Recentemente
Abel Braga atribuiu como causa o excesso de jogos, principalmente em virtude do
inchaço do campeonato estadual.
Não
me parece que seja esse o principal fato gerador, porque se fosse o mesmo deveria acontecer com Flamengo, Vasco
e Botafogo.
No
caso específico do campeonato estadual, parece-me que o problema poderia ter
sido minimizado com melhor definição das equipes em função dos adversários.
Isto
porque a grande maioria dos participantes do campeonato era formada por clubes
de menores investimentos e que por isso mesmo dispunham de equipes medianas,
para não dizer fracas e plantéis reduzidos.
A
racionalização nas escalações, de modo a não expor os jogadores mais veteranos
e os mais suscetíveis a distensões, evitaria desgastes desnecessários e consequentemente
menores riscos de contusões.
Abel
até que andou ensaiando algo do gênero, mas inadvertidamente pecou pelo excesso
ao colocar em campo equipes totalmente formadas por reservas que jamais tinham
jogado juntos.
Consequência
da estratégia equivocada foram as derrotas inesperadas para equipes
inexpressivas, o que obrigou os titulares a um esforço hercúleo nos jogos
seguintes para chegar as finais.
O
rodízio entre Deco, Thiago Neves e Wagner e também Fred e Rafael Moura, ou ainda
envolvendo Wellington Nem e Rafael Sobis teria sido suficiente para vencer os
jogos contra “os pequenos”, provavelmente sem nenhum dano ao elenco. Isso sem
levar em consideração outras peças que poderiam ser igualmente utilizadas, como
Lanzini, Lucas Patinho, Araújo e Souza, dentre outros.
Alguns
críticos ferozes do modelo de contratações aliam as contusões a negociações equivocadas,
baseando seus argumentos nas constantes idas ao departamento médico de Deco e
Fred, por exemplo.
Não
deixam lá de ter a sua razão quanto ao mau planejamento das contratações,
porque muitas delas estavam fadadas ao fracasso por se tratarem de
profissionais com contusões crônicas e já em final de carreira, ou ainda por
não possuir a qualidade apregoada pela mídia.
Casos mais específicos o de
Gustavo Nery e Belletti num passado recente e Araújo, Souza e Martinuccio na
administração atual.
A
tese, porém, carece de fundamento quando se observa que jogadores mais jovens
também vivem constantemente lesionados, casos de Gum, Diguinho, Valência,
Leandro Euzébio, Carlinhos e por aí vai.
Outro
fato que reforça a tese de que o problema não é só de idade é a ocorrência do mesmo fenômeno com os
jovens recém promovidos ao plantel principal. Digão, Matheus Carvalho, Elivelton,
Marcos Júnior, Wellington Nem são novos
demais para já estarem às voltas com contusões sistemáticas.
É
o campo das Laranjeiras, profetizam outros.
O
campo castigado pode ter parcela de culpa, mas não é o único responsável, como
provam as recentes contusões de Deco, Fred, Valência, Diguinho, Wellington Nem
e Marcos Junior e Thiago Neves, todas ocorridas durante a disputa de jogos oficiais.
O
que seria, então, que provoca tantas baixas?
Excesso
de trabalhos físicos, treinamentos em demasia, aparelhos médicos obsoletos?
Difícil
precisar. O fato é que dentre todos os clubes que disputam o Brasileirão, o
Fluminense já há algum tempo vem sendo o campeão dos desfalques. Ainda no campeonato
de 2010, as participações de Marquinho,
Rodriguinho e Washington praticamente se igualaram em número as dos titulares
Deco, Emerson e Fred.
E
outro fato preocupante que também tem que ser levado em consideração é o maior
tempo de recuperação em relação aos demais. Por exemplo, a previsão de retorno
de Thiago Neves, que sofreu uma artroscopia no joelho é quase o dobro do
período estabelecido para Paulo Henrique Ganso, que passou por operação
semelhante.
E
as contusões no Fluminense estão se tornando casos tão “sui generis”, que até
jogador suspenso aparece contundido.
Em
minha opinião e de muitos tricolores amigos, o presidente Peter Siemsen deveria olhar com mais cuidado para a
situação e reunir-se com os responsáveis por todas as áreas para um debate
profundo com vistas a solucionar ou pelo menos minimizar o problema.
Porque,
afinal de contas, é inadmissível que o Fluminense tenha sido eliminado da Copa
Libertadores ainda no início da
temporada por não poder contar com seus três principais atletas nos dois jogos
das quartas de finais.
Sorte
do Boca Juniors.
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