segunda-feira, 28 de julho de 2014

Atlético-PR 0 x 3 Fluminense. Quase à perfeição!

O Trio mágico. (foto: Nelson Perez / Fluminense FC)

Desempenho de gala, superioridade inquestionável.

Assim pode ser definida a vitória tricolor sobre o bom time do Atlético Paranaense, que com sua garotada boa de bola estava invicto a sete rodadas.

Para os céticos, a ausência da fanática torcida adversária facilitou as coisas para o Fluminense.

Não deixa de ser verdade que diante de seus torcedores o Atlético se agiganta, mas desculpe-me os paranaenses porque ontem nem a presença no estádio de todos os rubro-negros do céu e da terra seria suficiente para evitar o banho de bola de Conca, Cícero e companhia.

Confesso que não acreditei que o sistema proposto pelo Cristóvão fosse vingar.

Imaginei a volta dos esquemas “cautelosos” e ineficientes de tão triste memória, onde equipes repletas de volantes levavam sufoco em quase todos os jogos.

Surpresa agradável, o modelo encaixou e o predomínio total do meio de campo deixou o oponente atônito, incapaz de imprimir a mínima reação.

Acuados em seu campo, os atleticanos durante todo o primeiro tempo conseguiram apenas um único arremate com algum perigo.

A bola tricolor rolava de pé em pé e o quarteto Jean, Cícero, Wagner e Conca enchia de alegria os olhos da Torcida Tricolor, ávida que estava por uma apresentação praticamente perfeita, como aquelas da Libertadores de 2008, apesar das lambanças do Ygor.

Conca foi um show a parte, até drible sentado deu, mas inegavelmente a figura do jogo foi o Cícero, autor do terceiro e dos passes precisos para o gol do Jean e no lance que originou o pênalti em Sobis.

E pensar que quando de sua estreia contra o Criciúma a ideia inicial do Cristóvão era deixá-lo no banco para o Diguinho. Ainda bem que os deuses do futebol agiram depressa e não permitiram que o equívoco se consumasse.

Hoje tenho certeza que o nosso ótimo treinador não pensa jamais em prescindir desse notável apoiador, volante, meia armador, atacante, sei lá... Qualquer posição, menos no gol.

Gostei do esquema, acredito que do mesmo modo a grande massa tricolor e deve melhorar ainda mais com a sequência dos treinamentos, que deve prever também uma reciclagem para Bruno e Carlinhos no que se refere a fundamentos em cruzamentos sobre a área.

O modelo de jogo fluiu, mas é preciso ter os pés no chão visto que ele não poderá ser utilizado sempre.

Talvez seja o ideal para as partidas fora de casa, principalmente aquelas contra os times menores, que imprimem correria quando apoiados pelas suas torcidas.

Pode funcionar também em alguns clássicos longe do Maracanã, mas em nossa casa teremos que atacar e não esbarrar em retrancas, que já nos causaram bastantes transtornos.

Outro ponto a ser questionado é o que acontecerá nas ausências do Valencia, que apresenta um histórico de lesões nada agradável.

O colombiano executou com perfeição a proteção da defesa e saiu-se bem quando Cristóvão o recuou para a zaga nos minutos finais.

Fico imaginando qualquer outro volante botinudo jogando na zaga: miríades de pênaltis e faltas na entrada da área.

O esquema também foi ajudado pela movimentação constante de Sobis e pela categoria de passes do Walter quando o substituiu.

Toque mágico de Walter iniciou a jogada
do gol de Cícero. (foto: Nelson Perez / Fluminense FC)
Não sei se dará certo com o Fred isolado. Na Seleção não deu, embora seja verdade que o meio campo do Fluminense hoje é mais criativo que os escolhidos pelo Felipão, o que sem dúvida poderá ajudar.

De qualquer modo, ainda prefiro o Fred atuando com um atacante veloz ao lado.

Bem, mas isso é problema para o Cristóvão e não tenho dúvidas em sua capacidade para resolvê-lo do melhor modo possível.

Enquanto isso, vamos curtir a atuação mágica, digna de um time que pretende ser pentacampeão.


E DÁ-LHE FLUZÃO!


DETALHES:

CAMPEONATO BRASILEIRO – 12ª RODADA

Atlético-PR 0 x 3 Fluminense

Local: Arena da Baixada, Curitiba (PR); Data: 27/07/2014
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (SP)
Auxiliares: Rogério P. Zanardo (SP) e Ricardo Simon Manis (SP)
Gols: Jean, aos 16' e Conca aos 35' do primeiro tempo; Cícero, aos 20' do segundo
Cartão amarelo: Walter

Atlético-PR: Weverton; Sueliton, Cleberson, Deivid e Natanael; Marcelo Cirino, Marcos Guilherme e Otávio (Bady, 38'/2ºT); Douglas Coutinho (Mosquito, 18'/2ºT), Léo Pereira e Ederson (Dellatorre, 18'/2ºT). Técnico: Doriva.

Fluminense: Cavalieri; Bruno, Gum, Henrique (Elivélton, 22'/2ºT) e Carlinhos; Valencia, Jean, Cícero, Wagner (Chiquinho, 31'/2ºT) e Conca; Rafael Sobis (Walter, 17'/2ºT). Técnico: Cristovão Borges.