segunda-feira, 2 de março de 2015

Resende 0 x 1 Fluminense. Vitória que poderá custar caro!

(foto: Paulo Sergio / LANCE!Press)

Tricolores como eu acostumados a façanhas extraordinárias devem estar sofrendo ao processo dicotômico que se apresenta no momento atual.

Se a paixão pelo Fluminense nos faz torcer para que a equipe se saia bem nesse falido campeonato carioca, a razão nos sinaliza para a realidade cruel que a eventualidade desse título poderá representar uma forte ameaça para mais uma participação na série B nacional.

Notem que não me refiro à possibilidade de ser campeão do campeonato brasileiro que se aproxima, ou mesmo a disputa por uma vaga na Libertadores e sim ao horror de uma vez mais ter que lutar contra times fraquíssimos com o objetivo único de permanecer na elite.

A situação se torna mais angustiante quando renomados tricolores, como o amigo João Garcez, pautam seus comentários com ênfase na sobrevida que os três pontos obidos a duras penas garantiram para o nosso treineiro.

A vitória foi conseguida, é verdade, mas de modo tosco, sem o mínimo de criatividade e muito mais pela pressão da torcida do que pelas virtudes de Cristóvão.

A desorganização defensiva parece ser um problema insolúvel. Ontem, Henrique foi o protagonista da primeira pixotada ao errar a saída de bola que resultou em gol do Resende, anulado pela afobação de Jhulliam que se adiantou poucos centímetros antes de receber o passe final.

Henrique ainda foi o autor de uma cabeçada contra a meta tricolor que só não foi convertida graças à defesa de Cavalieri com as pontas dos dedos.

O zagueiro, porém, não pode ser o responsável único pelo descompasso da defesa. Victor Oliveira, que já havia feito o pênalti desnecessário contra o Vasco, perdeu infantilmente para Gabriel, que desperdiçou a chance chutando na trave esquerda de Cavalieri.

A vulnerabilidade nas laterais, principalmente na esquerda, é outro ponto fraco da equipe.

O ataque com Fred isolado é outra opção difícil de engolir.

Em suma, o futebol apresentado foi ruim demais e não anima nem o mais otimista dos torcedores a achar que jogando desse modo algum sucesso será alcançado no decorrer do ano.

A única esperança agradável foi a participação do Gerson, que mesmo escalado fora de sua posição de origem, mostrou desenvoltura. Não errou passe algum e ainda avançou sempre que teve chance. Sem dúvida alguma o mais lúcido do meio de campo.

Com a volta do Edson é torcer para Cristóvão não inventar e deixá-lo no lugar do inoperante Vinicius.

A destacar também a pressão da torcida exigindo a presença de Walter, que mesmo com aparência de baiana de escola de samba é mais objetivo que Kenedy, como mostrou no lance que deu origem ao gol de Wellington Silva.

Ao final, a catilinária de sempre nas avaliações de Cristóvão:
 – “O nosso time vinha de duas derrotas e precisávamos vencer. O objetivo foi alcançando e ainda voltamos para zona de classificação. Não foi das melhores partidas, mas já jogamos bem piores do que isso. Tivemos derrotas seguidas e oscilamos, mas agora vencemos, que era mais importante que jogarmos bem”.

_ “Temos consciência do que está acontecendo. O que estamos sofrendo é um processo natural por tudo que mudou. E isso requer tempo. Só que no futebol, o tempo é para ontem. É preciso ter resultados. A equipe tem condições, mas é preciso ter paciência”.
Difícil crer como pessoas inteligentes fazem coro com declarações desse tipo e passam a concordar que a falta de organização tática é devida pura e simplesmente ao fato do elenco ter sido remodelado depois da saída da Unimed.

Se verdade fosse seria impossível ao Botafogo apresentar ótimo desempenho no cenário atual visto que apenas dois jogadores titulares de 2014 __Jefferson e Marcelo Mattos __ permaneceram na equipe.

Se os dirigentes tricolores também consideram que as oscilações da equipe acontecem apenas em virtude da contratação de sete novos jogadores, gostaria de questioná-los sobre a razão das oscilações ocorridas no ano passado quando dispúnhamos da base campeã de 2012.

 E o que dizer então do Palmeiras que contratou dezenove e conseguiu armar uma equipe aguerrida e arrumada?

O Santos também perdeu vários atletas de peso e está aí com o melhor desempenho no campeonato paulista até agora.

O problema é que para montar uma equipe e conseguir fazê-la andar é preciso tarimba e criatividade, aptidões que infelizmente nosso treineiro ainda não possui.

Deveria pensar em começar com equipes mais modestas para aí, quem sabe, tornar-se um treinador de ponta.

Usar a nossa paixão como laboratório é o que jamais poderemos aceitar.

Nada pessoal, mas depois de onze meses à frente da equipe, Cristóvão não conseguiu achar o padrão tático ideal e muito menos promover mudanças que alterem o ritmo dos jogos, mesmo quando tinha em mãos um elenco dos mais qualificados.

È uma pena, perdemos a chance de contratar Oswaldo, Enderson... 
Agora vai ser dureza.


DETALHES:

CAMPEONATO CARIOCA – 7ª RODADA

Resende 0 x 1 Fluminense

Local: Estádio Raulino de Oliveira, Volta Redonda, RJ; Data: 01/03/2015
Árbitro: Pathrice Maia (RJ)
Assistentes: Michael Correia e João Luiz de Albuquerque
Gol: Wellington Silva, aos 42 da etapa final.
Cartões Amarelos: Wagner, Giovanni e Luiz Fernando
Resende: Arthur; Cássio, Rogério, Admilton e Uallace; Leo Silva, Iuri Pimentel, Reinaldo (Gabriel, 19’/2ºT e Marcel; Jhulliam e Geovani Maranhão (Capone, 37’/2ºT). Técnico: Edson Souza.
Fluminense: Cavalieri; Wellington Silva, Henrique, Victor Oliveira e Giovanni; Jean, Gérson, Vinícius (Luiz Fernando, 45’/2ºT) e Wagner (Marlone, 21’/2ºT); Kenedy (Walter, 32’/2ºT) e Fred. Treineiro: Cristovão Borges.

------------------------------------------------------------------------------------------------------

Biro Biro arrebenta na Ponte! 

(foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)
Segundo reportagem de Heitor Esmeriz, publicada no site globoesporte.com, o início da trajetória de Biro Biro na Ponte Preta impressiona.

Em alta na Macaca, o atacante precisou de apenas seis jogos para praticamente igualar a marca de gols em dois anos e meio pelo Tricolor carioca. Até aqui, já marcou três vezes com a camisa alvinegra, contra quatro em 47 partidas pelo ex-clube.

Conquistou espaço com Guto Ferreira e caiu nas graças da torcida com a mesma velocidade que deixa os marcadores para trás. É o pequeno notável do Majestoso: 1,68m de muita estrela. 

Sintomática a declaração do atacante após o sucesso alcançado em tão pouco tempo.
_ “No Fluminense, me obrigavam mais a marcar e eu ficava distante do gol. Aqui, o Guto não deixa voltar tanto, ele fala para eu entregar a marcação para o lateral quando passar do meio de campo. Então, fico ali esperando o contra-ataque e guardando um fôlego para a arrancada final”. (sic)

Nenhum comentário: