Atuação mágica dizimou o Botafogo. (foto: Lancenet.com.br / Alexandre Loureiro) |
Dessa vez não houve barrinha de cafeína, juiz para
assinalar dois pênaltis seguidos, esperteza de gandula.
Mesmo que houvesse teria sido impossível segurar
o Fluminense, que numa tarde de gala quebrou o tabu de nunca ter vencido o
rival no Engenhão.
A rigor o Botafogo só conseguiu equilibrar as
ações nos dez primeiros minutos. Ganhou um gol de presente em mais uma dupla
falha da defesa, que começou com a bobeada de Edinho e terminou com a rebatida
desastrosa de Carlinhos.
Entretanto, a atuação foi tão perfeita que
ninguém se abateu após o único deslize na partida e o Tricolor com sua tropa de
elite massacrou o adversário e emplacou 4 a 1, placar que poderia ter sido mais
dilatado não fossem algumas oportunidades claras perdidas.
O quarteto Deco, Thiago Neves, Sobis e Fred envolveu
a defesa alvinegra durante quase todo o tempo e empurrou o Botafogo para trás
como um pugilista mais forte imprensa o adversário mais fraco contra as cordas,
tanto que na primeira etapa apenas duas conclusões foram desferidas contra a
meta de Cavalieri.
Thiago Neves surpreendeu com uma atuação
brilhante, não só pelo passe açucarado para o segundo gol de Sobis e a
participação na jogada do gol de Fred, mas sobretudo pela presença na
recomposição da defesa, combatendo os atacantes adversários e cobrindo os
avanços do Bruno.
Difícil acreditar que no meio da semana tenha
deixado o treino carregado após torcer o tornozelo.
Fred voltou a ser aquele atacante decisivo,
que desequilibra com classe e deixa em polvorosa os zagueiros adversários. O
seu gol, mais um de bicicleta, foi antológico.
Sofreu um agarrão de Marcelo Matos, do mesmo
modo que Abreu foi abraçado por Leandro Euzébio, pênaltis não vistos pela
arbitragem.
Sobis fez de tudo, correu, ajudou na marcação e
assinalou dois gols. Gols que exigiram habilidades para concluir não
encontradas em jogadores comuns. Sua atuação fez com que a torcida não sentisse
a falta de Wellington Nem.
E o que falar sobre o Deco? Um monstro. Conduziu a equipe como se fosse
uma orquestra e sua segurança fez com que todos desempenhassem os seus papéis
com perfeição.
O fato concreto é que quando ele está em
perfeitas condições físicas, não tem pra ninguém. Fico a imaginar se ele ainda
tivesse a companhia do Conca até onde chegaria o Fluzão.
Jean foi outra grata surpresa e se tiver
outras oportunidades de jogar desde o início poderá no futuro ganhar uma vaga no
time titular.
Após o jogo, o tradicional chororô alvinegro
imputando a derrota à expulsão de Lucas. Alguns chegaram a questionar não o
segundo, mas o primeiro cartão recebido, abstraindo-se do fato de que o zagueiro
havia feito três faltas seguidas com o intuito de parar um contra-ataque.
Além disso, o pisão por trás no tornozelo de
Thiago Neves por si só já era passível de cartão vermelho direto.
Oswaldo de Oliveira chegou a comentar que não
teve tempo de corrigir o posicionamento de sua equipe porque o árbitro não fez
a parada técnica exatamente aos vinte minutos, o que propiciou o terceiro gol
tricolor (!?).
É fato que a expulsão facilitou as coisas para
o Fluminense, mas do jeito que as equipes se apresentaram a vitória viria de
qualquer maneira.
Agora é preciso manter a seriedade, fugir do
jargão do já ganhou para conquistar o título no próximo domingo.
Marcos JR comemora o seu gol (foto: Lancenet.com.br / Alexandre Loureiro) |
E assim vai voltando a tradição do Fluminense manter
em seu elenco craques formados na base, como sempre aconteceu em seus períodos vitoriosos.
Que Peter Siemsen e Rodrigo Caetano tenham a
sabedoria e paciência para não negociá-los prematuramente e jamais voltar a
permitir que a gananciosa Traffic se apodere também dos direitos federativos
dos novos futuros craques.
E QUE VENHA O INTER!
DETALHES:
Fluminense 4 x 1 Botafogo
Local: Engenhão - Rio
de Janeiro (RJ); Data: 06/05/2012
Árbitro: Luis Antônio
Silva Santos
Auxiliares: Ediney Mascarenhas e Marco Aurélio Pessanha
Renda e Público: R$
732.015,00; 28.182 presentes
Gols: Renato, aos 8'
e Fred, aos 44' do primeiro tempo; Rafael Sobis, aos 12' e aos 20' e Marcos Júnior aos 38’ do segundo.
Cartões amarelos: Lucas ; Rafael Sobis; Carlinhos e Leandro Euzébio
Cartão vermelho: Lucas
Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Leandro Euzébio
e Carlinhos; Edinho, Jean, Deco (Wagner, 42'/2ºT), Thiago Neves (Marcos Júnior,
35'/ºT) e Rafael Sobis; Fred (Rafael Moura, 40'2ºT). Técnico: Abel Braga.
BOTAFOGO: Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo;
Marcelo Mattos, Renato, Maicosuel, Fellype Gabriel e Elkeson (Caio, 29'/2ºT);
Loco Abreu (Herrera, 24'/2ºT). Técnico: Oswaldo
de Oliveira.
2 comentários:
Boa tarde Hélio,
Foi bonito de ver mesmo, principalmente após o gol sofrido, onde o time colocou a faca entre os dentes e o clima foi de " vamos virar de qualquer jeito! "
A melhor partida que vi do Flu esse ano, aplicação tática, criatividade e garra.
Com excessão do Edinho, que a fase está péssima mesmo, no gol sofrido ficou indeciso se dominava de coxa ou de peito acabou que nenhum nem outro sobrou pro Fellype Gabriel cruzar.
Se jogar 70% contra o Inter, passamos bem!
Abraço,
Rodrigo Stopa - Uberlândia-MG
É isso aí Rodrigo, aguentar o Edinho tem sido uma prova de força para as coronárias.
E o pior é que ele é descaradamente protegido do Abel.
A postagem de hoje reforça meu temor sobre sua presença em jogo tão importante.
Quem sabe João de Deus dá uma mãozinha?
Abraços e Saudações Tricoloes.
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