor, assim como a do Gustavo Nery, foram mancadas.
Não há condição de se jogar com o Dodô sempre esperando a bola no pé. Das arquibancadas, tem-se a noção exata de que o melhor seria fixar mais o Washington na área, sem a obrigação de vir buscar jogo e manter o Leandro se deslocando nas duas pontas, como fazia no Vasco com muito sucesso. Ao lado do Thiago Neves, o Conca ou o Cícero. Particularmente prefiro o primeiro, mas nunca se sabe o que se passa em cabeça de técnico.
O Dodô ficaria no banco e poderia entrar em todos as partidas, ora no lugar do Washington, ora no lugar do Leandro. Assim, os três, que já passam dos trinta, estariam sendo poupados para a dura maratona de 2008, sem perder seus condicionamentos físicos e nem o ritmo de jogo.
Essas elocrubações, entretanto, não passam de um sonho tricolor numa noite de verão, pois dificilmente o Renato as acatará. Muita soberba e a certeza de estar sempre certo. O fato é que ele está perdido. A longa espera do Cícero para entrar em campo, com o técnico sem saber quem tirar foi uma cena patética. E a substituição do Gabriel? Se era para botar mais um volante marcador, para que deixar no banco um lateral de ofício? Tricolores, seria cômico se não fosse trágico.
No gol, sem comentários. O desespero é tanto que eu tentaria o goleiro junior.
Mas não desanimem, tricolores. Pode ser que algum dia, um anjo do céu ainda sopre bons fluidos na cabeça do Renato.
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