domingo, 10 de agosto de 2014

Fluminense 1 x 1 Coritiba. Desandou!

Dessa vez Elivélton evitou o pior. (foto: Cleber Mendes / LANCEPress) 

Noite para esquecer, onde tudo deu errado: o nervosismo sem explicação da equipe ante um adversário que sabidamente viria ao Maracanã com um sistema hiper-retrancado, a contusão de Gum num lance bobo e o erro inadmissível de Cristóvão na contagem das substituições.

Desculpas pelo cansaço não justificam a apatia geral.

Um time realmente vencedor precisa antes de tudo de profissionalismo por parte de seus atletas e por isso mesmo aqueles que se sentissem esgotados deveriam ter tido a seriedade de alertar o técnico sobre o fato antes do início da partida e não usar o artifício como desculpa após deixar a vitória escapar.

Entendo que a maior causa para a omissão seja o receio de perder a vaga no time titular e aí é que entra ou deveria entrar a percepção do Cristóvão para escolher os melhores condicionados.

Em suma o que aconteceu foi a mera repetição do problema enfrentado contra o Vitória, ou seja, o time “se enrola” contra retrancas bem armadas, ficando a mercê apenas das individualidades de seus craques, o que até poderia dar para o gasto, não fossem as contumazes lambanças dos “não virtuoses” que compõem o elenco. A pixotada de Chiquinho, que originou o início da jogada do gol do Coritiba, pode servir como exemplo típico.

A jornada foi tão ingrata que comprometeu até a inspiração do nosso treinador, que errou feio nas substituições.

Por que sacar o Cícero, se todo o meio de campo estava mal, além do Sobis que dava nítida sensação de estar se arrastando em campo?

E por que o Cícero e não o Wagner, reconhecidamente de habilidade inferior? Cícero é daqueles jogadores que num lampejo pode decidir e, além disso, não aparentava estar tão cansado quanto Wagner ou Sobis.

O que o time precisava naquele momento mais do que nunca era a presença de um homem de área para preocupar a defesa adversária que jogava solta sem nenhuma pressão.

Não era a hora do Edson e sim do Fred.

Deixar a equipe com dois volantes brucutus durante vinte e cinco minutos contra um adversário melhor postado em campo e com muito mais presença física me trouxe à mente as horríveis apresentações sob o comando da plêiade de técnicos ruins que estiveram à testa do Tricolor nesses últimos anos.

Depois do jogo, Cristóvão repetiu a declaração de que procurará criar alternativas de acordo com o adversário para que o time não fique previsível: “_O Coritiba fez grande partida, veio impedir que o Fluminense jogasse, com marcação forte. Jogou bloqueando, estudou nossa equipe”. (sic)

Não consegui entender o sentido de suas palavras, pois todos sabiam com antecedência a tática a ser usada pelo Coritiba, cujos métodos de trabalho de seu atual treinador são por demais conhecidos.

O primeiro tempo sofrível já deveria ter sinalizado para a necessidade de alguma alteração drástica na equipe, o que não aconteceu.

Ao contrário, tornou-se mais defensiva ainda após as equivocadas substituições.

Enquanto isso, surpreendentemente, Celso Roth, taxado de retranqueiro, observou a nossa fragilidade e substituiu dois meias por atacantes de ofício, obtendo um empate antes considerado improvável pela maioria dos torcedores e cronistas.  

No frigir dos ovos ficou mais uma vez demonstrado que falta ao elenco aquele atacante habilidoso e rápido, que jogue pelas pontas e tenha capacidade técnica e física para furar defesas que se entrincheiram à espera da famosa “bola vadia”.

A diretoria tem apenas quatro dias para tentar repatria o Nem, mas espera liberação de graça, como se os dirigentes do Shaktar fossem “papais noeis”.

Amadorismo puro, com poucas chances de vingar. Torço para que eu queime a língua, mas fico estarrecido com a falta de perspectivas em busca de um plano B.

Se continuarem acreditando em opções como Chiquinho, Biro Biro e Kenedy as dificuldades estarão presentes sempre que os adversários jogarem defensivamente.

Mas nem tudo está perdido e ainda acredito que o penta poderá vir, principalmente se Cristóvão considerar o jogo de ontem como lição a não ser esquecida e a sorte ajudar um pouco.


E DÁ-LHE FLUZÃO!


DETALHES:

CAMPEONATO BRASILEIRO – 14ª RODADA

Fluminense 1 x 1 Coritiba

Local: Maracanã, RJ; Data: 09/08/2014
Árbitro: Wagner Reway (MT)
Auxiliares: José Eduardo Calza (RS) e Bruno Salgado Rizo (SP)
Gols: Elivélton, aos 24' do primeiro tempo e Germano, aos 36' do segundo.
Cartões Amarelos: Rafael Sobis, Jean e Valencia

Fluminense: Cavalieri; Bruno (Edson, 19'/2ºT), Gum (Fabrício, 27'/1ºT), Elivélton e Carlinhos; Valencia, Jean, Cícero (Chiquinho, 19'/2ºT), Wagner e Conca; Rafael Sobis. Técnico: Cristovão Borges.

Coritiba: Vanderlei; Reginaldo, Leandro Almeida, Welinton e Dener; Baraka, Germano, Robinho (Keirrison, Intervalo), Norberto e Dudu (Geraldo, 20'/2ºT); Alex (Júlio César, 32'/2ºT). Técnico: Celso Roth.


Nenhum comentário: