sexta-feira, 5 de março de 2010

Tigres 0 x 3 Fluminense. Mais uma vitória rumo à classificação.

Foi um jogo chato, a mesmice de sempre. Como quase todas as equipes dos clubes de menores investimentos o Tigres não fugiu à regra, apresentando quase nenhuma qualidade técnica.

Foi presa fácil do Fluminense, que ainda sem apresentar o futebol convincente daquela arrancada sensacional, venceu sem muito esforço.

E isso é que é o fator preocupante. A turma “está se achando” e resolveu parar de correr, sem ter a humildade de enxergar que a maioria dela só consegue jogar em clubes de primeira linha quando se doa durante todo o jogo.

Temos o Conca, o Fred, talvez o Maicon, que podem conseguir desequilibrar por suas habilidades. Os demais têm que correr muito, caso contrário será sempre um “Deus nos acuda” contra qualquer equipe medianamente bem armada, como ficou comprovado na Taça Guanabara e na primeira partida da Copa do Brasil.

Fred mostrou melhoras em relação ao jogo anterior. Correu, brigou, fez um belo gol e principalmente deu vários passes açucarados, todos desperdiçados, à exceção do segundo gol, marcado pelo Everton.

Cabem aqui uns parênteses para solicitar ao Cuca que faça esses jogadores voltarem a treinar fundamentos, principalmente chutes a gol, porque é inadmissível que uma equipe perca tantos gols, com a maioria dos arremates passando longe das balizas adversárias. Se nossos alas tivessem melhor noção de como chutar, as vitórias poderiam ser obtidas com mais facilidade. Nesse quesito, porém, tanto Mariano como Júlio César deixam a desejar.

Wellington Silva não foi tão brilhante dessa vez, o que é normal em se tratando de um craque em formação. A correria aprontada por Maicon foi boa para acordar um pouco os dorminhocos. Aliás, essa poderá vir a ser uma boa alternativa, começar os jogos com o Wellington e substituí-lo pelo Maicon no intervalo. Serviria também para poupar o Maicon, que tem mostrado uma pré-disposição para distensões.

A zaga continua mal. Leandro Euzébio errando quase tudo. Digão, muito pior. Depois da fratura, ainda não conseguiu voltar à forma. Atabalhoado, do mesmo modo do que no jogo com o Olaria, não conseguiu fazer um desarme sem fazer falta, algumas desqualificantes, como as que causaram sua justa expulsão. Torço para que volte a sua condição física ideal, o que lhe poderá garantir a titularidade absoluta.

Outros parênteses aqui referentes à facilidade com que os zagueiros tricolores se machucam. Agora mesmo, notícias dão conta de que o Cássio voltou a sentir dores no músculo adutor da coxa direita. Em suma: a equipe dispõe de cinco zagueiros jovens, que volta e meia estão no estaleiro. Creio que o Dr. Michel Simoni deveria avaliar com mais cuidado as causas dessa aberração.

Quanto ao jogo em si, ainda que com dose exagerada de erros de passes o Fluminense, desde o início, procurou sufocar o adversário no campo de defesa.

O Tigres começou retrancado e arriscava apenas alguns chutes de fora da área, esperando algum erro da defesa tricolor. E aos 19 minutos acabou assustando com um cruzamento da direita que por pouco não foi alcançado por dois de seus atacantes.

O primeiro gol surgiu aos 21 minutos numa cabeçada de Fred, escorando escanteio cobrado por Conca. A partir do gol, várias chances foram criadas não sendo convertidas graças à boa atuação do goleiro Rodolpho.

De tanto insistir, o Fluzão conseguiu o segundo aos 40. Wellington Silva, após boa jogada, serviu Fred na esquerda, que centrou milimetricamente para Everton completar. O Tigres ainda teve uma oportunidade para marcar, mas Oziel cobrou falta por cima da meta de Rafael.

O segundo tempo foi de arrepiar. O Fluminense voltou sonolento e aí começaram a aparecer as falhas grotescas da defesa. Várias foram as oportunidades de gol desperdiçadas pelo Tigres, com seus atacantes errando arremates relativamente fáceis.

A entrada de Digão não serviu para nada e se tivéssemos pela frente um adversário mais qualificado, poderíamos ter tido o mesmo dissabor que tivemos no Fla-Flu.

A substituição de Wellington por Maicon foi efetiva. Pouco depois que entrou, Maicon cruzou na medida para Mariano chutar de primeira e isolar. Um pouco mais tarde, Fred chutou para fora um bom passe de Mariano e aos 32, outra grande chance perdida por Conca, após passe açucarado de Maicon.

De tanto insistir, o Flu conseguiu o terceiro gol aos 42 minutos numa falta bem cobrada pelo Conca.

O escore foi dilatado, mas o jogo não foi tão fácil. O time ainda carece daquele entusiasmo que o tornou imbatível nas rodadas finais do Brasileirão de 2009. Espero que, à medida que os liberados do departamento médico ganhem suas condições ideais, a garra e a magia perdidas estejam de volta.


E DÁ-LHE FLUZÃO!

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