quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Goiás 2 x 0 Fluminense. Mais uma eliminação vexatória!

(foto: Globoesporte.com)

Andei lendo por aí que ganha força nas Laranjeiras uma corrente que defende as demissões de Rodrigo Caetano e Sandro Lima e que provavelmente a linha divisória seria o jogo com o Goiás.

Pois bem, perdemos a chance de continuar na Copa do Brasil e o que vejo agora é o começo de uma pressão absurda para a demissão de Vanderlei.

É por essas e outras que o Fluminense dispõe hoje de uma equipe dilacerada e às portas da zona de rebaixamento.

Apesar de Luxemburgo estar vacilando demais nesses últimos jogos, tanto nas escalações como nas substituições, não acho justo imputar a ele a culpa maior pela situação.

O equívoco vem desde o início da gestão Peter Siemsen, que ao delegar a gestão do futebol, o fez de maneira fatiada, inicialmente entre três e mais recentemente entre dois responsáveis.

E como diz o dito popular “panela em que todo mundo mete a colher não faz comida boa”.

A conquista do tetracampeonato “com um pé nas costas” serviu para encobrir a deficiência no planejamento.

Não seria leviano de afirmar que tanto Rodrigo como Sandro não sejam bons administradores.

É provável até que sejam ótimos, principalmente Rodrigo que vem sendo regiamente remunerado pelos clubes pelos quais passou.

O problema deles reside na dificuldade que têm para compor elencos, função que demonstram não ter a mínima noção.

O desempenho da equipe no corrente ano é a prova cabal da assertiva.

Inebriados pela facilidade com que o tetracampeonato foi conquistado, passaram a acreditar piamente que o Fluminense dispunha de um elenco de primeira grandeza, com atletas fora de série em todas as posições, capazes de garantir uma sequencia de vitórias pelos próximos anos.

Em momento algum tiveram um instante de lucidez que permitisse a percepção de que a grande maioria do elenco conseguia sustentar a titularidade graças às atuações soberbas de cinco, isso mesmo somente cinco, jogadores: Cavalieri, Jean, Thiago Neves, Wellington Nem e Fred.

É verdade que os elogios rasgados de Abel para o “grupo fantástico” contribuíram em muito para a sedimentação desse conceito nas mentes dos responsáveis pelo departamento de futebol.

A confiança nessa falsa afirmação era tão grande que nem mesmo as constantes críticas sobre o modo como as vitórias eram obtidas, quase sempre no sufoco, serviram de alerta.

A consequência foi o péssimo planejamento para 2013 com a permanência de vários atletas que dificilmente conseguiriam a titularidade nos demais clubes da Série A e em alguns da Série B.

A surpresa demonstrada pela dupla Caetano/Sandro com a decisão do Deco de parar de jogar dá uma pálida demonstração da falta de sensibilidade desses dirigentes, pois bastaria olhar com um pouco mais de atenção o decorrer do ano de 2012 para saber que Deco já se encontrava aposentado desde a disputa da Libertadores.

A renovação de seu contrato foi um golpe de lesa pátria ao Fluminense, já que era por demais sabido que o atleta não mais reunia condições físicas para continuar jogando.

Além dessa, poderia ser relacionada uma série de “bolas fora”, como a renovação do contrato de Diguinho, quando existia no mercado nacional volantes mais habilidosos e certamente menos dispendiosos e a contratação de Felipe contra a vontade do treinador, tanto é que jamais o colocou em campo, mesmo nos fraquíssimos jogos do campeonato carioca.

Pesa também contra o departamento de futebol a liberação de apoiadores juniores praticamente prontos como Lucas Patinho, Higor e Fernando, esse lateral de origem, cujas faltas obrigaram Luxemburgo a lançar mão de atletas ainda muito verdesa inda que com o risco de queimá-los prematuramente.  

Se a dupla já tinha em mente forçar a saída de dois virtuoses do elenco deveria pelo menos ter cuidado de reforçá-lo um pouco, a fim de evitar a repetição de eliminações vexatórias.

Não se trata de advogar a demissão de ninguém, mas gostaria que Peter deixasse o futebol a cargo de uma pessoa apenas, porque o artifício de divisão de responsabilidades ficou provado que não funciona.

O cenário indica um penoso final de ano para a Torcida Tricolor, que poderia ser minorado um pouco se os dirigentes tivessem visão para contratar um armador medianamente habilidoso, como alguns que disputam a Série B, pelo menos para tapar o buraco até o esperado retorno do Conca.

E que João de Deus nos dê uma forcinha lá do céu!


E DÁ-LHE FLUZÃO!


DETALHES:

COPA DO BRASIL - OITAVAS DE FINAL - JOGO DE VOLTA
Local: Serra Dourada, Goiânia (GO); Data: 28/8/2013

Goiás 2 x 0 Fluminense 

Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Auxiliares: Anderson José Moraes de Coelho e Celso Barbosa de Oliveira (SP)
Gols: Renan Oliveira, aos 46' do primeiro tempo e William Matheus, aos 8' do segundo.
Cartões amarelos: Rafael Sobis, Fred, Igor Julião e Willian 

Goiás: Renan, Vítor, Ernando, Rodrigo e William Matheus; Dudu Cearense (Valmir Lucas, 32'/2ºT), David, Renan Oliveira, Ramon e Hugo (Eduardo Sasha, 43'/2ºT); Walter (Neto Baiano, aos 40'/2ºT) - Técnico: Enderson Moreira.

Fluminense: Diego Cavalieri; Igor Julião, Gum, Anderson e Carlinhos; Edinho, Diguinho (Willian, 25'/1ºT) , Eduardo (Felipe, 15'/2ºT); Biro Biro (Samuel, 15'/2ºT), Rafael Sobis e Fred - Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

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