sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cristóvão é realmente tudo isso que dizem?




No momento em que a diretoria tricolor estuda a prorrogação do contrato de Cristóvão Borges, julgo importante debater algumas de suas atitudes.

Embora para muitos possa parecer oportunismo usar a derrota humilhante de quarta-feira para questionar o trabalho do técnico, encontro-me com a consciência tranquila por não ser essa a minha motivação.

Aliás, deixo claro que se dependesse de mim Cristóvão seria mantido no cargo sem dúvida alguma, mas não com toda essa carta branca ilimitada para lidar com o elenco.

Desde a sua chegada Cristóvão com seu jeito simples cativou a todos, inclusive a mim, principalmente por nos livrar daqueles esquemas de jogo à base do “bumba meu boi”, com equipes repletas de volantes brucutus, que não deixavam nenhuma alternativa aos zagueiros senão as tentativas de municiar o ataque na base dos chutões.

Com Cristóvão o time cresceu, obteve bons resultados e cada vez mais tanto torcedores como cronistas ficavam maravilhados com os seus "milagres".

O desempenho do time passou a chamar a atenção dos adversários e aí começaram a aparecer deficiências e erros recorrentes.

Cristóvão apontou o cansaço da equipe como causa dos maus resultados e passou a sinalizar para a necessidade de poupar os mais exauridos.  

Cabe acrescentar a estranheza sobre a alegação de cansaço da equipe, afinal a derrota para o Criciúma aconteceu depois das novas férias de dez dias e pré-temporada de quase um mês proporcionadas pelo recesso do campeonato devido à realização da Copa do Mundo, ou seja, enquanto os tricolores voltaram desgastados o adversário veio “voando”, inclusive o veteraníssimo Paulo Baier.

Após o tropeço o time se acertou e chegou quase à perfeição no jogo contra o Atlético Paranaense, porem, o estilo de jogo parecido com o samba de uma nota só o tornou previsível e o sufoco proporcionado pelo Coritiba, lanterna do Campeonato Brasileiro, deveria ter servido de alerta.

A atuação sofrível do primeiro tempo já deveria ter mostrado ao nosso treinador a necessidade de mudanças já no intervalo. E a primeira deveria ser a entrada de Fred no lugar de Sobis, que se arrastava em campo e nada de útil produzia.

Não, Cristóvão continuou com a preferência de tirar o Cícero e manter em campo outros atletas menos habilidosos e mais cansados, equívoco já ocorrido no jogo em Criciúma.

E ainda deu azar porque foi justamente Chiquinho, o seu escolhido, que errou feio no lance que originou a jogada de empate.

A culpa sobre a perda da chance de ficar mais próximo ao Cruzeiro recaiu mais uma vez no desgaste dos titulares e novamente enfatizada a necessidade de poupá-los.

Comecei, então, a pensar como deveria ser a equipe que estaria em campo para o jogo de volta com o América-RN.

Imaginava ver Fernando na lateral esquerda, Rafinha como volante, Scarpa no meio, Matheus Carvalho no ataque infernizando a defesa nordestina, que já entrava em campo perdendo de três.

Esqueci, porém, que Cristóvão não gosta de trabalhar com a prata da casa, tal é a facilidade com que ele se livra dela.

Desde que chegou que eu me lembre seis já foram descartados: Higor, Lucas Patinho, Michael, Samuel, Marcos Junior, Willian.

Aí entraram os prematuramente esgotados e deram vexame maior, bem maior que o do Felipão no Mineirão.

Outra coisa que me incomoda no Cristóvão é a sua mania de colocar jogador para treinar em separado.

Justifica-se o treinamento em separado para jogadores indisciplinados ou em litígio com o clube.

Gostei da barração do Leandro Euzébio, que a meu ver já está veterano demais, mas daí a alijá-lo dos treinamentos com o grupo apenas por suas fracas atuações soa como um ato covarde e sem nenhum propósito, ainda mais porque com Leandro Euzébio mesmo em sua pior fase o time jamais havia perdido de cinco.

Aliás, se atuações fracas dessem razão a treinamentos em separado, o que fazer agora com o Fabrício, sua indicação por demais desastrosa. Talvez forçá-lo a treinar em Brasília ou outro lugar mais longe ainda seja a única solução.

Recentemente a mídia divulgou que o zagueiro Wellington Carvalho também está treinando em separado por ordem do Cristóvão. Atitude estranha para a qual Peter ou Angioni deveriam direcionar seus olhares.

Em suma: acho que Cristóvão deve continuar no comando, mas com uma pressãozinha da diretoria para parar de fazer asneiras, que acabam comprometendo um trabalho que começou de forma brilhante.

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