segunda-feira, 2 de maio de 2022

O que esperar do Fluminense de Diniz?

 

 

Gostei da saída do Abel e principalmente da maneira como foi. Saiu pela porta da frente, elogiando e agradecendo o clube, a torcida e tudo o mais.

Nada diferente poderia ser esperado de um autêntico tricolor. Valeu Abel, sinceros agradecimentos pelos nove títulos que nos deu.

Sempre admirei sua postura, sua lisura e sinceridade, mas o tempo é implacável e o momento de parar chega para todos e ainda bem que Abel percebeu que o seu havia chegado.

Poderia ter parado no Inter com mais um título de campeão brasileiro, não fosse a cara de pau de uma arbitragem fajuta que não viu ou fingiu não ver um pênalti claro a seu favor na última rodada do campeonato.

Apesar de ficar aliviado com a certeza de estar livre daquele sistema tétrico alicerçado na presença de três zagueiros e espaços generosos deixados em nosso meio de campo, preocupava-me a possibilidade de contratação por parte da dupla dinâmica de mais um dos técnicos “admiradores das táticas reativas”, modo sutil de rotular os retranqueiros que dominaram o Tricolor a partir de 2020.

É verdade que pesa contra Diniz o aproveitamento muito aquém do esperado em sua primeira passagem pelo clube, mas os que chegaram depois também não ganharam nada, à exceção do Estadual de 2022, último título de Abel.

Além disso, os retranqueiros jamais conseguiram apresentar futebol tão vistoso quanto o que jogávamos em 2019.

Qual tricolor não se lembra com satisfação da virada épica em plena Arena do Grêmio depois de estar perdendo de 3 a 0?

E do passeio no Maracanã sobre o Atlético Nacional em que o garoto João Pedro fez o seu primeiro hat-trick?

E não se pode deixar de citar o verdadeiro massacre sobre o Cruzeiro com Fred e tudo em pleno Maracanã.

4 a 1 sem dar a mínima chance aos mineiros. Para os que duvidam ou não se lembram dos detalhes, sugiro pesquisar as estatísticas do jogo. Para facilitar, cito apenas que foram 24 chutes a gol do Fluminense, 11 na direção da meta, contra 4 do Cruzeiro, 3 no alvo.

O fato é que acostumado com o Fluminense gigante, de conquistas mil, craques renomados, como Castilho, Píndaro, Pinheiro, Bigode, Carlyle, Samarone, Waldo, Altair, Telê, Didi, Manfrini, Carlos Alberto Pintinho,  Carlos Alberto Torres, Edinho, Marco Antônio, Rivelino, Doval, Paulo Cesar Caju, Felix, Jair Marinho, Gerson, Paulo Vitor, Ricardo Gomes, Deley, Branco, Tato, Romerito, Washington, Assis, Cavalieri, Deco, Conca, Wellington Nem, Thiago Silva, Thiago Neves, Marcelo, Fred e tantos outros não consigo me conformar com as apresentações pífias dos tempos atuais, vendo o Fluminense ser dominado durante quase todo o tempo das partidas por times medíocres de clubes sem tradição e com folhas salariais um décimo da nossa. 

Vitórias sofridas, muitas com bolas vadias ou falhas gritantes dos adversários. Pouca habilidade em campo e zero de tática afastam os torcedores que perdem o interesse até de ver os jogos pela televisão. 

Devido a todos esses fatos é que exultei com a contratação do Diniz. Preferia o Cuca, em minha opinião o melhor treinador brasileiro da atualidade, mas já que não deu torço para que o Diniz acerte dessa vez.

Gostaria que ele percebesse que sua tática apresenta uma falha gritante, a facilidade que é dada aos zagueiros para atrasar a bola para os goleiros, porque basta aos treinadores adversários marcar a saída em cima de nossa defesa que a falha sempre acaba aparecendo e tomamos gols bobos.

Aliás, essa atitude se propagou tanto no Fluminense que parece ser regra geral atrasar bola para goleiro, a maioria das vezes sem a mínima necessidade, como foi o caso do gol do Olimpia no Maraca, que acabou nos eliminando na soma dos resultados.

Torço para que Diniz tenha percebido o detalhe e instrua seus jogadores para evitar essa mania covarde, que já nos custou muito caro em diversas competições.     

Ainda assim, gostei da escolha. Chega de mais dos mesmos.

Bem-vindo Diniz, que nos traga muitas alegrias.

Boa sorte!

 


 

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