quinta-feira, 11 de junho de 2009

O "Vale dos Sonhos".

A equipe campeã de 1980. Em pé da esquerda para a direita: Paulo Goulart, Edevaldo, Tadeu, Delei, Edinho e Rubens Galaxe. Agachados: Robertinho, Cláudio Adão, Mário, Gilberto e Zezé. À exceção de Gilberto e Claudio Adão todos os demais foram formados nas divisões de base do clube.
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Em recente entrevista sobre a construção do futuro Centro de Treinamento para o elenco de profissionais, Alexandre Faria, coordenador de futebol do Fluminense, declarou enfaticamente que o CT Vale das Laranjeiras, em Xerém, servirá exclusivamente às divisões de base do clube.
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Notícia oportuna para a torcida tricolor, que vê cada vez mais distante a ideia insensata de transferir o futebol profissional para Xerém, fato que tenderia a afastar os jogadores de ponta, difíceis de se submeter ao fato de perder de três a quatro horas diárias para se deslocar de suas residências até o local de treinamento.
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Passando para o terreno da utopia, imagina-se como seria gratificante e rentável para o Fluminense se Xerém fosse administrado com seriedade e competência pelos nossos dirigentes.
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Poder-se-ia dispor de um esquadrão vencedor, comprometido com as glórias do clube, orgulho dos tricolores e motivo de medo e até certo ponto de inveja para a maioria dos adversários.
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Plagiando o filme "O campo dos Sonhos", onde hipoteticamente o autor forma um imbatível time com jogadores do passado, pode-se imaginar quão forte seria o Fluminense de hoje se ainda dispusesse de suas principais revelações.
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Se a memória não falha, a última vez que esse fato aconteceu foi em 1980, quando uma equipe composta por nada menos do que nove "crias da casa" sagrou-se campeã estadual. Ressalte-se ainda a importância dos campeonatos estaduais, àquela época praticamente no mesmo nível das competições nacionais.
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Se fosse possível agir como no filme e manter a maioria das revelações de Xerém, o Fluzão hoje poderia entrar em campo com uma formação que contasse com pelo menos oito titulares revelados pelo clube, além de vários outros que comporiam um elenco superior ao atual. Fernando Henrique, Jancarlos, Thiago Silva, Rodolfo e Marcelo; Arouca, Diego Souza, Conca e Carlos Alberto; Leandro Amaral e Fred.
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O plantel ainda teria Antônio Carlos, Júnior César, Toró, Leny, Tartá, Maicon e Alan, sem considerar o Roger, que hoje em dia anda mais interessado em namorar estrelas de TV do que propriamente jogar futebol.
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É claro que os idiotas da objetividade, como diria Nelson Rodrigues, contestarão o sonho. Questionarão a qualidade de alguns atletas, como Fernando Henrique e Jancarlos, dos quais realmente a torcida tricolor não tem razões para admirar, mas mesmo que fossem contratados novos atletas para essas posições ainda restariam seis revelações na equipe titular.
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Levantarão também mil dificuldades para mantê-los no clube, etc, etc. É claro que a dificuldade existe e existirá sempre, principalmente depois da criação da Lei Pelé, legislação definida por políticos desconhecedores dos meandros da formação de atletas profissionais, sob a orientação de futebolistas, quem sabe, com interesses escusos.
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Logicamente o o clube teria que negociar alguns deles, talvez o Marcelo e ainda assim a lateral esquerda continuaria melhor servida com Júnior César do que com os que lá estão atualmente.
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Embora o estado da arte reinante no momento favoreça a proliferação de empresários gananciosos e sem muito escrúpulos, ainda é possível a preservação de um mínimo das chamadas "pratas da casa".
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São Paulo, Internacional e Cruzeiro são bons exemplos dessa realidade. Suas revelações ao serem negociadas, o são por quantias suficientemente palpáveis para equilibrar suas finanças, o que não acontece com os craques revelados em Xerém, que deixam o clube praticamente sem retornos dignos de registro.
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As negociações dos co-irmãos não contemplam aquela plêiade de aproveitadores, como no caso do Fluminense, em que até dirigente da CBF já levou seu quinhão na venda de atletas, como foi o caso do Carlos Alberto.
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É isso, torcida tricolor, apenas um sonho de alguém que acompanhou de perto a grandeza do Fluminense de outrora e que talvez algum dia possa voltar a ser realidade.
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Domingo próximo, todos ao Maracanã. Nossa presença será fundamental para mais uma vitória.
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DÁ-LHE FLUZÃO!
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